Novo CEO da Vale pode ser anunciado até abril, mais R$ 500 mi para Petrobras, a boa nova para Usiminas e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo da sessão desta segunda-feira (6)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo desta segunda-feira tem como destaque os novos passos da Vale para a escolha do seu novo presidente, além da boa notícia sobre a Usiminas, em meio à redução de capital de R$ 1 bilhão da Musa. Confira mais destaques desta segunda-feira (6): 

Vale (VALE3;VALE5)

O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, afirmou em entrevista à agência Reuters durante uma conferência no Canadá que uma decisão sobre o substituto do atual presidente-executivo da Vale, Murilo Ferreira, poderá surgir entre o final de março e início de abril.

Os fundos de pensão estatais têm um “papel importante” no processo de seleção, junto com outros sócios da Vale, disse o ministro durante a conferência “Prospectors and Developers Association of Canada”, realizada em Toronto. O mandato de Ferreira expira em 26 de maio. O ministro afirmou ainda que o marco regulatório da mineração deverá ser apreciado pelo Congresso também entre o final de março e início de abril, podendo entrar em vigor em até 110 dias depois disso.

“Estamos terminando as discussões dentro do governo, estamos muito próximos de encerrar a discussão para (as regras) irem ao Congresso”, disse o ministro. Vale destacar que, segundo matéria da coluna Expresso, da Época, de sexta-feira, Nelson Silva (diretor de estratégia da Petrobras), se movimenta para tentar assumir a presidência da Vale no lugar de Murilo Ferreira. A coluna informa que ele sonha em comandar a empresa de mineração há pelo menos seis anos e tem procurado representantes de acionistas da Vale, como a Previ, a Bradespar, a Petros e a Mitsui. 

Ainda em destaque na mineradora, o minério de ferro da mina S11D, projeto de US$ 14 bilhões da Vale, terminou de ser descarregado na China na sexta-feira, após quase 7 semanas no mar. A Vale disse, em e-mail à Bloomberg, que 40% do minério de ferro que envia é o material de maior qualidade, que atualmente embute prêmio de até US$ 13 quando comparado ao índice de referência de 62%. A mineradora planeja aumentar esse número de produção para metade da produção total, à medida que produção da S11D cresça, até atingir a capacidade de 90 milhões de toneladas ao ano, o que deve ocorrer até 2020, segundo estimativas da empresa. Esta 1ª remessa de minério da S11D incluiu material de outras minas que a Vale opera na Amazônia. O S11D, na Amazônia, é considerado o maior projeto de mineração de ferro do mundo, com o minério mais barato e de mais alta qualidade do planeta.

Usiminas (USIM5)

A siderúrgica mineira Usiminas informou que acionistas da sua controlada Mineração Usiminas (Musa) aprovaram nesta sexta-feira a proposta de redução do capital social no valor de 1 bilhão de reais.

Com isso, os acionistas da Musa receberão reembolso de capital, sendo 700 milhões de reais para a própria Usiminas, acionista majoritária, que assim poderá honrar acordo de refinanciamento assinado no ano passado com bancos credores. Uma assembleia da Musa em janeiro convocada para deliberar sobre o tema havia terminado sem acordo entre a Usiminas, que tem 70 por cento da companhia, e o grupo japonês Sumitomo, que detém os 30 por cento.

Pelo acordo acertado com Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e BNDES, a Usiminas tem até junho próximo para ter em caixa os recursos da mineradora sob risco de vencimento antecipado da dívida. No fato relevante desta sexta, a Usiminas diz que “uma das hipóteses de vencimento antecipado dos documentos definitivos de renegociação das dívidas da companhia” foi afastada.

O acordo com os bancos deu à Usiminas prazo de 7 anos para pagar dívidas de cerca de 6,3 bilhões de reais após 3 anos de carência. “Nós enxergamos isso como um desdobramento positivo, pois investidores estavam preocupados com a possibilidade de a redução de capital não ser aprovada e consequências negativas a partir daí”, escreveram os analistas do Bradesco BBI Thiago Lofiego e Arthur Suelotto, em nota a clientes. “Os 700 milhões de reais fortalecerão a posição de caixa da controladora Usiminas”, afirmaram, mantendo recomendação “outperform” para Usiminas, com preço-alvo de 6,70 reais.

O Santander destacou ainda que a redução de capital representa o cumprimento de outro marco importante no processo de reestruturação da dívida da empresa; “continuamos apoiando USIM5, nossa top-pick no segmento de mineração e metais”, afirma o banco. Já o BTG Pactual destacou que a notícia deve ser bem recebida pelo mercado, mas mantém recomendação neutra para os ativos. 

A ação preferencial da Usiminas fechou a sexta-feira com alta de 4,4 por cento, enquanto o Ibovespa avançou 1,4 por cento.

Via Varejo (VVAR11)

Em meio aos rumores sobre a venda da companhia, o Grupo Pão de Açúcar informou não poder confirmar se a venda da Via Varejo ocorrerá, em resposta ao pedido de esclarecimento da CVM de matéria do Correio Braziliense em 1 de março, com o título “Casas Bahia e Ponto Frio devem ser negociadas com fundos de investimento”. A empresa também disse que não há cronograma definido para eventual conclusão da operação, 

BM&FBovespa (BVMF3)

A BM&FBovespa registrou volume com ações 43% maior em fevereiro na comparação anual: o volume no segmento Bovespa em fevereiro de 2017 foi de R$ 165,2 bilhões, ante R$ 115,4 bilhões em fevereiro de 2016, afirmou a empresa em comunicado. Já o segmento BM&F movimentou 72,5 milhões de contratos e volume financeiro. 

Renova (RNEW11)

Após duas fortes altas em meio a informações da Reuters de que a Brookfield está perto de comprar fatia na Renova, a companhia informou que não existe decisão formal sobre venda de ativos.

“Embora esteja avaliando diversas opções para reduzir seu endividamento e adequar seu plano de negócios, não existe qualquer decisão formal sobre a venda de ativos além do Projeto Alto Sertão II”, disse a companhia em comunicado de esclarecimento. Ela ainda informou que tampouco há decisão formal sobre o lançamento de ações no mercado ou ingresso de novo acionista em seu quadro acionário, disse a empresa. 

Petrobras (PETR3;PETR4)

De acordo com a coluna do Estadão, a parceria da Petrobras com a francesa Total vai garantir para a petroleira mais do que os R$ 2,2 bilhões anunciados. Em comunicado interno, Pedro Parente diz que o acordo de tecnologia também pode render outros R$ 500 milhões, informa a coluna. 

Fibria (FIBR3)

Em relatório, o BTG Pactual apontou que a Fibria ainda está em um momentum positivo por conta do preço da celulose e que as perspectivas para 2017 são favoráveis. O fortalecimento do real segue como um vento contrário, mas os analistas do banco seguem com recomendação de compra para o ativo, com preço-alvo de R$ 38,00. 

Indusval (IDVL4)

O Banco Indusval afirmou que vai adequar os termos para prosseguir com a realização da OPA (Oferta Pública de Aquisição) com a qual pretende sair do Nível 2 de governança corporativa, disse a empresa em fato relevante.

Acionistas Vera Maria Masagão Ribeiro, Paulo Masagão Ribeiro, Luiz Masagão Ribeiro Filho, Andrea Masagão Ribeiro Moufarege, Marcelo Ciampolini Neto, Maria Carolina Ciampolini, Maria Cristina Ciampolini de Brito, Paulo Ciampolini, Alfredo Goeye Junior, Greengo Fundo de Investimento em Ações e WP X Brasil Fundo de Investimento em Participações não serão considerados como titulares de “Ações em Circulação” para todos os fins no âmbito da OPA, disse o Indusval. A empresa vai promover a dispensa da verificação das seguintes condições para consumação da OPA: a verificação do compromisso de permanência mínimo e o uso de, no máximo, R$ 10 milhões em recursos próprios da companhia na realização da OPA. 

 

Saraiva (SLED4)

Em entrevista ao Estadão, o presidente da Livraria Cultura, Sergio Herz,  negou que a empresa esteja à venda ou que lojas específicas estejam em negociação, em meio a notícias de que estaria perto de se fundir ou ser vendida para a Saraiva.  

“Somos compradores. Olhamos aquisições no segmento de tecnologia que possam fazer crescer nosso negócio. Estamos apostando em crescimento online. Nossa postura é de ser consolidador do setor”, disse ao Estado.

BRF (BRFS3)

De acordo com a coluna Radar Online, da Veja, apesar da falta de bons resultados na BRF, o presidente Pedro Faria tem todo o apoio de Abilio Diniz, presidente do Conselho de Administração, para continuar no comando da empresa.

 

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.