Após ataque na França, Brasil decide rever plano de segurança das Olimpíadas

Em entrevista realizada no Palácio do Planalto, o ministro Sérgio Etchegoyen informou que o presidente interino Michel Temer convocou uma reunião para essa tarde com os ministros da Justiça, GSI e Defesa, mas reafirmou que o país está pronto para os jogos

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Um dia depois do atentado que matou pelo menos 84 pessoas em Nice, no sul da França, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen afirmou, nesta sexta-feira (15), que o plano de segurança para a Olimpíada no Rio terá uma “revisão” e que a população terá de trocar “um pouco de conforto por muita segurança”.

Em entrevista realizada no Palácio do Planalto, o ministro informou que o presidente interino Michel Temer convocou uma reunião para essa tarde com os ministros da Justiça, GSI e Defesa, mas reafirmou que o país está pronto para os jogos. “Já estamos, desde então, os tres órgãos e os três ministros [das áreas de Defesa, Justiça e Inteligência] fazendo a revisão de todo o nosso dispositivo de segurança para que possamos identificar eventuais lacunas e fazer uma integração mais intensa nos três itens”, declarou o o general Etchegoyen.

O ministro disse que um oficial da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) está a caminho da França para receber mais informações do serviço de inteligência local. “O primeiro grande ensinamento da tragédia de ontem é a simplicidade logística. Um caminhão não é uma arma. Não se trafica um caminhão. Não se atravessa a fronteira escondendo um caminhão. Enfim, foi usado como uma arma terrível”, observou Etchegoyen. Ele disse que o momento é identificar lacunas no planejamento prévio, usando o acontecimento recente da França como exemplo.

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Dentre as medidas mencionadas pelo general estão o aumento no número de postos de controle e de barreiras, além de restrições de trânsito. Etchegoyen disse ainda que o Brasil ainda não foi informado pela França se o atentado em Nice tem ligações com o Estado Islâmico. O trabalho de emergência a ser desenvolvido foi comparado por ele como uma espécie de “auditoria” do plano de segurança “para ver se sobra alguma lacuna que tenhamos negligenciado”.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.