Ações da Petrobras têm pregão volátil com crash do petróleo e Eztec dispara 11%

Veja as principais notícias que movimentam ações hoje

Anderson Figo Ricardo Bomfim

Edifício da Petrobras (Shutterstock)

SÃO PAULO – As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) tiveram forte volatilidade nesta segunda-feira (20) em meio à derrocada do petróleo no mercado internacional.

O contrato do barril de petróleo americano WTI para maio, que vence nesta terça-feira (21), chegou a recuar mais de 300% e encerrou o dia cotado a um preço negativo pela primeira vez na história.

Outra estatal também teve um dia instável na Bolsa: a Eletrobras (ELET3; ELET6), que começou o dia entre os desempenhos mais negativos, depois virou para alta, mas fechou no vermelho.

Confira os principais destaques de ações desta segunda-feira abaixo.

Petrobras (PETR3, R$ 16,55 -0,89%; PETR4,R$ 15,95 -1,11%)

O contrato do barril de petróleo americano WTI para maio, que vence nesta terça-feira (21), recuou mais de 300% ao longo do dia e fechou cotado a um preço negativo pela primeira vez na história.

Segundo analistas, o movimento reflete a percepção do mercado de que o corte de 9,7 milhões de barris diários anunciados semana passada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) não será suficiente para fazer frente à queda na demanda global por conta dos impactos econômicos do coronavírus, de cerca de 30%.

“O preço negativo mostra que os produtores estão dispostos a pagar para ter seu petróleo estocado, num momento em que há uma grande oferta e uma demanda baixa”, explica Gabriel Fonseca, analista da XP Investimentos especializado em petróleo.

A Administração de Informações sobre Energia dos Estados Unidos informou que as reservas de petróleo subiram 19,25 milhões de barris na semana passada.

Assim, como o vencimento do contrato de barril de WTI para entrega em maio termina amanhã, aqueles investidores que o assinaram têm de encontrar compradores físicos — uma tarefa quase impossível no atual cenário se não abaixarem os preços.

Os operadores de contratos futuros geralmente conseguem passar com tranquilidade do contrato vencido para o próximo, mas dessa vez estão encontrando poucos compradores dispostos a receber os barris do vencimento maio. Assim, a corrida para se desfazer dos papéis a qualquer custo gerou o crash no preço observado hoje.

Mitre (MTRE3, R$ 9,90 -3,03%)

A construtora e incorporadora imobiliária Mitre, da capital paulista, publicou resultado prévio do primeiro trimestre de 2020 na manhã de hoje (20). A Mitre informou que obteve vendas líquidas de R$ 33,8 milhões no primeiro trimestre deste ano, uma queda de 58,8% sobre igual período de 2019.

A empresa atribuiu o resultado ao fato de não ter feito nenhum lançamento no período e também ao avanço da epidemia do coronavírus na cidade de São Paulo, único mercado onde a Mitre atua. Em março, os estandes ficaram completamente fechados por causa da quarentena.

Por outro lado, a Mitre enfatizou o sucesso da sua plataforma digital de vendas, implantada no final de 2019. “No primeiro trimestre deste ano, 39% das vendas efetuadas pela Mitre se iniciaram através de contato online dos clientes”, comentou a construtora. A Mitre encerrou 2019 com um estoque de 289 apartamentos, totalizando um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 155,3 milhões.

No primeiro trimestre de 2020 foram vendidas 62 unidades e a empresa fechou o período com estoque de 225 unidades e VGV de R$ 119,7 milhões. A Mitre informou que suas obras prosseguem sem nenhuma interrupção – a construtora realizou uma quantidade expressiva de lançamentos no quarto trimestre de 2019 – seguindo as normas de segurança para proteger os trabalhadores do Covid-19.

A Mitre informou que por causa da epidemia ainda avalia se fará lançamentos no segundo trimestre, mas que pretende retomá-los no segundo semestre.

Eztec (EZTC3, R$ 33,07 +11,27%)

A construtora e incorporadora imobiliária paulista EzTec publicou seus resultados prévios do primeiro trimestre de 2020. A empresa informou que realizou vendas líquidas de R$ 455 milhões no período, um forte crescimento de 51% sobre igual trimestre de 2019. A EzTec fez lançamentos de R$ 564 milhões no primeiro trimestre, uma expansão de 43% sobre igual trimestre do ano passado.

O Banco Bradesco BBI avaliou os resultados como positivos e reafirmou a recomendação outperform – acima da média de mercado – para as ações EZTC3. Segundo o BBI, mesmo com a suspensão do guidance para 2020 por causa da epidemia do coronavírus, a EzTec teve um forte desempenho de vendas de projetos lançados em 2019, como o Parque da Cidade, Haute Ibirapuera Reserva e Le Jardin Ibirapuera.

“As vendas líquidas superaram nossa estimativa em 13%, enquanto os lançamentos superaram nossas projeções em 23%” comentou o BBI. “Nós vemos a EzTec como o nome de maior qualidade no segmento. Reafirmamos nossa nota”, informou o BBI, que tem preço-alvo de R$ 39,00 para o papel EZTC3 em 2020, uma alta de 31% sobre os R$ 29,72 negociados na B3 em 17 de abril.

Cyrela (CYRE3, R$ 15,62 +8,85%)

A construtora e incorporadora imobiliária Cyrela publicou prévia do primeiro trimestre de 2020 e informou vendas líquidas de R$ 1 bilhão no período, uma expansão de 27% sobre igual trimestre de 2019.

Segundo a Cyrela, os lançamentos totalizaram R$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre, uma forte expansão de 171% sobre igual trimestre do ano passado. Cerca de 60% dos lançamento da Cyrela no trimestre foram de empreendimentos para o segmento popular, financiados pelo projeto Minha Casa, Minha Vida (MCMV) do governo federal.

O banco Bradesco BBI comentou os resultados prévios da Cyrela, que considerou positivos. “A exposição que a Cyrela tem ao segmento popular e ao MCMV deverá ajudar a empresa a compensar o desempenho de vendas mais desafiador no cenário pós-pandemia nos segmentos médio e alto. É importante ressaltar que as vendas líquidas da empresa, no primeiro trimestre, foram impulsionadas principalmente pelo segmento mais popular. Por enquanto, mantemos a recomendação Neutra para a Cyrela”, avalia o BBI, que mantém preço-alvo de R$ 17,00 para a ação em 2020, uma alta de 18% sobre os R$ 14,35 do pregão do dia 17.

Eletrobras (ELET3, R$ 25,70 -0,96%; ELET6, R$ 29,21 -0,44%)

A Eletrobras aprovou a oferta vinculante de R$ 232 milhões feita pela Evoltz para adquirir a participação total da estatal, que é 49,5% do capital social, na Manaus Transmissora de Energia (MTE). A Evoltz Energia é controlada pelo fundo americano Seville, por sua vez um braço dos investidores do Texas Pacific Group (TPG).

No ano passado, a Evoltz comprou transmissoras de energia no Estado do Pará. A empresa já estava em negociações para comprar a MTE da Eletrobras desde 2018, quando a estatal manifestou seus planos de desinvestimento na Eletronorte e em outras subsidiárias na Região Norte do Brasil. A Eletrobras comunicou que quando a transação for aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e outros órgãos reguladores, a Evoltz será a única acionista da transmissora manauara.

AES Tietê (TIET11, R$ 15,01 -0,33%) e Eneva (ENEV3, R$ 36,70 +2,39%)

A AES Tietê rejeitou na noite de domingo a oferta hostil feita pela Eneva Energia na empresa. As negociações se arrastaram por mais de 45 dias. A oferta foi rechaçada por unanimidade pelo conselho de administração da AES Tietê. “Seus termos e condições são inadequados ao melhor interesse da companhia e do conjunto de seus acionistas”, informou a concessionária paulista de energia.

A AES Tietê citou a “incompatibilidade” entre seus negócios e estratégias e os da Eneva. A AES Tietê citou uma série de razões para rechaçar a oferta da Eneva. Entre elas, estão o modelo diferente das empresas – a AES Tietê também é uma geradora baseada principalmente em usinas hidrelétricas, enquanto a Eneva usa termelétricas; a empresa paulista acredita ter sido subavaliada pela congênere carioca; e outro motivo é que a operação poderia comprometer a distribuição de dividendos aos acionistas.

A AES Tietê fará teleconferência às 11h da manhã de hoje para explicar a rejeição da oferta. Importante ressaltar que a empresa se disse aberta a uma possível nova proposta no futuro.

MRV (MRVE3, R$ 13,70 +2,54%)

A construtora e incorporadora imobiliária MRV aprovou o pagamento de R$ 163,9 milhões aos acionistas como dividendos mínimos obrigatórios, relativos ao exercício de 2019. A MRV informou que decidirá em uma data posterior para o pagamento e também para a negociação “ex-dividendos” das ações MRVE3.

JHSF (JHSF3, R$ 3,77 +2,44%)

Segundo uma notícia publicada no jornal O Globo, o empresário Alexandre Accioly vendeu os 40% de participação que possuía nos restaurantes Fasano al Mare e Gero no Rio de Janeiro. A compradora teria sido a própria construtora e incorporadora paulista JHSF, que era sócia do empresário carioca nos empreendimentos gastronômicos. A JHSF não se manifestou sobre a informação.

Elektro (EKTR4, R$ 18,00 +0,84%)

A distribuidora de energia Elektro Redes, que opera em parte do interior paulista e no Mato Grosso do Sul, informou que adiará o pagamento de juros sobre capital próprio aos acionistas para 30 de dezembro de 2020. A Elektro argumenta que tomou a medida para preservar o caixa por causa da epidemia do coronavírus. Com o adiamento, a empresa segura uma soma aproximada de R$ 67,05 milhões.

CPFL (CPFE3, R$ 30,02 +1,45%)

O executivo Fernando Mano da Silva deixará a presidência da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) no dia 24 de abril. O Conselho de Administração da CPFL se reuniu na sexta-feira passada em Campinas (SP) e aprovou o nome do atual vice-presidente, Huang Futao, para ser diretor-presidente da empresa a partir do próximo dia 24. Além de diretor-presidente, Huang ocupará os cargos de diretor de Relações Institucionais e diretor de Novos Negócios, que também eram chefiados por Mano da Silva.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.