Bitcoin criou um verdadeiro caos tecnológico e o Brasil pode ser a solução deste “problema”

Para isso, três desafios devem ser vencidos

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Idealizado pelo programador “Satoshi Nakamoto” em 3 de janeiro 2009, o Bitcoin foi criado em resposta ao monopólio dos bancos sobre as transações monetárias, com base em moedas criptografadas e sem a necessidade de confiar em um intermediário ou em terceiros, mas sim pela vires in numeris (força dos números na tradução do latim), mantendo a privacidade dos usuários. Porém, a “digitalização do dinheiro”, antes limitada aos fóruns dos “cyberpunks”, ganhou uma proporção gigantesca desde então e gerou um verdadeiro caos tecnológico, segundo afirmou um dos pioneiros dos estudos sobre Bitcoin no Brasil e especialista em segurança da informação, Hamilton Amorin, no evento Blockchain View realizado em São Paulo.

De acordo com Amorin, que desde os primórdios acompanha e estuda a criptomoeda, como também o blockchain, sistema por trás que permite a negociação e autenticação das transações das moedas digitais, “o Bitcoin não nasceu para ser levado ao público em geral e ser o que é hoje” e a tecnologia atual não comporta todo potencial de crescimento. Para se ter uma ideia, ao atingir os US$ 6 mil nesta semana e renovar máxima histórica (veja mais aqui), o valor de mercado do Bitcoin está próximo de US$ 100 bilhões.

Atualmente, o sistema suporta 3,6 negociações por segundo, sendo que já existe uma demanda por 200 transações por segundo em momentos de maior stress do sistema. Por isso, os desenvolvedores da comunidade estão em busca de alternativas para comportar tudo isso, afirma Amorin, que cita a onda de hard forks (veja mais aqui) que atinge o mundo das criptomoedas neste final de ano, assim como a criação de alternativas descentralizadas para solucionar o problema de escalabilidade, ou seja, a velocidade do processamento das negociações que hoje tem um limite no tamanho dos blocos de 1 MB. E o Brasil será um dos líderes neste processo.

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Segundo Amorin, pelo aumento expressivo do número de negócios, que deve crescer cerca de 10 vezes no ano que vem e atingir a faixa de US$ 30 bilhões, assim como o potencial de penetração, o País está no foco das atenções dos investidores e desenvolvedores, com espaço aberto para ser um das potências mundiais quando o assunto é soluções para criptomoedas e desenvolvimento do blockchain, movimento que está crescendo cada vez mais em solo tupiniquim.

Para isso, além de aumentar a escalabilidade das transações, o que não é bem visto pela comunidade por “trair” os princípios de Nakamoto, será preciso fortalecer o compliance das empresas e criar sistemas de blockchain que sejam imputados de forma legal nas instituições, em especial dos grandes bancos, que estão diretamente relacionadas com as atividades operacionais (veja mais aqui), assim como aprimorar bastante a experiência do usuário, que hoje sofre, por exemplo, com o risco de perder sua carteira de Bitcoins ao formatar seu computador. Segundo Amorin, as tecnologias são praticamente as mesmas de 4 – 5 anos atrás e o Brasil está trabalhando para que esse problema seja vencido em 2018, o que tornará a experiência do usuário algo fluente e natural: “nós atingimos o limite tecnológico, a demanda está alta e a superação desse limite tecnológico virá no ano que vem e vai acontecer no Brasil”, finaliza.