Petrobras dispara 35% em 8 pregões; Oi e Ambev recuam com rumores

Confira os principais destaques do pregão desta quinta-feira (8)

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa atingiu um feito que não ocorria desde 2013, subindo por oito pregões seguidos, mesmo após o TCU (Tribunal de Contas da União) rejeitar, na noite de ontem, as contas da presidente Dilma Rousseff de 2014, colocando mais tensão no cenário político. No cenário externo, a ata do Fomc mostrou que o Fed ainda pretende elevar os juros neste ano, mas aguarda sinais sobre os efeitos de outras economias no ambiente doméstico. Com isso, o dólar acelerou as perdas e fechou o dia com queda de 2,16%, cotado a R$ 3,7931 na venda.

No Ibovespa, após abrir em queda, a Petrobras se manteve no positivo durante todo o pregão, ajudando a sustentar a alta do índice. Além da alta do petróleo no exterior, no radar da empresa está sua ausência no leilão da ANP, visto como positivo pelos especialistas.

Além da estatal, a nova disparada das siderúrgicas colaborou para que o Ibovespa conseguiesse encerrar o pregão em alta. No mercado, há expectativa de que as siderúrgicas anunciem vendas de ativos como forma de aliviar o elevado endividamento.

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Confira os principais destaques da Bolsa na sessão desta quinta-feira (8):

Petrobras (PETR3, R$ 10,75, +3,37%; PETR4, R$ 8,75, +3,31%)
As ações da Petrobras atingiram a quinta alta seguida e com ganhos de 35% em oito pregões, descolando de um cenário de tensão no campo político interno e puxadas pelo preço do petróleo lá fora, que intensifica alta nesta tarde. O petróleo WTI, do Texas, subiu 4,58%, a US$ 50,02, ficando acima dos US$ 50 pela primeira vez desde julho.

Além disso, segue no radar da empresa a notícia de que, pela primeira vez na história, a companhia não fez nenhuma oferta em leilão de licitação de blocos exploratórios de petróleo e gás natural ocorrido na véspera.

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“A ausência de propostas da empresa é uma indicação positiva de que o corte capex proposto está sendo implementado. Esta é a primeira vez que a Petrobras não apresenta ofertas em uma rodada promovida pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis)”, comentou o Itaú BBA. Já o Santander ressaltou que, embora isso não seja um driver para a ação, é positiva a decisão da empresa, dada sua situação financeira desafiadora.

Vale e siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 20,00, -0,74%VALE5, R$ 15,94, +0,57%) ficaram entre perdas e ganhos apesar da forte alta dos preços do minério de ferro na China, enquanto os papéis das siderúrgicas dão continuidade à forte disparada dos últimos dias. No mercado, há expectativa de que as siderúrgicas, a começar pela CSN (CSNA3, R$ 5,00, +6,38%), anunciem vendas de ativos como forma de aliviar o elevado endividamento.

No setor, sobem ainda nesta sessão a Gerdau (GGBR4, R$ 6,67, +3,73%) e a Usiminas (USIM5, R$ 3,67, +8,26%). Na semana, a CSN já acumula alta de 35,50%, seguida pela Gerdau e Usiminas, com ganhos de 17,54% e 16,14%, respectivamente. Enquanto isso, a Vale segue para terminar a semana com valorização de 10%.  

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Bancos
Já os bancos tiveram dia no zero a zero após um forte rali desde o início da semana passada: Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 29,75, +0,37%), Bradesco (BBDC3, R$ 26,85, +0,19%; BBDC4, R$ 24,25, +0,08%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 17,67, -1,45%) e Santander (SANB11, R$ 15,18, +0,07%) que deu sequência aos ganhos. Ontem, foi a ação que mais subiu no setor (+8,82%).

Ambev (ABEV3, R$ 19,68, -1,60)
A Ambev fechou com perdas, acumulando assim queda de 4% em quatro pregões após ter atingido sua máxima histórica no final da semana passada. Hoje, o jornal Valor Econômico afirmou que a AB InBev pode usar a Ambev, que não tem dívida líquida, para incorporar as operações da SABMiller na América Latina e, dessa forma, elevar menos seu nível de endividamento com a possível fusão.

A proposta de AB InBev, de US$ 104 bilhões, foi rejeitada ontem pela SABMiller. De acordo com o jornal, se elevar sua dívida em US$ 104 bilhões, a AB InBev, maior fabricante de cerveja do mundo, verá sua dívida superar em seis vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), um nível considerado elevado pelo mercado.

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Oi (OIBR4, R$ 3,52, -4,09%) e TIM (TIMP3, R$ 7,80, -0,38%) 
As ações da Oi viraram para queda, deixando quatro altas seguidas para trás, depois de ter registrado alta de 7,63% na máxima do dia. Segundo informações do Valor, a Oi, por meio do BTG Pactual, estaria estudando planos de fusão com a TIM e mais um aporte do fundo LetterOne.

O plano é que a nova empresa nasça com a relação Ebitda sobre dívida líquida de 2 vezes. A aposta, segundo o Valor, é que a fusão não demandará ajustes ou vendas relevantes de ativos. Pelo acordo, a Oi receberia cerca de R$ 10 bilhões em novos recursos, enquanto a Telecom Italia, dona da TIM, poderia consolidar o balanço da operação no Brasil resultante da união das duas empresas de telefonia. Em comunicado, no entanto, a Oi e TIM negaram conversas nesse sentido.

Anima (ANIM3, R$ 12,30, -1,52%)
As ações da Anima, que chegaram a disparar 18,49% na máxima do dia, viraram para queda. Enquanto isso, Kroton (KROT3, R$ 9,53, +1,06%), Estácio (ESTC3, R$ 16,20, +5,74%) e Ser Educacional (SEER3, R$ 9,41, +5,85%) fecharam com ganhos. Ontem, os papéis da educacional subiram mais forte que as demais. Enquanto Anima disparou 17,39%, Ser Educacional, Kroton e Estácio avançaram 5,8%, 5,2% e 3,3%, respectivamente. 

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Procurados pelo InfoMoney, analistas do setor não souberam justificar o descolamento das ações. Um deles, que pediu anonimato, disse que a empresa divulgou recentemente seus dados de captação do segundo semestre, que, embora não tenha vindo bom, pode ter surpreendido analistas que esperavam por um número muito pior. A companhia registrou diminuição de 2,3% na base total de alunos (que incluem cursos técnicos do Pronatec, ensino a distância  e pós-graduação). A baixa foi puxada, principalmente, pelo Pronatec, cujo número de matrículas caiu 61,3%, para 2,1 mil.

Além disso, no radar do setor seguem notícias que preocupam sobre o Fies. Segundo matéria do Valor, o Fies, financiamento estudantil do governo, está novamente com problemas e as instituições só estariam conseguindo contratar metade das vagas que foram autorizadas a ofertar aos alunos neste segundo semestre.

Log-In (LOGN3, R$ 1,55, +6,16%)
As ações da Log-In dispararam com rumor de que a companhia estaria estudando uma reestruturação dos seus negócios, segundo informações do Valor. Em setembro, as ações caíram 42%. 

A empresa especializada em navegação costeira deverá definir nas próximas semanas o formato de um processo interno de reestruturação, com dois modelos possíveis. Um seria a entrada de um fundo de private equity estrangeiro no capital da empresa, enquanto o segundo estaria baseado na divisão dos ativos portuário e de navegação da empresa, conforme disse o Valor.

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