Mesmo com ampliação de testes, vacina ainda estará disponível em dezembro, diz diretor do Instituto Butantan

O Butantan espera que, até o dia 15 de outubro, todos os voluntários sejam vacinados. Segundo Dimas Covas, cerca de 7 mil já tomaram a vacina

Equipe InfoMoney

A CoronaVac é a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e pelo Instituto Butantan (Divulgação)

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SÃO PAULO – Nesta sexta-feira (25), Joao Doria, governador do estado de São Paulo, anunciou a ampliação nos testes clínicos de fase três da CoronaVac no Brasil, vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

Segundo o governo, tanto o número de voluntários testados, quanto a quantidade de centros de pesquisas serão ampliados. Serão criados novos quatro centros de testagem nas cidades de Cuiabá (MT), Campo Grande (MS), Pelotas (RS) e Barretos (SP). Assim, o número de voluntários testados no Brasil passa de 9 mil para 13 mil.

Mesmo com a ampliação dos testes, Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, afirmou que os cronogramas do estado continuam os mesmos. Segundo o diretor, um maior número de testes não compromete as datas sobre divulgação de resultados e disponibilidade da vacina, já que esse adicional será diluído em novos centros de pesquisa.

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A estimativa do Butantan é que até o dia 15 de outubro todos os voluntários sejam vacinados. Até agora, nenhum voluntário apresentou efeitos adversos graves.

Segundo o último estudo, apenas 0,9% dos testados apresentaram quadro de febre e outros 3,6% sentiram dor no local da aplicação. Ainda de acordo com Covas, cerca de 7 mil pessoas receberam o imunizante até a última quinta (24).

Após o encerramento dos testes, os resultados serão analisados para comprovar a eficácia da vacina. A partir disso, cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o medicamento para o uso no Brasil.

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Ainda segundo o diretor do Butantan, a vacina deve ter uma eficácia de, no mínimo, 50% para ser aprovada. Covas ainda destacou que a Anvisa está agilizando todos os tramites burocráticos pré-registro para manter os prazos.

“A nossa data limite prevalece [15 de outubro]. Então, a disponibilidade da vacina para dezembro também prevalece. É importante que essa ampliação ajude na obtenção dos resultados finais”, afirmou Dimas Covas em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.

Covas ainda anunciou uma fábrica extra da Sinovac, na China, para uma produção adicional de doses da CoronaVac. De acordo com o diretor do Butantan, as primeiras cinco milhões de doses da CoronaVac chegarão da China em outubro. Doria também afirmou que o estado de São Paulo deve receber 46 milhões de doses do imunizante até dezembro.

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Mudança de critério

Covas também destacou uma mudança no critério de testagem nos voluntários adicionais. Segundo ele, apesar de a exigência do voluntário ser um profissional da saúde que tenha contato com o vírus ainda prevalecer, agora, profissionais que já foram infectados podem se voluntariar também.

Anteriormente, para participar dos testes, a pessoa ainda não deveria ter contraído o vírus. Segundo o diretor, essa mudança ocorre por conta das recentes descobertas da ciência que identificaram a capacidade de reinfeção do vírus.

Hospital de campanha no Ibirapuera

Ainda durante a coletiva, Doria anunciou o encerramento das atividades do Hospital de Campanha do Ibirapuera. O serviço será encerrado no dia 30 de setembro, após 5 meses de funcionamento.

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Segundo dados do governo, ao longo desse período, o hospital atendeu 3.189 pacientes. Esse era o último hospital de campanha ainda em funcionamento no estado.

Segundo o governador, o declino da pandemia no estado e na capital paulista impulsionaram a queda na taxa de ocupação de leitos na região, o que permitiu uma reavaliação da necessidade do hospital de campanha.

O número de novas internações no estado estão em queda há nove semanas consecutivas. Além disso, na Grande São Paulo, as taxas de ocupação dos leitos de UTI e de enfermaria estão entre as menores do Plano São Paulo, sendo 45,3% e 39,3%, respectivamente.

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Segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde, São Paulo já superou a marca de 950 mil casos confirmados da doença: foram 958.240 pessoas infectadas com a Covid-19. Nas últimas 24h, foram registrados 6.267 novos casos e 185 óbitos no estado. Desde o início da pandemia, São Paulo teve 34.677 mortes em decorrência da Covid-19.