Bitcoin e Ethereum em leve alta com guerra e decreto de Biden no radar; Santander lança empréstimos com blockchain

Criptos ensaiam retomada e começam a surgir primeiros sinais de que preços podem se segurar nos níveis atuais

Paulo Barros CoinDesk

(Pierre Borthiry/Unsplash)

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Após iniciar a semana em queda e colocar em risco um novo teste do suporte de US$ 34.500, o Bitcoin (BTC) amanhece o dia em alta de 1,8% e retoma parte das perdas de ontem, operando a US$ 38.871. O Ethereum (ETH) segue o mesmo ritmo e também avança 1,8%, para US$ 2.576.

O temor que ronda a guerra na Ucrânia continua dando o tom dos mercados – apesar de o BTC ser considerado um potencial refúgio contra a inflação, segue negociado como ativo de risco que sofre em períodos de instabilidade. No plano de fundo, está também o receio de uma inflação mais acentuada provocada pela disparada do petróleo.

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O arrefecimento da queda ocorre após o parlamento europeu retirar o banimento da mineração de Bitcoin da matéria que regula criptomoedas com votação marcada para semana que vem. No entanto, investidores seguem de olho em um decreto sobre criptomoedas que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deverá assinar em breve.

Segundo Ben McMillan, diretor de investimentos da IDX Digital Assets, o Bitcoin já está “precificado com muitas más notícias” e “a guerra na Ucrânia certamente não ajudou”. Mas, ele também aponta um dado otimista, destacando a preferência recente dos investidores pelas duas maiores criptos por valor de mercado, Bitcoin e Ethereum, em relação a outros ativos digitais.

“Estamos em um período agora abaixo de US$ 40 mil, onde historicamente começamos a ver os compradores começando a aparecer”, disse ele. “A estrutura de alta está intacta. Acho que parte disso é devido à migração ou consolidação dentro do mundo cripto em torno das principais participações de Bitcoin e Ethereum”, afirmou.

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Em termos de análise técnica, analistas apontam que o suporte em US$ 37 mil se mostra cada vez mais sólido, mas o nível de US$ 35 segue como mais importante. Segundo o analista gráfico Damanick Dantes, do CoinDesk, o impulso de alta está diminuindo no gráfico diário, o que aponta para uma maior consolidação em torno do preço atual, com resistência (zona com muito interesse de venda) em US$ 45 mil.

De acordo com o analista técnico Vinícius Terranova, a faixa entre US$ 37 mil e US$ 38 mil coincide com a média móvel de 200 dias. “No gráfico de 3 dias, a média móvel de 200 está suportando bem o atual ponto do Bitcoin.  Aqui é um ótimo ponto de compra.”

Com o respiro das principais criptomoedas do mercado, a maioria dos ativos do top 100 operam em alta ou em leve queda. Os maiores recuos são de criptos menores como Radix (XRD), Ecomi (OMI) e Frax Share (FXS), que cedem entre 5,5% e 6,7%.

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Já entre os maiores ganhos do dia está novamente a Waves (WAVES), cripto de uma blockchain russa que avança 26% nas últimas 24 horas e acumula valorização de 44% na semana.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h10:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 38.871,90 +1,8%
Ethereum (ETH) US$ 2.576,79 +1,8%
Binance Coin (BNB) US$ 384,94 +2,7%
XRP (XRP) US$ 0,725797 -1,8%
Terra (LUNA) US$ 81,55 +1,5%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

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Waves (WAVES) US$ 23,34 +26%
Zcash (ZEC) US$ 119,17 +11,4%
Theta Network (THETA) US$ 2,99 +11,2%
Arweave (AR) US$ 31,03 +9,3%
Synthetix (SNX) US$ 3,90 +8,7%

As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:

Radix (XRD) US$ 0,122005 -6,7%
Ecomi (OMI) US$ 0,00358885 -6,2%
Frax Share (FXS) US$ 18,76 -5,5%
THORChain (RUNE) US$ 4,36 -4,7%
Anchor Protocol (ANC) US$ 3,96 -4,6%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 34,38 -5,28%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 46,20 -3,75%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 37,08 -6,33%
Hashdex DeFi (DEFI11) R$ 35,85 -8,38%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 12,21 -4,59%
QR Ether (QETH11) R$ 9,15 -8,59%
QR DeFi (QDFI11) R$ 6,30 -9,35%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta terça-feira (8):

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Biden deve assinar decreto de criptomoedas nesta semana

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve assinar um decreto nesta semana resumindo a estratégia do governo do país para lidar com criptomoedas, de acordo com Bloomberg e Reuters, que citam pessoas familiarizadas com o assunto.

Uma ordem executiva de Biden direcionaria as agências federais a considerar possíveis mudanças regulatórias, segurança nacional e implicações econômicas decorrentes das criptomoedas.

Além disso, a ordem exigiria que agências federais relatassem ainda este ano sobre seu progresso em relação ao tratamento de tokens digitais.

A CoinDesk entrou em contato com a Casa Branca para confirmar a informação, mas não recebeu uma resposta até o momento.

Santander lança empréstimos garantidos com commodities em blockchain

O banco Santander lançou uma modalidade de empréstimos na Argentina com garantia em commodities tokenizadas.

Durante um período de teste em fevereiro, o Santander já concedeu empréstimos a agricultores argentinos em conjunto com a Agrotoken, uma plataforma de tokenização de commodities agrícolas com sede na Argentina.

“Esta é a primeira vez que uma plataforma de serviços financeiros usa a tecnologia blockchain e criptoativos para expandir o mercado de crédito agrícola e desbloquear o potencial de negócios dos agricultores”, disse Fernando Bautista, chefe de agronegócios do Santander Argentina, em comunicado.

Coinbase bloqueia 25 mil carteiras de criptomoedas de russos

A Coinbase está bloqueando 25 mil endereços de criptomoedas ligados à Rússia e que estariam ligados a atividades ilícitas.

O número, segundo a corretora, é resultado de anos de esforços de compliance contra criminosos russos, portanto não estaria relacionado à guerra na Ucrânia.

A Coinbase disse que não viu um aumento nas atividades ilícitas após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

As exchanges estão sob pressão para monitorar de perto a atividade de criptomoedas vinculada à Rússia nos dias seguintes ao ataque da Rússia à Ucrânia.

Muito disso se deve ao suposto risco da criptomoeda como ferramenta para evasão de sanções. A Coinbase e outros participantes do setor dizem que esses temores são exagerados.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos