Aéreas sobem mais de 40% em 2018 e não decepcionam na bolsa; XP escolhe favorita

Com retomada da economia, setor aéreo é um dos que tendem a decolar na Bolsa

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Em um cenário de petróleo mais fraco, real mais valorizado e perspectivas econômicas otimistas para o Brasil, o setor aéreo é um dos que tendem a decolar na Bolsa. Um exemplo disso são as ações da Gol (GOLL4) e da Azul (AZUL4), que neste ano sobem 40,75% e 24,24%, respectivamente – no período, o Ibovespa, principal ‘benchmark’, sobe 14,24%.

Com expectativas construtivas para 2019, o mercado começa a ver com bons olhos esses papéis, que podem se beneficiar de uma recuperação da atividade econômica, competição mais racional e de um ambiente de custo mais controlado.

Para a XP Investimentos, a favorita é Azul. Os analistas lembram que ações da companhia negociam próximo dos níveis históricos de múltiplo (ou seja, sem grandes distorções) e apontam que podem sofrer um re-rating com a concretização dos ganhos de margem provenientes dos pontos citados acima, assim como de ganhos de eficiência, com a entrada de aeronaves de nova geração.

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Otimista com o case, a XP elevou para ‘compra’ a recomendação para os papéis de AZUL4, estimando um preço-alvo de R$ 40, o que totaliza um upside de 18,87% em relação ao fechamento do último dia 12.

Apesar da recente alta dos papéis (nesta semana sobem 6,54%), os analistas ainda enxergam um potencial de valorização por conta dos ganhos superiores de margem em 2019 e dos múltiplos atrativos.

Enquanto os dados de tráfego mostram que as companhias aéreas têm mantido comportamento racional no Brasil, ou seja, as adições de capacidade estão respeitando as tendências de demanda, no lado dos custos, níveis mais baixos de petróleo devem ajudar as margens das empresas do setor.

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Além disso, Azul se destaca por ter vantagens competitivas, como a existência de uma malha aérea mais exclusiva, menor exposição do balanço ao dólar (menor porção de dívida indexada à moeda), como outras ‘opcionalidades’ que não estão precificadas nos números da XP, como a aprovação final da joint venture com os Correios e os títulos conversíveis da TAP, de 90 milhões de euros.

Com relação à Gol, os papéis devem ter um potencial de valorização menor no próximo ano, segundo a equipe de Research da XP. “Acreditamos que os múltiplos atuais já reflitam boa parte desses benefícios. No entanto, reconhecemos que a empresa deva apresentar ganhos de margem e que a concretização do acordo com a Smiles possa gerar mais valor dependendo de seus termos finais”, escreve a analista Bruna Pezzin, que assina o relatório.

Ainda segundo Pezzin, Gol deve ser a mais diretamente impactada com o pedido de recuperação judicial da Avianca Brasil, por conta da sobreposição superior a 80% de suas rotas com as da Avianca. 

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