Petrobras ON ‘ignora’ petróleo e fecha estável; bancos caem 3% e MMX afunda até 27%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa caiu nesta segunda-feira (2) em pregão marcado pela forte queda das ações do setor bancário, que foram penalizadas por um anúncio do governo e pedido de recuperação judicial da Sete Brasil. Vale lembrar que amanhã após o fechamento da sessão o Itaú Unibanco reportará seu resultado do 1° trimestre. 

Veja mais: “Esqueça” a ação da Vale essa semana; Bolsa pode corrigir até os 51.000 pontos

Já os papéis ordinários da Petrobras “ignoram” a queda de mais de 3% do petróleo e zeraram as perdas no final desta sessão. Os papéis preferenciais da estatal fecharam em leve queda de 0,6%. Destaque também para as ações da Embraer, que chegaram a desabar 9% na sexta-feira após balanço e seguiram em queda hoje.  

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Confira abaixo os principais destaques da Bovespa nesta segunda-feira:  

Petrobras  (PETR3, R$ 13,27, -0,0%;PETR4, R$ 10,17, -0,59%)
Descoladas da derrocada do petróleo lá fora, as ações ON da Petrobras zeraram perdas de até 3% nesta sessão. No mercado internacional, o contrato do brent intensificava movimento negativo e registrava queda de 3,06%, a US$ 45,92 o barril, enquanto o WTI caía 2,57%, a US$ 44,74.  

Em destaque, a  Sete Brasil oficializou na sexta-feira (29) o pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro e o governo federal consta como o maior credor da empresa, dono de dois terços da dívida total. Criada para gerenciar a construção das sondas do pré-sal, a companhia listou dívidas de R$ 18 bilhões, considerando a cotação do dólar de ontem. Cerca de R$ 12 bilhões estão concentrados em bancos estatais e fundos governamentais. 

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Além disso, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) prorrogou, até 2052, do prazo de concessão do campo de Marlim, na Bacia de Campos, um dos maiores do país, informa a Folha de S. Paulo. O prazo de concessão venceria em 2025. A prorrogação foi concedida com o argumento de que ainda haverá petróleo a explorar após o fim do prazo original e inclui o campo vizinho de Voador; em troca, a Petrobras se comprometeu com investimentos para revitalizar o campo, cuja produção vem declinando nos últimos anos.

Destaque ainda para a notícia de que, segundo informações da Bloomberg, Aldemir Bendine continuará na presidência da Petrobras em eventual governo Michel Temer. Ele não indicará outro presidente para a Petrobras imediatamente se assumir o governo federal após eventual impeachment da Presidente Dilma Rousseff e terá muita cautela em fazer mudanças em uma empresa estratégica com ações na bolsa, segundo uma fonte informou à agência; Bendine pode ser trocado em outro momento.
Embraer (EMBR3, R$ 20,20, -1,80%)
Após forte queda na sexta-feira após a divulgação de resultados do primeiro trimestre, as ações da Embraer voltaram a ter baixa hoje. Esse foi o terceiro pregão seguido de queda dos papéis, acumulando no período desvalorização de cerca de 8%. Na sexta, as ações da companhia caíram até 9% na mínima do dia, com os investidores de olho nos próximos trimestres. Em teleconferência sobre balanço, o CEO da empresa, Fred Cu
rado, disse que a companhia vai enfrentar potenciais “ventos contrários” do câmbio com corte de custos.
Para saber mais: O gráfico assustador de Embraer: ações desabam após mais um balanço
Bancos
As ações dos bancos foram penalizadas hoje após duas notícias negativas para o setor. Primeiro, o anúncio do governo
que acaba com incentivo para captação de bancos via debêntures de leasing e inclui essas operações entre às sujeitas de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) regressivo. Segundo, o temor do mercado sobre a exposição dessas instituições à Sete Brasil, que oficializou na sexta-feira (29) seu pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro.

Entre as maiores quedas do Ibovespa, os papéis do Santander (SANB11, R$ 18,26, -1,62%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 21,55, -2,53%), Bradesco (BBDC3, R$ 27,69, -1,42%; BBDC4, R$ 25,39, -1,97%) e Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 31,95, -2,75%). Vale lembrar que amanhã – após o fechamento do mercado – o Itaú divulgará seu balanço do 1° trimestre. 

A queda ocorre porque o passivo da Sete Brasil, que foi criada para gerenciar a construção das sondas do pré-sal, está superconcentrado em dois fundos governamentais e nos cinco maiores bancos do País. As instituições financeiras terão de reconhecer de uma vez só perdas bilionárias em seus balanços, caso não tenham feito preventivamente provisões em relação à Sete. O Banco do Brasil é o maior credor entre os bancos com um passivo de R$ 3,58 bilhões. É seguido pelo Itaú BBA, com R$ 1,93 bilhão. A Caixa vem na sequência com R$ 1,58 bilhão. O Bradesco tem R$ 1,42 bilhão e o Santander R$ 429 milhões. 

Se aceita pela Justiça, a recuperação da Sete será a maior da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, ganhando de OAS e Schahin. Estará também no topo da lista das maiores do País, próxima à OGX, de Eike Batista. 

Vale (VALE3, R$ 19,87, +0,91%;VALE5, R$ 15,63,-0,70%)
As ações da Vale fecharam entre altas e perdas nesta sessão. Os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 8,50, +0,35%) – holding que detém participação na mineradora – fecharam em leve queda, após terem registrado queda de 4% na mínima do dia. Hoje, a recomendação dos ADRs (American Depositary Receipts) da Vale foi elevada de manutenção para compra pelo BB&T, com preço-alvo de US$ 10,00.  

Localiza (RENT3, R$ 34,01, +3,08%)
Seguindo em movimento positivo desde que divulgou balanço na semana passada, as ações da Localiza apareceram como a segunda maior alta do Ibovespa. Desde o dia 25 de abril, esses papéis registram alta de 13% na Bolsa. Dias atrás, a empresa divulgou aumento de 2,7% no lucro líquido do 1° trimestre, para R$ 103 milhões, na comparação anual. A receita avançou 4,30% no período, para R$ 1 bilhão. 

MMX Mineração (MMXM3, R$ 6,00, -14,29%)
As ações da MMX Mineração desabaram até 27,14% (a R$ 5,10) nesta sessão, com volume financeiro de R$ 776,6 milhões (acima da média dos últimos 21 pregões), após a companhia ter realizado hoje grupamento de suas ações, na proporção de 25 para uma. Segundo a empresa, o intuito da operação é atender ao regulamento de listagem da BM&FBovespa, que não aceita mais ações “penny stocks” (ações de centavos). Na sexta-feira, os papéis da companhia fecharam cotados a R$ 0,28. 

Além disso, no radar da companhia, o empresário Eike Batista desistiu de sua candidatura para presidente do conselho de administração da empresa, com mandato de um ano até a realização da próxima Assembleia Geral Ordinária em 2017, conforme divulgado em comunicado enviado ao mercado. 

Renova Energia (RNEW11, R$ 14,40, +5,49%)
Segundo a Reuters, as chinesas State Grid e Three Gorges e a italiana Enel apresentaram propostas competindo por uma fatia de 16 por cento na Renova Energia, empresa de geração renovável controlada pela Cemig que tem buscado recursos para tocar investimentos após o fracasso de uma operação de parceria e venda de ativos com a norte-americana SunEdison.

As companhias orientais e a italiana estão entre um grupo de interessados no negócio, que envolveria a compra da parcela da Light na Renova, segundo três fontes com conhecimento direto do assunto que falaram sob a condição de anonimato à Reuters. A Light passou a buscar compradores para sua fatia na companhia renovável após a SunEdison desistir da aquisição do ativo alegando condições desfavoráveis de mercado. O negócio com os norte-americanos envolveria 250 milhões de dólares.
TIM (TIMP3, R$ 7,68, +0,52%)
A TIM confirmou que sua administração está em revisão e que a indicação de diretores e do diretor-presidente, cujos mandatos já expiraram, será realizada na próxima reunião do conselho, em 11 de maio, segundo comunicado enviado ao mercado. Segundo fontes disseram à Bloomberg, a Telecom Italia estaria perto de nomear o CEO para a TIM Brasil.  

Banrisul (BRSR6, R$ 8,39, -1,41%)
O Banrisul enviou proposta ao Rio Grande do Sul para cessão da folha de pagamento dos servidores públicos estaduais. “O valor e demais condições da operação ainda não estão definidas, e serão objeto de negociação entre o Banrisul e o Estado a partir desse momento”, diz o comunicado do banco. A proposta foi aprovada pelo conselho na última sexta-feira, dia 29 de abril.