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(Bloomberg) – No final de julho, a secretária de Comércio dos Estados Unidos, Gina Raimondo, disse que a situação estava melhorando para montadoras afetadas pela escassez de chips que fechou fábricas e paralisou a produção.
Mas, ao que parece, não muito. Nesta semana, fornecedores desses componentes eletrônicos essenciais alertaram que o problema está longe de acabar e disseram que o rápido giro da indústria automobilística para veículos elétricos pode dificultar ainda mais sua capacidade de fechar a lacuna. Seus clientes compartilham a visão cautelosa.
Segundo as duas maiores fabricantes de chips usados por montadoras, Infineon Technologies e NXP Semiconductors, oferta e demanda não estarão equilibradas até meados do próximo ano.
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Isso significaria uma crise prolongada para montadoras que enfrentam o problema desde o fim de 2020.
“É muito importante enfatizar o quanto estamos aumentando a oferta”, disse o CEO da NXP, Kurt Sievers, em entrevista. “A demanda ainda supera a oferta”, e o aperto durará até 2022, afirmou.
As fabricantes de chips têm pouco do que reclamar, pois o aumento da receita elevou os lucros a níveis recordes.
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Mas concessionárias de automóveis estão com os pátios vazios, o que limita a oportunidade de as montadoras aproveitarem ao máximo o aumento da demanda pós-Covid. Com as incertezas prolongadas, as montadoras podem perder pelo menos US$ 110 bilhões em vendas este ano.
A escassez também ameaça desacelerar a transição para veículos elétricos. As marcas de automóveis anunciaram uma série de novos modelos elétricos este ano, e até ícones de motores a gasolina, como a picape F-150 da Ford, estão recebendo versões elétricas.
Baterias, motores elétricos e sistemas que monitoram e controlam VEs são baseados em semicondutores. Novos recursos de entretenimento, segurança e assistência ao motorista também contam com chips.
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O efeito líquido é que um carro agora precisa de muito mais semicondutores.
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Ilustrando isso, as vendas de chips para automóveis da NXP aumentaram 21% no primeiro semestre em comparação com o mesmo período de 2019, antes da pandemia. Isso mesmo com a produção mundial de automóveis tendo encolhido 13%, de acordo com Sievers.
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O conteúdo de semicondutores em veículos elétricos, incluindo híbridos, é o dobro de um carro movido a gasolina, disse. Em 2022, os VEs serão responsáveis por cerca de 25% da produção de automóveis, o dobro dos 12% em 2020.
São necessários meses para que fabricantes de chips possam aumentar a produção, ou dois anos para construírem uma fábrica de bilhões de dólares. Enquanto isso, a pandemia de coronavírus ainda causa problemas na produção.
A grande maioria dos chips usados em veículos são fabricados com tecnologias de produção mais antigas. A indústria não investiu nesse tipo de fabricação porque está mais perto da obsolescência e é menos lucrativa do que os chips usados em smartphones e computadores mais recentes.
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Ainda assim, uma série de fábricas planejadas ou em andamento deve ajudar, embora não tão cedo.
“Levará de 12 a 18 meses para essas fábricas entrarem em operação”, disse Syed Alam, responsável pela prática de semicondutores da Accenture. “O silício no setor automotivo vem crescendo rapidamente. Os veículos elétricos levam isso a um nível diferente.”
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