“Tirar o Brasil de Dilma e do PT será marca que terei a honra de carregar”, diz Cunha

Aos sons de buzinas de protestos que acontecem fora do recinto do pronunciamento, o peemedebista iniciou seu discurso com uma memória da relação PT-PMDB desde a gestão Lula

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (21) para dar sua versão sobre os fatos que envolvem as acusações contra seu nome, que podem culminar na cassação de mandato, o presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou o pouco espaço oferecido pelos meios de comunicação para seu direito de defesa. Na avaliação do parlamentar, “há nítido cerceamento de defesa em muitos pontos”.

Aos sons de buzinas de protestos que acontecem fora do recinto do pronunciamento, o peemedebista iniciou seu discurso com uma memória da relação PT-PMDB desde a gestão Lula. Diz o parlamentar que as principais acusações que pesam contra sua imagem se dão em momentos em que ele e uma parcela expressiva da bancada de seu partido fazia forte confronto ao governo.

Cunha voltou a defender que disse a verdade na CPI da Petrobras, quando alegou não manter contas no exterior. Na interpretação do parlamentar, os trusts não configuram contas controladas por ele, sobretudo por não haver comprovação de movimentação por ele realizada. O deputado afastado, no entanto, confirmou que sua esposa tinha conta no exterior, mas que não era declarada por respeitar os limites estabelecidos pelo Banco Central ao final de cada ano. “Estou absolutamente convicto que não menti”, disse a jornalistas.

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O peemedebista aproveitou o discurso para defender sua postura como presidente da Câmara no sentido de promover maior independência da casa com relação ao Executivo, além da aprovação de projetos importantes. Cunha ainda adotou corporativista, defendendo o parlamento e seus colegas, acusados de irresponsabilidade com as chamadas “pautas-bomba”. O deputado lembrou ainda do episódio em que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), devolveu ao governo Dilma Rousseff o texto da Medida Provisória 669/15, que culminou em uma frustração de receitas expressiva. Para Cunha, há dois pesos e duas medidas no tratamento de questões que o envolvem. “Não vejo na Câmara esse conjunto de irresponsáveis que a presidente tenta colocar na testa”, disse.

O presidente afastado da Casa também rebateu a tese defendida pela defesa da presidente afastada, Dilma Rousseff, para deslegitimar o processo de impeachment ocorrido. Segundo ele, não houve desvio de finalidade, uma vez que a decisão já estava tomada antes do Conselho de Ética da Câmara decidir aprovar relatório pedindo sua cassação. O parlamentar ainda provocou: “Tirar o Brasil de Dilma e do PT será uma marca que terei a honra de carregar”.

O parlamentar defende que anunciou a admissibilidade do processo com a preocupação de antecipar a votação do Congresso pela ampliação do déficit do ano passado. Ele alega ainda que não pressionou o então o governo para salvá-lo no processo. Segundo Cunha, era o ministro da Casa Civil Jaques Wagner quem oferecia o apoio petista em troca da não abertura do processo de impeachment. O peemedebista disse ainda que Wagner garantiu influência sobre o presidente daquele conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), quem teria maior dependência do governo baiano (eleito com forte apoio do ministro) para o ganho de projeção parlamentar.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.