10 bancos investigados pelo Cade, 2 dividendos e mais 3 notícias agitam a noite

Confira os principais destaques corporativos da noite desta quarta-feira (7)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A noite desta quarta-feira (7) tem um noticiário bastante agitado, com destaques para a confirmação de distribuição de dividendos pela Cosan e de juros pelo capital próprio da Ferbasa. Além disso, chama atenção a notícia de que o Cade está investigando 10 bancos com operações no Brasil. Confira os destaques:

Bancos
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) instaurou um novo processo para investigar cartel no mercado de câmbio brasileiro, envolvendo o Real. Mais cedo, o conselho havia anunciado a assinatura de um acordo com bancos relacionados a um cartel internacional com efeitos no Brasil. Desta vez, o Cade investiga 10 bancos com sede no Brasil e apura práticas feitas em território nacional por 19 funcionários e ex-funcionários das instituições.

Segundo o conselho, há “fortes índícios” de conduta competitiva contra os bancos BTG Pactual, Citibank, HSBC, BBM, BNP Paribas e Múltiplo. Também há indícios da participação, em menor grau, do Itaú, Santander, ABN AMRO Real, Fibra e Societé Générale. O grupo é diferente do investigado em um esquema internacional que levou o conselho a multar em R$ 181 milhões outros cinco bancos pelo mesmo motivo.

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De acordo com o Cade, as condutas anticompetitivas teriam ocorrido nos mercados de câmbio à vista (FX Spot Market ou spot) e de futuros (derivativos). Os contatos eram feitos por meio de salas de bate-papo (chat room) da agência de notícias Bloomberg e duraram, pelo menos, entre 2008 e 2012.

“Os indícios levantados apontam para tentativas de coordenação de operações cambiais e de posições de risco cambial; tentativa de definição de preços e/ou níveis de preços para spreads cambiais e diferenciais; tentativas de influenciar o índice de referência PTAX do Banco Central do Brasil – Bacen”, lista o Cade.

Segundo a superintendência do conselho, as práticas reduziram a concorrência, pois os operadores atuavam como um só player no mercado.

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Cosan (CSAN3)
A Cosan anunciou a distribuição de dividendos intercalares referente ao exercício social de 2016, no valor total de R$ 300 milhões, o que corresponde a R$ 0,736621455 por ação, sem retenção de Imposto de Renda na Fonte. Segundo comunicado, a distribuição ocorrerá com base na posição acionária de 12 de dezembro, sendo que, a partir de 13 de dezembro, as ações da companhia passam a ser negociadas na forma “ex”.

Light (LIGT3)
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) pretende flexibilizar as metas de qualidade da Light, distribuidora de energia que atende a região metropolitana do Rio de Janeiro, por conta da ação de criminosos na cidade e da crise fiscal que atinge o Estado. 

“A gente quer aplicar a mesma metodologia que aplicamos para todos, mas eventualmente ter um olhar mais cuidadoso. E temos espaço de folga dada a complexidade daqui do Rio, porque em algumas regiões não faz sentido colocar em risco a vida de um funcionário da Light para ele entrar de madrugada numa área de conflito”, disse nesta quarta-feira o diretor da Aneel Tiago de Barros Correia.

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A empresa protocolou um pedido no órgão regulador do setor para que fossem revistas suas tarifas em decorrência da forte crise da economia brasileira e do Estado fluminense e por furtos em áreas dominadas por traficantes e milícias. A elétrica, controlada pela mineira Cemig, informou anteriormente à Reuters que seus níveis de perdas não técnicas –causadas por furtos, os chamados “gatos”– são alvo de negociação com a Aneel.

Cerca de 23% da energia distribuída pela Light não é faturada porque é perdida com os furtos na rede. As perdas representam 42% do mercado de baixa tensão da companhia. De acordo com o diretor da Aneel, a flexibilização também pode ser ampliada a uma outra concessionária que atende o Estado, em especial municípios do interior, como a Enel Distribuição Rio (antiga Ampla).

Ferbasa (FESA4)
A Ferbasa aprovou a distribuição de Juros sobre o Capital Próprio, no valor total de R$ 65,684 milhões. A quantia corresponde a R$ 0,7244582528 para cada ação ordinária e R$ 0,7969040781 para cada ação preferencial. O pagamento será feito com base na posição acionária de 14 de dezembro, com os papéis sendo negociados na forma “ex” a partir de 15 de dezembro. A companhia ainda informou que o pagamento será feito a partir de 19 de janeiro de 2017.

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BR Insurance (BRIN3)
A BR Insurance comunicou que seus acionistas aprovaram a incorporação das empresas André Carasso, BR Insurance Auto Corretora de Seguros, Correta Master Corretora de Seguros, Bi Bike Administradora e Corretora de Seguros, Omega B.I Corretora de Seguros, A&M Dandal Corretora de Seguros, Duraseg Corretora e a Consultoria de Seguros.

De acordo com a companhia, as incorporações ocorreram sem aumento de capital, ou seja, sem emissão de novas ações, eliminando-se os investimentos da companhia nas subsidiárias em contrapartida à absorção direta dos respectivos ativos e passivos.

Multiplan (MULT3)
A Multiplan anunciou a conclusão da aquisição de participação de 4,5% da Área Bruta Locável do BarraShopping pelo valor total de R$ 143,9 milhões. “A aquisição foi decorrente do exercício do direito de preferência na aquisição da totalidade da participação proprietária da Carvalho Hosken S.A. Engenharia e Construções no shopping center, de forma que a Multiplan passa a deter 65,8% da ABL do BarraShopping”, diz a nota da companhia.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.