Dólar hoje sobe mais de 1%, a R$ 5,18, após varejo nos EUA e redução da meta fiscal

Moeda americana fechou no maior patamar desde março do ano passado

Equipe InfoMoney

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O dólar à vista fechou com alta nesta segunda-feira (15), emplacando a quarta sessão consecutiva de alta perante o real e atingindo o maior patamar desde março do ano passado, após dados do varejo dos EUA reforçarem a perspectiva de juros altos por mais tempo e o mercado receber com pessimismo a redução da meta fiscal brasileira para 2025.

Qual a cotação do dólar hoje?


O dólar à vista fechou com alta de 1,24%, a R$ 5,185 na compra e na venda. Às 17h37, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia de 1,30%, aos 5.194,00 pontos.

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O que está acontecendo com dólar?

A divisa norte-americana reverteu as perdas iniciais – que operadores haviam associado a movimento de realização de lucros após salto na semana passada – depois que dados mostraram alta bem mais intensa do que o esperado nas vendas no varejo dos Estados Unidos em março, mais uma evidência de que a economia encerrou o primeiro trimestre em terreno sólido.

As vendas no varejo norte-americano aumentaram 0,7% no mês passado. Economistas consultados pela Reuters previam avanço de 0,3%.

Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora, disse que o salto do dólar acompanha “nova onda de valorização dos juros dos títulos norte-americanos de longo prazo”, uma vez que os dados do varejo dos EUA sugerem uma postura “mais dura por parte do Fed para conter a inflação”.

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Quanto menos o Fed cortar os juros, melhor para o dólar, que se torna mais atraente para investidores estrangeiros quando os rendimentos oferecidos pelo mercado norte-americano — já interessante por ser extremamente seguro — seguem mais altos.

Os rendimentos dos Treasuries de dez anos, referência global para investimentos, saltaram nesta manhã para picos desde novembro do ano passado após os dados norte-americanos.

No cenário local, em entrevista à GloboNews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o governo Lula reduzirá a meta fiscal para 2025 de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para resultado primário zero, o que formou a tempestade perfeita para o real.

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No fim da tarde, em evento em Nova York, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou que existe atualmente um movimento de reprecificação global. Segundo ele, por ser uma moeda mais líquida, o real também é afetado mais rapidamente pela reprecificação.

Tensão geopolítica

Enquanto isso, investidores buscavam controlar as preocupações depois de ataque do Irã a Israel, que envolveu mais de 300 mísseis e drones e foi a primeira investida contra Israel por outro país em mais de três décadas.

O economista-chefe da Genial Investimentos, José Marcio Camargo, disse que eventual retaliação de Israel “poderá gerar forte aumento dos preços do petróleo, pressão sobre a taxa de inflação nos Estados Unidos, fuga generalizada de investidores para o dólar, valorização da moeda americana e, na mais otimista das hipóteses, adiamento do início do processo de queda dos juros (nos EUA) ou, até mesmo, aumento e não de queda das taxas de juros”.

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Por enquanto, investidores encontravam algum alívio nos esforços das principais potências mundiais para esfriar as tensões no Oriente Médio e evitar uma escalada desastrosa dos conflitos na região, o que limitava o impacto dos riscos geopolíticos nos ativos de risco.

Na última sessão, a moeda norte-americana à vista avançou 0,60%, a 5,1213 reais na venda, seu maior patamar de encerramento desde 9 de outubro de 2023 (5,1315).

(Com Reuters)