Méliuz: sem surpresas com balanço, analistas mantêm otimismo em meio à competição no e-commerce; ação sobe 4,5%

Companhia encerrou o terceiro trimestre com prejuízo líquido consolidado de R$ 2,95 milhões, revertendo lucro de R$ 4,73 milhões um ano antes

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Com aumento das despesas na linha de pessoal, o Méliuz (CASH3) encerrou o terceiro trimestre de 2021 com prejuízo líquido consolidado de R$ 2,95 milhões, revertendo lucro de R$ 4,73 milhões um ano antes.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) da companhia também ficou no vermelho no período, em R$ 9,3 milhões, enquanto o Ebitda ajustado ficou negativo em R$ 9,9 milhões.

Apesar dos dados negativos, analistas do mercado veem os números em linha com o esperado e seguem otimistas com as oportunidades para a companhia no longo prazo, em meio ao forte crescimento do e-commerce.

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As ações CASH3 operaram em baixa na B3 durante boa parte da manhã desta quarta-feira (17), mas viraram para ganhos de 4,49%, a R$ 3,72.

Em relatório, o Itaú BBA diz que os resultados vieram em linha com as estimativas, com destaque para a receita líquida, que ficou um pouco acima da projeção, com queda marginal na lucratividade devido aos esforços da empresa em expandir sua equipe para suportar o crescimento orgânico.

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A empresa fechou o mês de outubro de 2021 com 395 colaboradores, mais que o dobro do número de funcionários do dia do IPO, em novembro de 2020.

O Itaú BBA mantém avaliação outperform (acima da média do mercado) para as ações do Méliuz, e preço-alvo de R$ 11,00, o que implica potencial de alta de quase 210% ante a cotação do fechamento anterior, de R$ 3,56.

O Bradesco BBI também não se diz surpreso com o balanço trimestral, dado que o desempenho das receitas já foi antecipado em certa medida pelos dados operacionais divulgados anteriormente. Além disso, os analistas defendem que o aumento sequencial dos custos era previsto, dado que a empresa continua investindo em sua equipe e plataforma.

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O banco mantém avaliação outperform para ações do Méliuz e preço-alvo de R$ 15,00, ou potencial de valorização de 321% frente o fechamento da véspera.

Oportunidades à frente

Em relatório, o Morgan Stanley destaca que o Méliuz reportou no terceiro trimestre receita acima do consenso de mercado, mas que os investimentos em crescimento contribuíram para perda de Ebitda.

O banco vê uma oportunidade de mercado crescente para plataformas afiliadas como o Méliuz, embora as principais iniciativas da empresa em fintech e comércio internacional continuem em estágio inicial.

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Dessa forma, o banco mantém avaliação equal-weight (perspectiva de valorização dentro da média de mercado) para as ações do Méliuz, e preço-alvo de R$ 6,50.

Já a XP afirma que os resultados vieram em linha com o esperado, e que a receita líquida mais fraca do que a prevista foi explicada principalmente pelo segmento de serviços financeiros, impactado pelo fim das campanhas pagas de marketing relacionadas ao cartão co-branded.

Os analistas veem a empresa como um ótimo veículo para capturar a competição agressiva no e-commerce e com “opcionalidades ainda não precificadas”.

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O time de análise chama atenção ainda para o índice de cashback sobre a comissão, que ficou em 53% no trimestre, o que é visto pelo time como saudável, dado que a XP espera margens mais pressionadas no curto prazo para manter esse índice de crescimento.

A casa mantém recomendação de compra para ações do Méliuz e preço-alvo de R$ 8,00.

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