Ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried dá entrevista e diz que nunca quis cometer fraude

Sam Bankman-Fried lamentou o colapso da exchange e se agarrou à narrativa de que foi uma aposta que deu errado

CoinDesk

CEO da FTX Sam Bankman-Fried (Danny Nelson/CoinDesk)

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O colapso do império FTX de Sam Bankman-Fried deixou os clientes com fundos perdidos e questões não resolvidas.

Mas a tão esperada entrevista de quarta-feira de Bankman-Fried com Andrew Ross Sorkin, do The New York Times, não respondeu a muitas dessas perguntas, nem entregou o mea culpa que muitos esperavam ouvir do ex-bilionário cripto de 30 anos.

Bankman-Fried se agarrou à narrativa de que o colapso da FTX foi resultado de uma queda prematura do mercado e afirmou que não havia cometido nenhum crime conscientemente. Ele entrou na conversa virtualmente de sua residência nas Bahamas, contrariando o conselho de seus advogados.

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“Nunca tentei cometer fraude”, disse Bankman-Fried.

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As exchanges FTX.com e FTX US já foram avaliadas em US$ 40 bilhões, mas as companhias entraram com pedido de recuperação judicial no início deste mês, depois que uma matéria do CoinDesk apontou irregularidades no balanço patrimonial no braço comercial da FTX, a Alameda Research. Processos judiciais preliminares revelam que bilhões de dólares em fundos de clientes da FTX permanecem desaparecidos.

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Bankman-Fried reconheceu ter ficado nervoso após a publicação da matéria em 2 de novembro, embora “não achasse que fosse existencial para a FTX”.

Uma teoria é que Bankman-Fried transferiu indevidamente esses fundos entre a bolsa FTX e a Alameda, que gastou por meio de uma série de negociações ruins. Quando questionado repetidamente por Sorkin se ele recebia indevidamente depósitos de clientes e os emprestava à Alameda, Bankman-Fried disse que “não misturou fundos intencionalmente”.

Bankman-Fried atribuiu a situação a um erro contábil, dizendo que havia uma “discrepância substancial” entre as finanças auditadas legítimas da empresa e os números exibidos nos painéis defeituosos da exchange. “Fiquei surpreso”, disse ele, que se inquietou durante a entrevista e olhou repetidamente para o chão, embora não parecesse estar jogando videogame, como costuma fazer durante as entrevistas na imprensa.

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Quando pressionado sobre a relação entre Alameda e FTX, Bankman-Fried disse que havia diminuído com o tempo.

“Eu estava olhando principalmente do ponto de vista comercial”, disse, acrescentando que a Alameda representou apenas cerca de 2% do volume da FTX em 2022, abaixo dos cerca de 45% de volume em 2019. Ele disse que o fato de a FTX ter funcionários que moravam com funcionários da Alameda não parecia inapropriado.

Quando questionado sobre seu futuro e se ele tinha alguma responsabilidade criminal, Bankman-Fried gaguejou: “Eu pessoalmente não acho que … não é nisso que estou focando”.

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“Haverá um tempo e um lugar para pensar em mim e no meu futuro”, disse Bankman-Fried. “Tive um mês ruim. Agora, isso não é o que importa aqui”.

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