Lemann aprende sobre os três círculos da disrupção no Vale do Silício

Scott Cook, fundador da Intuit, oferece suas maiores dicas a empresas em conversa com bilionário brasileiro  

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Acontecem nesta segunda e terça-feira (8 e 9) as mesas de debates da Brazil At Silicon Valley, uma conferência organizada por alunos brasileiros de Stanford em Mountain View, na Califórnia. Em uma delas, o bilionário brasileiro Jorge Paulo Lemann entrevistou Scott Cook, fundador da Intuit.

Cook tem uma carreira extensa. Além de fundar a Intuit (que hoje vale cerca de US$ 70 bilhões), foi mentor de Larry Page no Google e um dos investidores da Amazon e eBay no início das operações de ambas.

Para Cook, existem três círculos para se levar em consideração no momento de abrir uma empresa. A intersecção entre esses três escopos é o que cria uma solução de sucesso.

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O primeiro círculo é o dos problemas não resolvidos mais importantes dos potenciais clientes. O segundo é o de problemas que de fato podem ser solucionados. O último diz respeito à vantagem competitiva: produzir uma solução sem uma vantagem competitiva no mercado é anti-produtivo.

“A intersecção desses círculos é onde as verdadeiras rupturas acontecem”, disse o entrevistado a Lemann. “Isso significa que você precisa organizar sua empresa com funcionários capazes de identificar os maiores problemas dos clientes e pessoas capazes de criar as tecnologias para resolver esses problemas”, complementa. Ele desaconselha a manutenção de uma ideia caso não haja um desses fatores.

Cinco de dez

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Na mesma palestra, Lemann fez uma previsão sobre o futuro do mercado brasileiro. Para ele, em dez anos, a lista de 10 empresas mais valiosas da Bolsa terá 5 de tecnologia. “Algo parecido com o que vemos aqui [nos EUA]”, completou o bilionário que investe em empresas como Stone e Movile.

Na visão de Cook, além da tecnologia, outro fator de destaque para as empresas brasileiras é serem soluções mundiais, que fazem sentido independentemente da geografia. “Gympass e Stone podem ser bem sucedidas em qualquer geografia”, exemplifica. “Se você não é bem-sucedido, não pode culpar sua localização”.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney