Ações da Neoenergia (NEOE3) recuam após balanço; empresa busca novos projetos e quer sair de Belo Monte

Companhia reportou fortes resultados regulatórios, em linha com consenso, beneficiando-se, entre outros pontos, de reajustes tarifários

Augusto Diniz

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As ações da Neoenergia (NEOE3) recuam após a publicação do balanço do quarto trimestre, que apresentou queda de 36%, impactado pela reclassificação de Belo Monte para “Ativo mantido para venda”, com ajuste não caixa negativo de R$ 482 milhões.

Os papéis fecharam em baixa de 1,41%, cotados a R$ 16,07. Para analistas, o resultado da empresa ficou dentro do esperado.

Na avaliação do Credit Suisse, a Neoenergia reportou fortes resultados regulatórios anualmente, em linha com consenso de mercado, beneficiando-se de reajustes tarifários, uma nova unidade distribuição incorporada e desempenho de custo decente.

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Os números da geração foram melhores do que o esperado, principalmente devido a resultados térmicos mais fortes, apesar do desempenho mais fraco nas unidades hidrelétricas. O Credit mantém avaliação outperform para Neoenergia, e preço-alvo de R$ 23,30.

A Ativa destacou que os resultados foram em linha com as projeções, por conta da continuação da recuperação dos volumes distribuídos em seus mercados e do impacto dos reajustes nas tarifas do mercado cativo, diante do reconhecimento da repactuação do GSF (sem efeito caixa).

Adicionalmente, a Ativa ressaltou os avanços das obras em transmissão, pela entrada em operação do Complexo Eólico Chafariz, pela maior disponibilidade de recursos eólicos em seus demais parques, pela geração termelétrica em Termopernambuco e pela melhor margem de sua comercializadora.

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“Apesar do aumento na PECLD e de sofrer contabilmente os efeitos do ajuste referente à colocação de Belo Monte à venda, as despesas operacionais ajustadas vieram em linha com nossa modelagem, tal como o resultado de equivalência patrimonial”, acrescentou.

Enquanto isso, os analistas do Itaú BBA destacaram que os números da empresa para o 4T21 foram positivos. “Apesar dos sólidos resultados entregues até o momento, a Neoenergia teve desempenho inferior aos seus principais concorrentes nos últimos meses e é um dos nomes mais baratos em nossa cobertura”, ressalta o BBA, que tem classificação outperform e preço-alvo de R$ 27,00.

Neoenergia (NEOE3) busca novos projetos

Os recém-conquistados projetos em leilão foram foco na apresentação da Neoernegia (NEOE3) para analistas de mercado nesta sexta (18), pela manhã.

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Mario Ruiz-Tagle, CEO da empresa, não deixou de comemorar as duas conquistas em leilões promovidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), realizados em dezembro do ano passado. Segundo ele, os novos empreendimentos trarão sustentabilidade à companhia a longo prazo.

A aquisição do lote 1 no certame de transmissão, de desenvolvimento de uma subestação de 500 kV em Minas Gerais, é uma dessas conquistas. O capex é de R$ 660,9 milhões.

A outra conquista foi no leilão de reserva de energia com a Termopernambuco, onde foi vendida toda a capacidade disponível da usina, de 498 MW, com início de fornecimento em 2026, assegurando a receita fixa de potência de R$ 207 milhões por ano.

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Também foi destacado pelo executivo o inicio da operação comercial em julho passado do Parque Eólico de Chafariz (PB), agregando 471 MW na geração de energia instalada da Neoenergia.

Nova distribuidora de energia antecipou patamar regulatório

A apresentação para analistas também foi marcada pela explanação do andamento do projeto da Neoenergia Brasília. A empresa venceu o leilão de concessão da CEB Distribuição em dezembro de 2020, e passou a operar a distribuidora em março. Foi pago R$ 2,5 bilhões pela concessão.

A empresa informou ter feito um investimento inicial de R$ 190 milhões no Distrito Federal, com redução das perdas e aumento da arrecadação, além de eficiências na operação. Segundo a Neonergia, a sua distribuidora de Brasília – que tem cerca de 1,1 milhão de clientes – antecipou o patamar regulatório de 2024 para 2023, relação à redução de perdas. Há um programa de demissão voluntária na concessionária em andamento.

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Empresa confirma a entregue em 2022 de dois projetos de geração

O Complexo Eólico Oitis, no Piauí e Bahia, com 12 parques e capacidade de 566,5 MW, está em início de montagem dos aerogeradores, sendo que 60% da linha de transmissão está concluída. O início da operação está previsto para o 1º semestre de 2022.

Já o Parque Solar Fotovoltaico Luzia, na Paraíba, com dois parques e capacidade de 149 MW, está agora avançando na construção da linha de transmissão e subestações. O inicio da operação está previsto para o 2º semestre de 2022.

Neoenergia quer vender sua participação em Belo Monte

A empresa ressaltou que no 4T21, foi registrado -R$ 482 milhões no lucro líquido referente ao ajuste de valor da UHE Belo Monte. A administração decidiu avançar nas análises e providências com vistas a determinar as condições para a venda da sua participação acionária.

“Esse desinvestimento está alinhado com a estratégia da companhia, tendo em vista que se trata de uma participação minoritária (10%). Dessa forma, o saldo do investimento em Belo Monte foi transferido da rubrica ‘investimentos’ para ‘ativos não circulantes mantidos para venda’”.

Analistas de mercado avaliam que a venda estaria relacionada a riscos de governança e retorno baixo.

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