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De acordo com Marcos Rubin, fundador da Veeries, marca especialista em inteligência de mercado no universo agro, o etanol de milho é o setor mais dinâmico do agronegócio brasileiro: “quem não entrou, se arrepende.”
Existem muitos projetos para a commodity em andamento, com boa parte das empresas consolidadas na indústria. Inclusive de quem tradicionalmente produz álcool de cana-de-açúcar. Este crescimento na produção, para se ter uma ideia, foi pivô do recente encerramento do acordo entre a Vibra, maior distribuidora de combustíveis do Brasil e dona da operação de postos BR, com a Copersucar, de etanol de cana.
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“Eu acho que 2026 vai ser o primeiro ano de teste. Teremos muito etanol no mercado e a gente precisa ter alguma mudança no perfil da demanda para absorver essa quantidade de produto. Provavelmente, teremos uma pressão negativa nos preços de vendas”, afirmou o executivo. Ele foi o convidado do episódio 11 do Raiz do Negócio, sua estrada entre o campo e a Faria Lima, parceria entre InfoMoney e The AgriBiz.
Outro tópico para ficar de olho é a possibilidade de queda no preço do petróleo, concorrente direto do etanol – tanto de cana quanto de milho. O que pode representar uma dificuldade maior neste cenário de maior oferta.
Inflação e safrinha
Existia um temor, no início do ano, que a inflação dos alimentos pudesse ser uma das grandes vilãs do IPCA em 2025. Porém, não foi bem isso que aconteceu. E ainda é um pouco cedo para prever com exatidão como a produção poderá afetar o cenário macroeconômico, de acordo com Rubin. “Temos uma safra grande no radar, que ainda depende do clima entre dezembro e fevereiro. E que também depende do clima”, comentou.
Algumas commodities, por exemplo, estão trabalhando em preços mínimos, como são os casos de soja, farelo, especificamente o DDG – subproduto da safrinha do etanol de milho, muito usado como ração para gado. “Isso ajuda do lado das proteínas também.”
Em resumo, commodities dependem de choque de oferta, de acordo com o executivo. E, como estamos no meio da safra, é necessário aguardar mais alguns meses para uma visão mais completa.
Cronograma
Houve um certo atraso no plantio de soja no Brasil neste ano. De acordo com Rubin, temos dois “Brasis” nesta equação. Um, da soja precoce, que tem muito milho safrinha, sem registros de atraso, cobrindo a maior parte da área. “Foram melhor que ano passado.” Outro, com cenário oposto, onde, de fato, houve atrasos, que vão gerar impactos diretos na safrinha de milho.
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Mas isso, para o executivo, é mais uma preocupação local do que geral. “No final das contas, a gente tem um cenário melhor que ano passado. A área de safrinha deve crescer quase 5%, um aumento expressivo.”