5 ações que pagam bons dividendos para investir em outubro; ITUB4 e BEEF3 são novidades, BBAS3 sai

Vale (VALE3) amplia liderança isolada e CPFL Energia (CPFE3) assume segunda colocação

Márcio Anaya

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Após dois meses consecutivos de ganhos, o índice de dividendos da B3 (Idiv) caiu 1,8% em setembro, para 6.935 pontos, reduzindo para 9,2% a valorização acumulada no ano. No mesmo período, o Ibovespa registra alta de 5%.

O acompanhamento periódico feito pelo InfoMoney mostra que, nesta virada de mês, a lista de ações de dividendos preferidas pelos analistas está bastante diversificada, com cinco papéis de setores distintos.

A Vale (VALE3) consolidou sua liderança isolada, acumulando sete recomendações em outubro, uma a mais do que no levantamento anterior.

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A segunda colocação, no entanto, é ocupada agora pela CPFL Energia (CPFE3), que estreou em um portfólio e totaliza cinco apontamentos no geral. A empresa desbancou o Banco do Brasil (BBAS3), que foi substituído por duas corretoras e deixou a lista de destaques.

O bloco seguinte reúne três nomes empatados com quatro indicações: Itaú Unibanco PN (ITUB4), principal novidade do mês; Minerva (BEEF3), que voltou ao rol das mais recomendadas; e Petrobras PN (PETR4), que sustentou o número de escolhas de setembro.

Além do BB, outras três companhias deixaram a relação de destaques na revisão mensal: Energias do Brasil (ENBR3), TIM (TIMS3) e Vibra Energia (VBBR3) – todas com uma exclusão no balanço de outubro.

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Em relatório, o BTG Pactual comenta que, após uma expressiva entrada líquida em agosto, de R$ 16,4 bilhões, o saldo de capital externo na Bolsa ficou relativamente estável em setembro, com resgate de R$ 0,5 bilhão.

“Em nossa opinião, fluxos estáveis de estrangeiros em setembro são uma notícia positiva porque os investidores globais estavam tirando o risco da mesa durante o mês, com o S&P 500 caindo 9,3%”, diz a instituição – que considera natural uma atuação mais menos intensa desse público algumas semanas antes da eleição presidencial no Brasil.

Segundo o BTG, a diminuição do risco político pode impulsionar as ações locais, considerando o fato de o País estar no fim do ciclo de aperto monetário, a inflação estar desacelerando e não haver grandes problemas de energia.

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Todo início de mês, o InfoMoney traz um levantamento das carteiras de ações recomendadas para quem tem foco em dividendos, apontando os cinco papéis preferidos dos analistas. O número pode ser maior, se houver empate – o que não ocorreu neste mês. A análise engloba os portfólios de dividendos divulgados por dez corretoras.

Veja a seguir as companhias selecionadas para o mês:

Empresa Ticker Nº de recomendações  Dividend yield em 12 meses (%) Retorno em setembro (%) Retorno em 2022 (%)  Retorno em 12 meses (%)
Vale VALE3 7 10,12 11,69 0,93 3,21
CPFL Energia CPFE3 5 11,67 -3,46 38,23 41,34
Itaú Unibanco ITUB4 4 2,83 8,79 36,42 21,49
Minerva BEEF3 4 7,26 -18,83 23,27 29,43
Petrobras PETR4 4 55,84 -10,32 56,68 83,9

Fontes: Ágora, Ativa, BB Investimentos, BTG Pactual, Elite, Genial, Guide, Órama, Santander Corretora, XP Investimentos e Economatica

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Vale (VALE3)

Com um total de sete recomendações, a mineradora ampliou sua vantagem no topo do pódio.

Em relatório, o BTG Pactual diz esperar que a economia chinesa melhore gradualmente em 2023, à medida que o governo relaxe as restrições da Covid-19 e o mercado imobiliário se acomode.

“Vemos a administração da Vale se mantendo como altamente disciplinada em sua estratégia de alocação de capital (muito pouco capex [investimento] de crescimento) e esperamos que a maior parte da agenda dependa dos retornos de caixa para os acionistas”, afirma a instituição.

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O BTG avalia também que a companhia não possui um “call eleitoral”, ou seja, suas ações não sofrem uma volatilidade extra por conta da corrida presidencial – algo que considera um fator importante para a tese de investimento.

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CPFL Energia (CPFE3)

A empresa acumula cinco apontamentos no mês, ocupando a vice liderança isolada na relação de destaques.

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Em sua análise, a Elite Investimentos comenta que a CPFL Energia vem entregando bons resultados e apresenta índices de rentabilidade atrativos, como um retorno sobre o patrimônio (ROE) de mais de 35%. Além disso, avalia que seus múltiplos continuam interessantes, apesar da forte valorização das ações nas últimas 52 semanas.

A corretora cita o EV/Ebitda de 5,65 vezes e o Preço/Lucro (P/L) de 7,87 vezes. O primeiro aponta o valor da empresa em relação à geração de caixa e o segundo mostra a relação entre o preço do papel em Bolsa e o lucro da companhia. Em ambos os casos, quanto menor, melhor.

Os analistas destacam também a baixa alavancagem da energética, de apenas 1,91 vez a dívida líquida/Ebitda. O índice é medido pelo endividamento total, menos caixa, dividido pela geração operacional de recursos. Quando mais baixo, melhor.

Com “resultados sólidos” e distribuições equivalentes a 50% do lucro, a CPFL Energia tem apresentado um expressivo retorno com dividendos (dividend yield), de mais de 11% nos últimos 12 meses, calcula a Elite.

A Santander Corretora também acredita que há espaço para um forte pagamento de proventos nos próximos anos e projeta um yield médio de 11% entre 2022 e 2024.

Itaú Unibanco (ITUB4)

A instituição financeira chegou a quatro indicações em outubro e representa a principal novidade entre os papéis mais citados no mês.

No BTG, o Itaú permanece como a primeira escolha entre os bancos brasileiros, em razão do forte crescimento comercial nos últimos 18 meses, impulsionado por uma transformação cultural. A avaliação consta em relatório deste mês.

Os analistas da casa projetam um avanço de 20% no lucro líquido do Itaú neste ano, e de 15% em 2023. Nessas condições, dizem esperar que as ações ainda negociem abaixo de 8 vezes o P/L para o próximo ano.

“A nosso ver, o ‘modo de ataque’ que o Itaú tem conseguido manter, aliado ao seu maior apetite de crescimento, pode justificar o banco negociando em um múltiplo superior à sua média histórica”, diz o BTG.

“Além disso, um cenário de capital mais escasso forçaria as fintechs a serem mais focadas em rentabilidade (assim como o Itaú), o que também ajuda a nivelar o campo de atuação do player incumbente, que há muito é visto como o banco premium do Brasil.”

Minerva (BEEF3)

Ausente no levantamento de setembro, o frigorífico voltou ao grupo das ações de dividendos mais lembradas por especialistas, também com quatro citações.

Para o BTG Pactual, a Minerva traz uma “história de valor brilhante”, que reúne um ciclo do gado disponível para abate ainda mais forte que o anterior; o componente preço da carne bovina também favorável, dada a demanda brasileira e sul-americana; e números resilientes, com uma produção e experiência comercial de alto nível.

“Estamos elevando nossa estimativa de Ebitda para 2022 e 2023 em 12% e 14%, respectivamente, assumindo uma margem de 9,3% e 9,9% que, conservadoramente, permanece no mesmo nível da média histórica, apesar do ciclo favorável do gado no Brasil”, afirma o BTG.

Petrobras (PETR4)

A estatal de petróleo manteve os quatro apontamentos vistos no mês passado e encerra a relação de destaques de outubro.

De acordo com a Guide, a empresa continua apresentando bons volumes de produção e queda no custo de extração, com participação maior das operações do pré-sal no portfólio.

A corretora diz esperar a entrada em operação de novos poços a médio prazo, contribuindo para o incremento na produção.

No curto prazo, os analistas chamam atenção para os seguintes pontos: continuidade da venda de ativos não estratégicos; avanço do projeto de desinvestimento das refinarias; e perspectiva de novos anúncios de dividendos.

Márcio Anaya

Jornalista colaborador do InfoMoney