Fundo canadense será sócio da Vivo na fibra óptica, repercussão do balanço da Via Varejo, noticiário de Petrobras e mais

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta quarta-feira (3)

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo tem como destaque a repercussão dos resultados da Via Varejo, além dos efeitos da alta do minério de ferro e aço sobre Vale e siderúrgicas. Petrobras tem um noticiário movimentado, entre as suspeitas de insider trading e a saída de quatro conselheiros da estatal.

Já a Telefônica Brasil anunciou acordo com a gestora canadense de fundos de pensão CDPQ, que investirá até 1,8 bilhão de reais em uma joint-venture da empresa para a formar uma rede de fibra ótica de atacado no Brasil. Confira os destaques:

Via Varejo (VVAR3)

Em destaque, a Via Varejo registrou lucro líquido de R$ 336 milhões no quatro trimestre de 2020, revertendo o prejuízo de R$ 875 milhões visto no mesmo período do ano anterior. O desempenho foi impulsionado por uma “transformação digital” acelerada pela pandemia de coronavírus, segundo a companhia. O lucro líquido operacional ficou em R$ 209 milhões, ante R$ 78 milhões no quarto trimestre de 2019.

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“Esperamos uma reação positiva do mercado uma vez que a companhia entregou resultados acima do consenso e destacou diversas iniciativas a serem entregues em 2021 na frente operacional, logística e financeira que, ao nosso ver, devem gerar valor ao longo do tempo. Além disso, acreditamos que a forte adição de sellers nos dois primeiros meses do ano deve ser bem recebida pelo mercado. No entanto, é importante chamar atenção que devemos esperar pelos resultados das demais companhias do setor – B2W e Lojas Americanas em 4 de março e Magalu dia 8 – para termos um melhor entendimento sobre a performance relativa da companhia”, apontam os analistas da XP Investimentos.

Eles ainda apontaram que a Via Varejo destacou diversas iniciativas no seu release de resultados a serem entregues em 2021 que, ao nosso ver, estão na direção correta e devem gerar valor ao longo do tempo. “No entanto, continuamos a esperar um cenário competitivo bastante desafiador nesse ano, o que pode criar obstáculos nas entregas da companhia. Mantemos nossa recomendação neutra e preço alvo de R$ 20 por ação para o fim de 2021 para VVAR”, ressaltam.

O Morgan Stanley comentou os resultados da Via Varejo, destacando o aumento de 30% no faturamento das vendas em mesmas lojas e online, abaixo do patamar de 43% do trimestre anterior, mas acima do nível de 1% do primeiro semestre. O faturamento está em linha com a expectativa do Morgan Stanley.

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As margens Ebitda ficaram em 7,5%, pouco abaixo da estimativa de 7,7% do Morgan Stanley, mas acima do consenso, de 7,1%. A receita líquida cresceu 24% na comparação anual, 2% abaixo da estimativa do Morgan Stanley . O Ebitda ajustado ficou 5% abaixo de sua estimativa, mas 2% acima do consenso. O Morgan Stanley mantém avaliação de equal-weight (expectativa de valorização dentro da média do mercado), com preço-alvo de R$ 16, frente aos R$ 12,02 de fechamento na terça (2).

O Bradesco BBI classificou os resultados da Via Varejo para o quarto trimestre como fortes. O faturamento com vendas cresceu 30%, 3% acima da expectativa do banco, com alta de 6% nas vendas em lojas, e de 106% no e-commerce, que crescera 218% no trimestre imediatamente anterior.

A alta no quarto trimestre fica acima daquela da B2W e do Mercado Livre. Mas o banco ressalta que a questão a ser observada é o quanto esse ritmo se desacelerará a partir de abril.

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O Ebitda ajustado de R$ 709 milhões ficou 4% acima de sua estimativa, como resultado de menor pressão sobre a margem bruta do que esperava, de 1,1%, frente a sua estimativa de 2,3%. Isso foi parcialmente compensado pelo aumento dos gastos administrativos e despesas gerais como parcela de suas vendas, de 23,9%, frente a estimativa do Bradesco de 22,9%.

A receita líquida ajustada de R$ 209 milhões ficou acima de sua estimativa de R$ 143 milhões. Mas o banco ressalta que as provisões de R$ 271 milhões, que o banco supõe estarem ligadas a processos judiciais, e quase R$ 250 milhões ligados principalmente a reestruturação, foram excluídos desses dados ajustados.

O banco diz que os resultados não alteram sua visão sobre a perspectiva para o e-commerce da Via Varejo em 2021, destacando que a empresa elevou em 3 pontos percentuais sua fatia de mercado. O banco se diz preocupado com o mercado neste ano, que espera que seja mais difícil. Isso pode ter um impacto sobre lucratividade e fluxo de caixa. Assim, o mantém avaliação neutra e preço-alvo de R$ 17.

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O Credit Suisse apontou que os números ficaram em linha com suas estimativas.  Mas, apesar do resultado não surpreender, afirma que a combinação entre execução e o nível atual de preço da empresa faz com que tenha uma visão positiva sobre o investimento na Via Varejo. O banco mantém avaliação de outperform, e preço-alvo de R$ 24.

Minério de ferro e aço

Os futuros do aço na China chegaram a saltar mais de 5% nesta quarta-feira, para o maior nível em uma década, à medida que o plano do país de adotar mais medidas de proteção ao ambiente geraram preocupações sobre possíveis cortes de produção, enquanto o minério de ferro também subiu.

Além de um pedido do ministério da indústria por cortes na produção siderúrgica neste ano, alertas de forte poluição na província de Hebei e a chegada de um encontro anual do parlamento também devem afetar a produção no curto prazo, disse a SinoSteel Futures em nota.

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O contrato mais ativo do vergalhão de aço na bolsa de futuros de Xangai SRBcv1, para entrega em maio, fechou em alta de 3,9%, a 4.842 iuanes (US$ 749,11) por tonelada. Ele chegou a saltar até 5,6% mais cedo na sessão, para o maior nível desde agosto de 2011.

O volume negociado do produto usado em construção ficou em 196,8 mil toneladas na terça-feira, o maior volume diário transacionado desde 4 de janeiro, segundo a consultoria Mysteel.

Os futuros do minério de ferro na bolsa de Dalian DCIOcv1 também avançaram, com alta de 1,8%, para 1.154 iuanes por tonelada.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras também chama a atenção, após quatro conselheiros informarem à estatal que não pretendem ser reconduzidos ao colegiado na próxima Assembleia Geral Extraordinária (AGE). São eles João Cox Neto, Nivio Ziviani, Paulo Cesar de Souza e Silva e Omar Carneiro da Cunha Sobrinho.

O Credit Suisse comentou a notícia de que quatro de seus conselheiros, todos apontados pelo governo, pretendem deixar o conselho. O banco destaca que, atualmente, membros independentes formam a maioria do conselho. Mas o patamar mínimo exigido pela empresa é menor, de 40%.

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Assim, o risco é de que o governo indique nomes mais próximos. O banco vê a notícia como negativa para a Petrobras, e diz acreditar que poderia levar a maior influência sobre a estatal. O Credit mantém avaliação de underperform (perspectiva de valorização abaixo da média do mercado) para a Petrobras, com preço-alvo de US$ 8 para os ADRs negociadas na Bolsa de Nova York.

Também em destaque, em resposta a ofício enviado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Petrobras detalhou o processo de análise do nome de Joaquim Silva e Luna, indicado para a presidência da estatal. No comunicado, a companhia lembra que a indicação será analisada pelo Comitê de Pessoa, que tem oito dias para concluir os trabalhos. O prazo pode ser prorrogado por mais oito dias.

O ofício foi motivado por nota da Coluna do Broadcast, que trata das exigências colocadas no estatuto da empresa para a nomeação de executivos. A Petrobras lembra que o comitê terá a função de auxiliar os acionistas, opinando sobre o preenchimento de requisitos e a ausência de vedações, e verificar a conformidade do processo de indicação. A AGE será convocada 30 dias depois do edital de convocação.

Ainda no radar, a Comissão de Valores Mobiliários vai apurar se houve uso de informação privilegiada na compra de ações da Petrobras realizada na quinta-feira de 18 de fevereiro, pouco antes de o presidente Jair Bolsonaro indicar, em live, que pretendia fazer mudanças na estatal, que culminaram na demissão de Roberto Castello Branco da presidência da empresa.

Reveladas pelo jornal O Globo, as negociações com opção de venda pouco antes das ações, feitas pela corretora Tullet Prebon, podem ter gerado um lucro de até R$ 18 milhões, ou 11.125%. A identidade de quem fez as operações é protegida por sigilo bancário. As duas compras de opções de venda de ações da estatal começaram a ser realizadas 20 minutos após o fim de uma reunião do presidente Jair Bolsonaro com seis ministros no Palácio do Planalto. Constam na agenda oficial os nomes de Bento Albuquerque, das Minas e Energia, Paulo Guedes, da Economia e Tarcísio Freitas, da Infraestrutura, além dos generais Luiz Eduardo Ramos, da articulação política, Walter Braga Neto, da Casa Civil, e Augusto Heleno, da Segurança Institucional.

Telefônica Brasil (VIVT3)

A Telefônica Brasil anunciou nesta terça-feira acordo com a gestora canadense de fundos de pensão CDPQ, que investirá até R$ 1,8 bilhão em uma joint-venture da empresa para a formar uma rede de fibra ótica de atacado no Brasil.

O acordo inclui ainda a espanhola Telefónica Infra, do grupo controlador da companhia que opera sob a marca Vivo no Brasil. A joint-venture será formada por CDPQ com 50% de participação e o restante dividido em partes iguais entre a Telefônica Brasil e a Telefónica Infra, informou a operadora.

“Isto resulta em uma valoração implícita dos ativos ‘brownfield’ contribuídos pela Vivo de 16,5 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 2020 pro-forma”, informou a Telefônica Brasil.

A transação visa a acelerar a expansão da rede fibra ótica (FTTH) para novas localidades. A joint-venture, chamada de FiBrasil, tem como meta atingir cerca de 5,5 milhões de lares em quatro anos, com foco em cidades médias fora do Estado de São Paulo, base original da Telefônica Brasil.

Há meses, o grupo espanhol tem avaliado formas de acelerar a expansão da infraestrutura de fibra no país, em meio a um boom de demanda por banda incentivado pelas medidas de isolamento social. Em outubro, executivo da companhia afirmou que poderia expandir a rede por meio de fusões e aquisições.

“O Brasil é do tamanho de um continente. Nossos investimentos (capex) não vão atingir tudo”, disse na semana passada à Reuters o diretor de operações da Telefónica, Angel Vila, em referência à estrategia no segmento.

A operadora vai contribuir com cerca de 1,6 milhão de casas passadas em FTTH operadas por ela e será ainda cliente âncora da nova empresa, afirmou a Telefônica Brasil. A expectativa das empresas é que o negócio seja concluído no segundo trimestre deste ano.

Cogna (COGN3)

A Cogna anunciou a aquisição da SEL, a qual oferece serviços técnicos e pedagógicos para plataformas de ensino, incluindo a sua manutenção, desenvolvimento e melhora de conteúdo e treinamento de profissionais, em linha com a atual aposta da companhia em sistemas de ensino; A compra foi feita por meio da Somos, controlada pela Vasta, e a companhia estima ter pago um múltiplo de 7,6x EV/EBITDA esperado para 2021.

A SEL atualmente serve 441 escolas, 272 mil alunos de ensino fundamental e aproximadamente 503 mil alunos de ensino médio e de educação continuada. Os analistas da XP reiteraram recomendação neutra e preço-alvo de R$ 5,10.

PetroRio (PRIO3)

A PetroRio deverá iniciar campanha de perfuração no campo de Frade, na Bacia de Campos, no quarto trimestre deste ano, à medida que investe para aumentar o fator de recuperação do ativo, afirmou na terça o presidente da petroleira brasileira, Roberto Monteiro. Segundo ele, a perfuração de um poço produtor deverá ter início no último trimestre do ano para conclusão no primeiro trimestre de 2022. Em seguida, outros dois poços injetores de água deverão ser realizados.

Locaweb (LWSA3)

O Itaú BBA comentou a notícia de que a Locaweb anunciou a aquisição da Samurai, empresa de tecnologia que oferece um ecossistema de aplicativos compatíveis com vários serviços de e-commerce. A compra teve valor de R$ 9,8 milhões, o que mantém espaço para novas aquisições no futuro, diz o banco, devido à sólida posição de caixa da Locaweb. O banco mantém avaliação de outperform para a empresa, com preço-alvo de R$ 32, frente aos R$ 27,73 de fechamento na terça.

Magazine Luiza (MGLU3

O Magazine Luiza anunciou que concluiu aquisição da VipCommerce, uma startup de tecnologia no modelo Software as a Service (SaaS), segundo comunicado ao mercado da varejista, que não detalhou os valores da operação.

Com sede em Belo Horizonte (MG), a tecnologia da VipCommerce está presente em mais de 100 redes de supermercados, com 400 lojas distribuídas em 18 Estados, processa atualmente cerca de R$ 250 milhões em vendas anualizadas.

Além da loja online, os serviços da plataforma incluem gestão total do ciclo do pedido, desde a compra até a entrega final.

“A aquisição da VipCommerce permitirá que milhares de supermercados juntem forças com o Magalu”, afirmou a varejista no comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A empresa afirmou ainda que a aquisição representa mais um passo na estratégia da companhia de digitalização do varejo brasileiro, acrescentando que poderá apoiar serviços como o Magalu Pagamentos e o Magalu Entregas.

Aliansce Sonae Shopping Centers (ALSO3)

A Aliansce Sonae informou que estão suspensas, até 7 de março, as atividades do Shopping da Bahia e do Boulevard Londrina Shopping, devido a determinações de autoridades. Apenas atividades de serviços considerados essenciais e autorizados a funcionar serão mantidas.

(Com Reuters e Agência Estado)

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