Se Lula for preso, pode não haver mortes, mas pode haver sangue, diz Financial Times

Artigo do jornal britânico ressalta manifestações que o PT planeja favoráveis a Lula, mas ressalta que é improvável que eles parem o País

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A proximidade do julgamento de Lula em segunda instância se aproxima e, com ela, a atenção da imprensa internacional sobre o assunto. Em artigo nesta sexta-feira (19), o correspondente Joe Leahy, do Financial Times, destacou os ânimos acirrados para o dia do julgamento e, para ilustrar o caso, ele citou a frase da presidente do PT, Gleisi Hoffman. Em entrevista ao Poder360 nessa semana, a senadora afirmou de que, “para prender vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente”. 

Leahy ressalta que o julgamento entrará em uma nova fase incendiária na próxima semana, quando o TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região decidirá sobre o recurso do ex-presidente petista contra a sua condenação no caso triplex do Guarujá.

“O ex-presidente, que lidera as pesquisas para as eleições em outubro, aguarda o resultado do recurso enquanto ainda é um homem livre. Se a condenação for confirmada, ainda há algumas vias de recurso dentro do tribunal. Mas, se esgotados estes recursos sem obter um resultado favorável, a prisão é uma possibilidade”, afirma o artigo. Leahy aponta que as palavras de luta de Gleisi na defesa do ex-presidente desencadearam uma forte reação no País, fazendo com que a senadora ponderasse e dissesse  que não disse a frase de modo literal, mas sim para mostrar o quanto “o povo brasileiro ama o ex-presidente”.  

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O PT está planejando realizar manifestações em Porto Alegre no dia da audiência, 24 de janeiro. Contudo, destaca o Financial Times, embora os protestos possam até ser violentos, uma vez que o partido tem grande capacidade de mobilização, ele não foi capaz de parar o país nos últimos anos. “Suas tentativas de fazer protestos de rua generalizados quando outra ex-presidente, Dilma Rousseff, sofreu impeachment em 2016, não levou a nada. Quando Lula foi condenado pela primeira vez em julho do ano passado, a maior manifestação que saudou essa decisão foi uma aceleração da alta das ações brasileiras”, afirma o correspondente. 

Leahy aponta que, se a condenação de Lula da Silva for confirmada, será um “golpe terrível” para o PT. “Ele continua a ser o político mais poderoso do Brasil e é o coração e a alma do partido. Com planos para concorrer às eleições de outubro, uma decisão judicial adversa prejudicaria gravemente suas chances”, afirma, destacando que Lula pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa se condenado em segunda instância. 

Enquanto isso, o PT já prometeu esgotar todos os recursos legais e tem como plano manter Lula na disputa até o final. “Até esse ponto, ele vai se colocar como mártir e entregar o bastão para um substituto ungido pelo partido”, afirma. 

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De qualquer forma, aponta Leahy, é incerto se Lula irá para a prisão mesmo, com os tribunais podendo encontrar algum jeito de dar uma pena alternativa ao ex-presidente. E finaliza: “se ele for à prisão, pode não haver assassinatos, como Gleisi ‘promete’, mas pode haver sangue”. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.