Castro cobra ‘mão na massa’ da Light (LIGT3) mas nega pedido por intervenção

Governador do Rio de Janeiro criticou concessionária por dificuldades em lidar com os furtos de energia

Rikardy Tooge

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O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), criticou a postura da Light (LIGT3) em seu pedido de recuperação judicial, mas negou que esteja em conversas com o governo federal para que ocorra uma intervenção na Light SESA, concessionária responsável pelos serviços de energia elétrica na região metropolitana do estado.

“Não estamos lutando pela intervenção do governo federal e não tivemos nenhum diálogo em relação a isso”, afirmou Castro, em conversa com o InfoMoney após jantar promovido pelo grupo Esfera Brasil, em São Paulo.

“Mas a minha crítica continua. Outras concessionárias com menos tempo de concessão investiram em tecnologia e na diminuição do desperdício enquanto a Light está há mais de 20 anos [com a concessão] e continua enrolada”, prosseguiu.

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Em seu pedido de recuperação judicial, a Light alegou que os prejuízos com os “gatos” de eletricidade, as chamadas “perdas não técnicas”, correspondem a 57,5% do faturamento da SESA – o custo da tarifa cobre apenas 40% da receita.

“Estamos dispostos a ajudar a Light no que ela precisa, mas acho que falta por parte deles parar de reclamar um pouco e botar a mão na massa para trabalhar, dialogar com as comunidades e aumentar sua base [de clientes]”, prosseguiu o governador.

Sobre o pedido feito pela Light à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na última semana para a renovação antecipada de sua concessão, Cláudio Castro despistou e reforçou que esta é uma decisão que cabe o governo federal.

“A gente não está dentro do processo para ver os números e nem fazemos advocacia administrativa para empresa alguma. Ninguém quer que um empreendedor vá mal ou saia no prejuízo, mas nós queremos um serviço bem-feito, com uma concessão equilibrada”, concluiu Castro.

Rikardy Tooge

Repórter de Negócios do InfoMoney, já passou por g1, Valor Econômico e Exame. Jornalista com pós-graduação em Ciência Política (FESPSP) e extensão em Economia (FAAP). Para sugestões e dicas: rikardy.tooge@infomoney.com.br