Sindicalistas prometem pressionar Senado por aumento do salário mínimo

A Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira, o projeto do governo que prevê o valor de R$ 545 para o mínimo

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SÃO PAULO – As centrais sindicais disseram que manterão a pressão pelo aumento do salário mínimo para R$ 560, que agora será votado no Senado.

Na quarta-feira (16), a Câmara dos Deputados aprovou o projeto do governo que prevê o valor de R$ 545. A emenda do PSDB, que propunha R$ 600, foi rejeitada por 376 votos e aprovada por 106. Sete se abstiveram. A emenda do DEM, que previa um reajuste para R$ 560, teve 361 deputados contra, 120 a favor e 11 abstenções.

“Lamentavelmente, em nossa opinião, nenhum brasileiro saiu vitorioso desta batalha, mesmo aqueles que equivocadamente a defenderam”, afirmou o presidente da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Antonio Neto.

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Aumento
Para Neto, é possível avançar mais no Senado, inclusive estabelecendo um mecanismo que assegure um aumento real do salário, mesmo se o PIB (Produto Interno Bruto) for negativo.

“Uma das alternativas propostas por nós é de que a correção seja feita pela média dos últimos três PIBs positivos. Isso é importante, pois não podemos construir outra armadilha de fazer a média apenas dos últimos três PIBs. Se tivermos dois anos de recessão, não haverá aumento de salário justo”, disse o sindicalista.

“Não é justo pagarmos mais de R$ 55 bilhões por ano para manter as reservas internacionais, gastar mais de R$ 190 bilhões com juros, cerca de 5% do PIB, como foi em 2010. Não dá para cortar R$ 50 bilhões do orçamento e na outra ponta arrochar o salário do povo”, argumentou Neto.

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Proposta
O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que vai propor uma antecipação de R$ 15 no reajuste de 2012, para que o valor do mínimo este ano chegue a R$ 560.

“Proponho uma antecipação do que vai acontecer em janeiro de 2012, quando o salário mínimo vai para R$ 620. Podemos então antecipar, por oito meses, R$ 15. Estaremos cumprindo o acordo”, explicou Paim, de acordo com a Agência Brasil. Para ele, essa compensação não representa quebra no acordo entre governo e centrais sindicais.

O acordo prevê o reajuste do mínimo baseado na inflação do ano anterior mais o crescimento do PIB de dois anos antes.