Ações de construtoras e de shoppings caem até 5% e Ultrapar tem forte baixa; Banco Inter e Americanas sobem até 4,5%

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (26)

Lara Rizério

(Fotos Públicas)

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SÃO PAULO – A sessão desta quinta-feira (26) começou “morna” para o Ibovespa, mas o índice intensificou as perdas e passou a cair mais de 1%, com o mau humor externo se somando aos temores sobre a crise hídrica e impacto da inflação no Brasil.

Poucas ações do benchmark da Bolsa fecharam em alta, com destaque para o Banco Inter (BIDI11, R$ 67,12, +4,56%), subindo cerca de 4,5%, seguindo a volatilidade das últimas sessões. Na véspera, os papéis caíram 4,42%.

Os papéis da Americanas (AMER3, R$ 43,23, +1,91%) e da holding Lojas Americanas (LAME4, R$ 5,95, +2,41%), em forte queda no ano, também avançaram. Além delas, Marfrig (MRFG3, R$ 20,96, +0,24%) e WEG (WEGE3, R$ 36,77, +1,07%) fecharam no positivo.

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Já a CVC (CVCB3, R$ 22,19, -3,10%) virou para baixa de mais de 3% depois de chegar a subir mais de 3%, após informar que  o fundo Opportunity HDF e Opportunity Gestão de Investimentos compraram ativos da CVC, chegando a fatia de 15,20% do total de ações ON.

Construtoras e empresas do setor de shoppings registravam forte queda, em meio às perspectivas de alta de juros. Em destaque, os ativos da Cyrela (CYRE3, R$ 19,94, -5,94%) registraram baixa de cerca de 6% após subirem forte nos últimos dois pregões. EzTec (EZTC3, R$ 27,01, -4,25%), MRV (MRVE3, R$ 13,05, -3,83%), brMalls (BRML3, R$ 9,09, -3,50%), Multiplan (MULT3, R$ 21,07, -3,35%) e Iguatemi (IGTA3, R$ 35,15, -5,28%) caíram forte.

Enquanto isso, apesar da alta do minério, as ações de Vale (VALE3, R$ 98,23, -1,28%) e siderúrgicas como CSN (CSNA3, R$ 36,56, -3,02%), Usiminas (USIM5, R$ 17,32, -3,46%) e Gerdau (GGBR4, R$ 28,44, -2,10%) registraram baixa, menos expressiva para VALE3 e com queda mais forte para as siderúrgicas.

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Já a Petrobras (PETR3, R$ 28,22, -0,81%; PETR4, R$ 27,49, -0,87%), que realizou a venda da REMAN, mas fracassou com a venda da RNEST, registrou leve baixa. Ultrapar ([ativo-UGPA3], R$ 14,63, -5,25%) teve perdas de mais de 5%. Os analistas do Bradesco BBI traçaram alguns riscos para a negociação da Ultrapar para a compre da REFAP (Refinaria Alberto Pasqualini).

Em dia de aversão ao risco do mercado, bancos como Itaú (ITUB4, R$ 30,24, -2,42%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 30,07, -1,41%), Bradesco (BBDC3, R$ 19,69, -1,99%; BBDC4, R$ 22,97, -1,92%) e Santander Brasil (SANB11, R$ 40,90, -1,59%) também registraram queda.

Fora do índice, as ações da OceanPact (OPCT3, R$ 4,81, +8,82%) avançaram cerca de 9%. O Itaú BBA cortou o preço-alvo para a ação, mas ainda manteve a recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para o ativo.

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Confira mais destaques:

Petrobras (PETR3, R$ 28,22, -0,81%; PETR4, R$ 27,49, -0,87%)

A Petrobras comunicou a venda da refinaria Isaac Sabbá (REMAN) por US$ 189,5 milhões para a Ream Participações, dos sócios da Atem’s Distribuidora de Petróleo.

A Petrobras também buscou vender a Refinaria de Abreu e Lima (RNEST). Porém, de acordo com a empresa, os interessados não apresentaram propostas. A Petrobras comunicou que está encerrando o processo de venda para avaliar os “próximos passos”.

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O Morgan Stanley ressalta que, embora a venda da REMAN tenha sido um movimento na direção certa, a RNEST é uma unidade muito maior, com maior capacidade de processamento. Além disso, a refinaria tem potencial para aumentar a capacidade.

“Até o momento, a Petrobras tem enfrentado desafios no processo de desinvestimento da REPAR e da RNEST, o que pode aumentar a percepção de risco para a indústria de downstream no país”, apontam os analistas.

Ultrapar (UGPA3, R$ 14,63, -5,25%)

Ainda sobre o assunto Petrobras e refinaria, o Bradesco BBI afirma que Ultrapar e Petrobras têm até o final de outubro para negociar os termos finais da fusão da Refap. Até lá, o negócio é incerto, já que a Ultrapar poderia desistir da compra sem pagar multas. O banco reconhece que afirmou anteriormente que possuir uma refinaria poderia gerar valorização para a Ultrapar, e diz que ainda acredita nesta tese.

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Mas diz que o cenário político vem mudando no Brasil, e que o resultado da eleição presidencial é altamente incerto em 2022. A Ultrapar continua comprometida com o processo de compra, e notícias recentes indicam que o valor poderia chegar a US$ 1,2 bilhão, frente à valoração apontada pelo banco, de US$ 1,6 bilhão.

O banco diz que, dependendo do resultado da eleição, criar valor a partir da venda da Refap poderá se tornar mais difícil, em especial se a compra da Refap, no Paraná, não se concretizar. O Bradesco mantém avaliação neutra (perspectiva de valorização dentro da média do mercado) para a Ultrapar, e preço-alvo de R$ 21.

Vibra Energia (BRDT3, R$ 26,44, -0,56%)

A Vibra, ex-BR Distribuidora, realizará em 31 de agosto de 2021 o pagamento da segunda parcela referente à remuneração aos acionistas sob forma de dividendos, aprovados na última AGO, relativos ao exercício de 2020. O valor total dos dividendos a serem pagos no dia 31 de agosto de 2021 será de R$ 721,73 milhões (ou R$ 0,61951576215 por ação) dos quais cerca de R$ 707 milhões (R$ 0,60693556505) de principal e cerca  R$ 14,65 milhões (R$ 0,01258019711 por ação) de atualização monetária.

Farão jus aos dividendos os acionistas na posição acionária do dia 15 de abril de 2021 (inclusive). As ações da companhia passaram a ser negociadas ex-dividendos a partir de 16 de abril de 2021. Sobre o valor da atualização monetária haverá incidência de imposto de renda, excetuando-se os acionistas imunes e isentos.

“Vale destacar que em de 2021 já foram pagos Juros sobre capital próprio e dividendos no valor total de cerca de R$ 1,6 bilhão (R$ 1,37817085499 por ação), que somados a esta última parcela perfazem um valor total distribuídos aos acionistas de R$ 2,327 bilhões (R$ 1,99768661714), referente ao exercício 2020.

Santander Brasil (SANB11, R$ 40,90, -1,59%)

Em entrevista à agência Reuters, o superintendente da Santander Financiamentos, Marcio Giovannini, afirmou que o Santander Brasil (SANB11) está ampliando parcerias com varejistas em segmentos de crescimento acelerado para tentar acelerar sua carteira de financiamento ao consumo, no momento em que o país começa a sair da recessão provocada pela pandemia.

Desde dezembro passado, o banco elevou de 9 para 15 os segmentos em que atua no crédito ao consumo em parcerias com redes, passando a financiar desde a compra de equipamentos agrícolas e painéis solares a tratamentos odontológicos, passando por móveis e decoração.

CVC (CVCB3, R$ 22,19, -3,10%)

O fundo Opportunity HDF e Opportunity Gestão de Investimentos compraram ativos da CVC, chegando a fatia de 15,20% do total de ações ON, correspondente a 30.569.183 de ações.

MRV (MRVE3, R$ 13,05, -3,83%) 

A MRV informou que o Morgan Stanley chegou a um aposição equivalente a 5% do número total de ações ordinárias da construtora.

Track Field (TFCO4, R$ 14,50, -4,10%) 

A Safari Capital passou a deter 4,93% das ações preferenciais da Track Field, correspondentes a 3.547.300 ações preferenciais.

Lavvi (LAVV3, R$ 6,49, -3,99%)

A Miles Capital diminuiu a sua fatia na Lavvi para nível inferior a 5% do total das ações ordinárias.

Enauta (ENAT3, R$ 13,62, -5,09%)

A Enauta comunicou que a sua subsidiária Enauta Energia assinou Memorando de Entendimento (MoU) com a Yinson Holdings Berhad, por meio de sua subsidiária Yinson Acacia, para a negociação direta e exclusiva dos contratos de fornecimento do FPSO para o Sistema Definitivo  do Campo de Atlanta.

O MoU estabelece o início de negociação direta com exclusividade para o fornecimento do FPSO, abrangendo os acordos para afretamento, operação e manutenção da unidade de produção. A Yinson é uma empresa independente de prestação de serviços de FPSOs que atua globalmente e opera unidades de produção na África Ocidental, Américas, Europa e Sudeste Asiático.

“O MoU representa uma oportunidade de antecipar decisões relevantes para o sucesso da licitação do sistema definitivo de Atlanta e permite maior previsibilidade do início da operação e condições do SD de Atlanta. Decidimos seguir em frente com a Yinson, uma empresa tradicionalmente fornecedora de FPSOs, mundialmente conhecida, que já está se estabelecendo no mercado brasileiro. Chegamos a um acordo que corresponde às nossas expectativas de entregar um sistema de produção seguro e robusto. A Enauta também está alinhada com a Yinson em implementar soluções que minimizem a intensidade de carbono por barril produzido”, comentou Carlos Mastrangelo, Diretor de Operações da Companhia.

O processo de licitação do FPSO considera um FPSO com capacidade para processar 50 mil barris de óleo por dia, ao qual estarão conectados de 6 a 8 poços produtores, três deles já em operação no Sistema de Produção Antecipada. A licitação considera a adaptação de um FPSO existente e ainda não utilizado, o OSX-2, possibilitada por um contrato de exclusividade com opção de compra assinado pela Enauta. O processo de licitação dos demais serviços e equipamentos necessários para o desenvolvimento do SD está em andamento.

Adicionalmente, a empresa entrou com o pedido junto ao IBAMA para a obtenção da licença prévia do SD. A Companhia espera tomar a decisão final de investimento do SD no início de 2022 para assegurar o início da produção em meados de 2024. Localizado na Bacia de Santos, o Campo de Atlanta é operado pela Enauta Energia S.A., subsidiária integral da Companhia, que também detém 100% deste ativo.

OceanPact (OPCT3, R$ 4,81, +8,82%)

O Itaú BBA atualizou suas estimativas para a ação da OceanPact, cujo  preço já caiu 65% desde a oferta inicial de ações (IPO na sigla em inglês) em fevereiro, e que os papéis têm tido desempenho significativamente abaixo do índice em meio a resultados frustrantes e eventos que erodiram a confiança de investidores sobre o potencial de longo prazo da empresa.

O banco atualizou o preço-alvo de R$ 16 para 2021 para R$ 9 para 2022, mantendo a recomendação outperform para os papéis.

Sinqia (SQIA3, R$ 23,18, -2,40%)

A Sinqia informou que realizará uma oferta de ações primárias de, inicialmente, 11,58 milhões de novas ações, com esforços restritos de colocação.

CCR (CCRO3, R$ 12,37, -2,29%) 

A CCR informou que IG4 Transport celebrou na última quarta-feira contrato de compra e venda de ações (stock purchase agreement), em conjunto com a Andrade Gutierrez Participações.

Eletrobras (ELET3, R$ 38,81, -0,61%; ELET6, R$ 39,04, -0,96%)

Os investimentos nas obras da usina nuclear de Angra 3 desde dezembro de 2020 até 2023 deverão somar R$ 6 bilhões, apontou em apresentação nesta quarta-feira a Eletronuclear, subsidiária da estatal Eletrobras (ELET3). Segundo a diretora financeira da Eletrobras, Elvira Presta, os aportes para a usina, que deverá funcionar em 2026, mostram o compromisso da companhia em finalizar o empreendimento.

Vitru (VTRU: Nasdaq)

A Vitru Educação apresentou seus números do segundo trimestre de 2021. A receita líquida no negócio de Graduação Digital cresceu 35,3%, em relação ao mesmo período do ano passado. Já a receita líquida consolidada obteve crescimento de 30,1%. O Ebitda ajustado consolidado do primeiro semestre de 2021 somou R$ 96,5 milhões e representa um crescimento de 28,6% em comparação com o primeiro semestre de 2020.

O Credit Suisse avalia que a Vitru continua em sua trajetória de crescimento, sem impacto significativo sobre sua lucratividade. E que o ganho de escala com a compra da Unicesumar, ainda a ser aprovada, deve contribuir. O banco diz que continua a acreditar na escolha estratégica da Vitru em favor do ensino a distância, e na disciplina da gestão durante o crescimento.

O Credit mantém avaliação neutra (perspectiva de valorização dentro da média do mercado), e preço-alvo de US$ 15, frente à cotação de US$ 17,5 dos papéis VTRU na quarta na Nasdaq.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.