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Ibovespa fecha em queda de 0,62%, pressionado por exterior; dólar recua 0,38%, a R$ 5,34

Mercados internacionais se posicionam com cautela após Walmart diminuir seu guidance e na espera pela publicação do Fomc nesta quarta

Vitor Azevedo

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa fechou em queda de 0,62% nesta terça-feira (26), ficando em 99.646 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira acompanhou, majoritariamente, a movimentação das bolsas internacionais.

Nos Estados Unidos, o Dow Jones foi o benchmark que menos recuou, caindo 0,72%. S&P 500 e Nasdaq, por sua vez, tiveram baixas de, respectivamente, 1,16% e 1,87%.

“Hoje tivemos um pregão mais pesado. Nos Estados Unidos, as bolsas foram puxadas para baixo pelo setor de varejo, após o Walmart diminuir sua projeção para o segundo trimestre”, comenta Naio Ino, gestor de renda variável da Western Asset. “Além disso, tivemos por lá dados de venda de casas novas mais fracos. Tudo isso não ajuda”, completa.

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A perspectiva de menor crescimento econômico chegou a dar algum espaço para uma queda dos treasuries yields no longo prazo – o título com vencimento em dez anos teve sua taxa caindo 1,3 ponto-base. Na ponta curta, porém, o título para dois anos viu sua taxa avançar 2,6 pontos, para 3,061%.

“O mercado de juros ameaçou melhorar pela manhã no cenário internacional. Tivemos fechamento de taxa de juros nos EUA e na Europa, com dados mais fracos de crescimento e também pela questão do gás natural no Velho Continente, que ameaça o crescimento econômico”, diz Dan Kawa, gestor da TAG Investimentos. “Acabou, no entanto, que as taxas lá fora começaram a abrir de novo durante a tarde, com posição de cautela pelo Federal Reserve”.

Amanhã, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) decide a nova fed funds – com o mercado, majoritariamente, esperando uma alta de 0,75 ponto percentual.

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Segundo Kawa, a curva de juros do Brasil acompanhou em parte a movimentação vista no exterior mas, também, foi influenciada pela análise do IPCA-15, após uma análise mais estruturada. “O número cheio veio abaixo das expectativas, mas no qualitativo foi negativo. Os núcleos vieram ainda altos, bem como a difusão e a inflação de serviços. Isso, em um nível de taxa de juros como estamos, preocupa”, explica.

A curva de juros brasileira também fechou mista. Na ponta curta, os DIs para 2023 e 2025 tiveram suas taxas subindo cinco pontos-base e um ponto-base, respectivamente, para 13,89% e 13,20%. Na ponta longa, os DIs para 2029 e 2031 viram seus rendimentos recuarem um ponto-base, ambos, para 13,28% e 13,29%.

Entre as maiores quedas do Brasil, ficaram também companhias ligadas ao varejo e ao mercado interno. As ações ordinárias da Qualicorp (QUAL3) recuaram 8,10%, as da Magazine Luiza (MGLU3), 6,45%, e as da Via (VIIA3), 6,35%.

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“O Ibovespa caiu sofrendo, na linha do exterior, com as piores quedas ligadas também a consumo e à tech. É difícil fazer uma associação direta, mas são nomes que andaram bem na semana passada e que estão voláteis. Acho, porém, que pode ter algum impacto lá de fora”, diz o gestor da Western.

No câmbio, porém, a movimentação no Brasil foi diferente – enquanto o dólar ganhou força frente a seus pares internacionais, com o DXY subindo 0,70%, ele recuou 0,38% frente o real, a R$ 5,349 na compra e na venda.

As maiores altas do índice ficaram para os papéis ordinários da JBS (JBSS3), com mais 2,97%, do IRB (IRBR3), com ganhos de 1,59% e da Petrobras (PETR3), que subiu 1,44%.

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