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O colapso do projeto Terra (LUNA), apontado como um dos responsáveis pelo agravamento da queda das criptomoedas nas últimas semanas, já parece ter deixado o pior para trás, mas os reflexos ficaram. Apesar de alertas de alguns especialistas, o fim do projeto pegou muitos analistas de surpresa.
No centro do caso esteve um aplicativo de finanças descentralizadas (DeFi) que prometia juros de 20% anuais em dólar, o suficiente para atrair bilhões de dólares em capital investido e catapultar o preço da Luna, que chegou a valer US$ 120 em abril – hoje, a moeda vale menos de um centavo.
Agora, dados apontam para uma queda brusca no uso de aplicativos DeFi, que lidam com criptos altamente especulativas, em aparente sinal de que o medo instalado pela crise no projeto ainda deixa investidores receosos de que algo parecido possa acontecer de novo.
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Será que é possível continuar investindo em criptomoedas e, ao mesmo tempo, se prevenir contra ciladas do tipo?
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“A primeira coisa que precisa ser monitorada é se o projeto para de pé do ponto de vista de receita e despesa. Todo projeto que gasta mais do que arrecada é insustentável, e no caso da Terra (Luna) a uma história um pouco mais complicada”, contou Alexandre Vasarhelyi, sócio e gestor de portfólio da BLP Crypto, em participação ontem no Cripto+ (assista na íntegra no player acima).
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Segundo o especialista, o modelo complexo de estruturação de Luna e UST, que se retroalimentavam, dependia de entrada constante de capital para equilibrar o sistema, que era propenso a reagir negativamente no menor sinal de estresse.
“O problema desse equilíbrio é que ele é muito instável. Quando está entrando dinheiro é uma maravilha. Mas quando começa a sair você acelera a a saída dos melhores investidores, porque [o sistema] pode entrar em “espiral da morte“, que foi que aconteceu no caso do Luna”, explicou.
Para o gestor de criptomoedas, o projeto Terra (Luna) era promissor até que o criador, o sul-coreano Do Kwon, decidiu comprar Bitcoin (BTC) para lastrear a stablecoin UST. “Quando uma stablecoin resolve comprar Bitcoin como lastro, não faz o menor sentido. O Bitcoin tem uma volatilidade gigantesca. Ali foi uma grande dica”.
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A grande questão era que o sucesso da iniciativa dependia da direção que o Bitcoin tomaria a partir dali, já que a quantia de BTC comprada era bem menor que o valor de mercado da UST – o preço da moeda digital, portanto, precisaria disparar para o plano dar certo.
“Dólar+20 sem risco não tem. Se tem muito retorno, tem muito risco, necessariamente. É uma lição que custou caro para quem estava lá dentro – e tinha muita gente boa, não foi simples”, aponta o sócio da BLP, para quem as stablecoins algorítmicas parecem ainda mais perigosas a partir de agora.
“Das stablecoins algorítmicas nós gostamos da DAI, que é supercolateralizada. Terra (Luna) foi a melhor tentativa até hoje [de criar uma stablecoin puramente algorítmica]. Se o melhor cavalo tropeçou, eu não iria para outro por enquanto”.
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Nesse sentido, a Terra 2.0, nova versão da blockchain lançada no sábado e que disparou de preço hoje após listagem na Binance, também seria perigosa mesmo não tendo mais uma stablecoin. “Qual a credibilidade que o líder do projeto tem? Ele comprou Bitcoin e colocou em uma carteira que ele controlava. Eu não daria essa carta branca para alguém”, opinou o especialista.
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