Suzano e Fibria: por que você deveria dividir seus investimentos?

Segundo informações de gestores e operadores do mercado, a forte queda de Suzano está relacionada aos rumores de que os termos do acordo da fusão com a Fibria poderão ser revisados

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – As ações da Suzano (SUZB3) são consideradas um porto seguro do mercado em tempos tensão pré-eleições, mas estão entre os destaques de baixa nesta quarta-feira (18). Os papéis marcaram queda de 6% na mínima do dia, retornando para R$ 40,88. 

Segundo informações de gestores e operadores do mercado, a forte queda de Suzano está relacionada aos rumores de que os termos do acordo da fusão com a Fibria (FIBR3) poderão ser revisados. Prova disso, é que os papéis da Fibria sobem mais de 2% neste pregão. Segundo o time de análise da XP Investimentos, esse tipo de ruído traz volatilidade, uma vez que leva os investidores a questionarem a probabilidade do negócio ser revisado ou não.

Essa é uma luz amarela que se acendeu sobre os negócios de papel e celulose no Brasil que foi antecipado pelos gestores que comandam três dos fundos de ações com melhor desempenho no primeiro semestre de 2018. Marcelo Cavalheiro, gestor da Safari, conta que chegou a trocar as ações de Fibria por Suzano em seu portfólio no primeiro semestre diante da avaliação de que todo o prêmio do negócio de fusão e aquisição já estava precificado em Fibria. 

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“Recentemente voltamos com Fibria. Se a operação for desfeita, a Fibria não tem que valer R$ 70, tem que valer R$ 100, então é uma proteção”, contou Cavalheiro na edição especial do programa Papo com Gestor (confira a entrevista completa no vídeo abaixo). Na opinião do gestor, a operação entre as empresas de papel e celulose deve seguir. “Não vejo motivos para não ser feito”, conta. 

A análise está em linha com a avaliação feita por Karel Luketic, analista-chefe da XP Investimentos. “Esse tipo de ruído naturalmente traz volatilidade, à medida que leva os investidores a questionarem a probabilidade do negócio ser revisado ou não. Dito isso, não vemos fundamento ao ruído, dado que os termos do acordo são irrevogáveis, e os ajustes já previstos em contrato são marginais e não impactam de maneira relevante a transação. A nossa expectativa é de que o processo de fusão da Suzano com a Fibria seja concluído até o começo do ano que vem”, diz Luketic, em relatório do XP Research, nova plataforma de conteúdo para análise de renda variável.

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Para Luketic, os grandes eventos a monitorar são a aprovação do Cade e dos órgãos reguladores Europeus e Chinês.” Quando concretizado, vemos importantes sinergias advindas da fusão. Nas nossas contas, as sinergias podem totalizar até R$ 10 bilhões em valor presente, 15%-20% do valor de mercado atual da Suzano”.

A ação da Suzano está na carteira recomendada da XP Research e o analista reiterou a recomendação de compra das ações da Suzano, com preço alvo de R$ 67,50 em 12 meses. Os três pontos principais da tese de investimento são: preço de celulose se sustentando acima do esperado por mais tempo, integração com a Fibria e benefício da alta do dólar e proteção ao cenário doméstico.

Cavalheiro contou ter de 3% a 4% do patrimônio líquido do fundo Safari FIC FIM II investido em cada uma das empresas, Fibria e Suzano, de forma a aproveitar as possibilidades de ganhos e se proteger de eventuais surpresas. Fábio Spinola, gestor da Apex, contou que sua exposição à Fibria é, atualmente, o dobro de Suzano no fundo Apex Infinity 8 Long-Biased.  

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Confira o Papo com Gestor especial desta semana com João Braga, da XP Gestão, Marcelo Cavalheiro, da Safari, e Fábio Spínola, da Apex:

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