Índia caminha para ser a nova China em termos de demanda agrícola, diz FAO

Consumo chinês deve perder ritmo de crescimento, e exportadores terão que analisar novos mercados

Datagro

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A Índia caminha para ser o que a China foi há alguns anos em termos de demanda por produtos agrícolas. Foi o que destacou Alan Bojanic, representante no Brasil da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU), nesta quinta-feira (30), durante o evento “Desafio 2050”, realizado em São Paulo (SP). 

Segundo Bojanic, como o consumo chinês não irá crescer tanto quanto antes, os exportadores agrícolas terão que abrir os olhos para novos mercados, como, por exemplo, a Índia e também a África. Neste cenário, o dirigente da FAO pontuou que entre os principais países produtores de grãos, somente Brasil, Argentina, Ucrânia e Canadá deverão crescer em produtividade, e apenas os dois primeiros têm novas áreas, que podem ser abertas ou não. Na avaliação de Bojanic, China, Estados Unidos e União Europeia têm territórios agrícolas saturados. 

O diretor da FAO também salientou que a safra brasileira de grãos deverá saltar do volume atual de 238 milhões de toneladas para 288 mi/ton nos próximos dez anos. Bojanic alertou, ainda, que mais de 800 milhões de pessoas ainda vivem em situação de insegurança alimentar no mundo. “A maioria reside em áreas de conflito.” No que diz respeito aos preços, o dirigente estimou tendência de ligeira queda em 2018, especialmente para os grãos – e menos para as carnes -, com forte volatilidade nas cotações.