Correção das commodities: Petrobras, Vale e siderúrgicas caem; Duratex salta 3% com aquisição de R$ 280 mi

Confira os principais destaques da bolsa desta terça-feira

Paula Barra

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Confira abaixo os principais destaques de ações desta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 14,34, -0,42%;PETR4, R$ 13,79, -0,58%)

As ações da Petrobras caem nesta sessão, seguindo os preços do petróleo no mercado internacional. Em Londres, os contratos futuros do Brent registravam queda de 0,27%, a US$ 51,75 o barril; em Nova York, os contratos do WTI recuavam 0,52, a US$ 46,33 o barril. 

Ainda no radar, a Petrobras informou que o fechamento preventivo dos campos de Lucius, Hadrian South e Cottonwood, em função da passagem da tempestade tropical Harvey, reduziu a produção de petróleo e gás da estal no Golfo do México em 15 mil barris de óleo equivalente ao dia. 

Segundo a empresa, as interrupções do processamento e da produção ocorreram de maneira segura e sem incidente e as operações serão retomadas também de maneira segura, à medida que as condições climáticas permitirem. 

Ainda sobre a estatal, a coluna Painel, da Folha, informa que, em tomada de contas especial que investiga a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, em 2006, auditores do TCU (Tribunal de Contas da União) isentam o Conselho de Administração da estatal, à época presidido por Dilma Rousseff, de ter cometido qualquer “ato de gestão irregular” no episódio. O caso deve ser avaliado pelo plenário da corte nesta quarta.

Por fim, a Petrobras elevou em 0,5% o preço do diesel e cortou em 1,1% o preço da gasolina nas refinarias. O reajuste será válido a partir de 30 de agosto. 

Vale (VALE3, R$ 34,22, -0,23%; VALE5, R$ 31,20, -0,86%)
As ações da Vale acompanham os preços do minério de ferro e caem nesta sessão. Seguem o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 26,07, -0,80%) – holding que detém participação na Vale – e as siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 11,41, -0,95%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,52, -1,25%), CSN (CSNA3, R$ 8,42, -1,06%) e Usiminas (USIM5, R$ 6,46, -0,62%). 

Hoje, os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian caíram 2,81%, a 554 iuanes, enquanto a commodity à vista negociada em Qingdao registrou queda de 1,02%, a US$ 76,36 a tonelada. 

Banco do Brasil (BBAS3, R$ 31,29, -1,26%)

Uma semana depois do anúncio do novo programa de privatizações do governo Michel Temer, que incluiu Eletrobras e outras estatais, o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, disse em entrevista ao Estadão/Broadcast que o banco analisa liberar até R$ 50 bilhões em crédito para 18 projetos de infraestrutura. A avaliação dele é que esse setor será o principal indutor de uma retomada mais sólida do crescimento econômico.

O Banco do Brasil liderou um novo desenho de financiamentos para as concessões que agrada mais ao mercado, diferente do adotado na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, quando houve forte concentração no papel do BNDES nos projetos. Como o banco de fomento não honrou empréstimos de longo prazo que tinham sido acertados, muitos projetos acabaram naufragando. Agora, segundo Caffarelli, o setor deve ter um novo impulso. 

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 493,00, -0,20%)
O BTG Pactual atualizou suas estimativas para Magazine Luiza, reiterando recomendação de compra, com novo preço-alvo de R$ 589,00 por ação (versus R$ 377,00 anteriormente), após incorporarem uma tendência mais positiva para a divisão online (B2C mais marketplace), que deve atingir 50% do GMV total (que representa a soma das vendas, outras receitas e volumes do marketplace) em 5 anos, uma vez que a empresa está se beneficiando da racionalidade do setor no Brasil. Execução vai ser um grande diferencial no longo prazo e os analistas acreditam que a companhia, um verdadeiro omnichannel, está bem posicionada para entregar retornos acima da média e se consolidar como um player vencedor.

Pelas contas dos analistas, o foco no marketplace adiciona R$ 125,00 ao preço-alvo. “A companhia tem implementado uma série de iniciativas nos últimos anos e achamos que isso vai propiciar o contínuo ganho de participação no mercado sem comprometer a rentabilidade”, comentaram. 

Arezzo (ARZZ3, R$ 46,44, -1,82%)
A Arezzo teve sua recomendação cortada para venda pela Citi Corretora.

No terminal Bloomberg, a ação da varejista tem 5 recomendações de compra, 7 para manutenção e nenhuma venda. 

JBS (JBSS3, R$ 9,25, +1,65%)

Para CVM, donos da JBS cometeram crime, segundo informa o jornal Valor Econômico. Os irmãos Batista dificilmente escaparão de uma condenação da autarquia por terem vendido R$ 373 milhões em ações da empresa entre abril e maio, diz o jornal.

Ainda sobre o grupo controlador da JBS, a Folha informa que a J&F contratou Ricardo Lacerda, da BR Partners, para negociar com a BNDESPar. Ele pede que a assembleia convocada pelo banco de fomento seja adiada em 90 dias. Ontem, JBS criticou proposta da BNDESPar, que pede ação de responsabilidade contra administradores, e informou que conselho decidiu pela manutenção de Wesley na presidência. A empresa tenta vender ativos e, segundo a coluna de Lauro Jardim, do Jornal O Globo, a indonésia APP vai comprar a Eldorado em 2 etapas. Na primeira, que deve ser anunciada ainda esta semana, a APP fará um investimento na Eldorado. Comprará cerca de 35% da empresa. Mas os irmãos Batista ainda mantêm-se no controle. Numa segunda etapa, daqui a um ano, aí sim, a APP aporta mais capital e fica com a Eldorado.

Por fim, a JBS USA nomeou conselho consultivo independente, que é composto por 4 membros: o ex-presidente da Câmara dos EUA, John Boehner, o ex-CEO da Gavilon, Greg Heckman, o ex-vice-presidente do
conselho da P&G, Dimitri Panayotopoulos, e o ex-presidente da SEC, Harvey Pitt. O Conselho tem como objetivo apoiar a administração da cia. em assuntos relacionados a governança corporativa, assuntos
regulatórios e governamentais, gerenciamento de riscos e marketing. 

Duratex (DTEX3, R$ 8,75, +3,18%)
A Duratex anunciou a aquisição de 100% da Ceusa Revestimentos Cerâmicos, por R$ 280 milhões, marcando a entrada da divisão Deca no segmento cerâmico. A Ceusa tem duas fábricas e produz porcelanatos destinados, principalmente, a vendas domésticas ao varejo.

No ano passado, a Ceusa teve receita líquida de R$ 162 milhões e Ebitda de R$ 31 milhões em 2016. Atualmente, a empresa opera com 95% de sua capacidade de 480 mil metros quadrados por mês. Segundo a Duratex, a operação faz parte da estratégia de oferecer “soluções para melhor viver”.

Conforme aponta o Santander, “a aquisição está em linha com a estratégia de diversificação de receita da Duratex através de produtos que podem aproveitar os canais de distribuição e o poder da marca Deca”. 

Segundo o BTG Pactual, o momento da aquisição foi uma leve surpresa, dada as condições de mercado e o desenvolvimento da nova estratégia/transformação cultural que a companhia está passando. Os analistas, contudo, reiteraram a recomendação neutra para a ação por valuation e pela visão da natureza da recuperação do ciclo do negócio. 

Braskem (BRKM5, R$ 38,10, +0,66%)

Os autores da ação coletiva contra a Braskem nos EUA pediram “alteração de cronograma previamente acordado, uma vez que as partes estão engajadas em tratativas para a negociação de um acordo para encerrar referida ação”, segundo comunicado. “Nenhum acordo definitivo foi firmado ou apresentado à Corte Americana até a presente data, sendo os termos da negociação ainda confidenciais”. 

Suzano (SUZB5, R$ 12,62, -0,61%)

A Suzano Papel e Celulose informou que a BNDESPar, do BNDES, aprovou a proposta de migração da companhia para o Novo Mercado da B3, com a conversão de ações preferenciais em ordinárias. O conselho da empresa também aprovou a proposta de reforma do estatuto social para adaptá-lo às regras do Novo Mercado e a convocação de assembleias de acionistas para tratar da proposta, que foi anunciada no dia 31 de julho.

Ultrapar (UGPA3, R$ 73,45, -0,72%)
A Superintendência-Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) sugeriu a reprovação da aquisição da Liquigás Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras, pela concorrente Ultragaz, da Ultrapar, de acordo com comunicado divulgado pelo órgão antitruste. Segundo o órgão do Cade, a operação geraria sobreposições elevadas de mercado na maioria dos Estados analisados.

“Sem dúvida a notícia não é positiva mas nós (e achamos que boa parte do mercado) não colocava Liquigás no modelo. Apesar disso, a reprovação tira mais um trigger da história”, comentaram os analistas do BTG Pactual.

No negócio, anunciado no ano passado, a Petrobras vendeu a Liquigás por R$ 2,8 bilhões , como parte de seu programa de desinvestimentos para reduzir o alto endividamento. O caso segue agora para análise do Tribunal do órgão, que decidirá sobre o caso ou determinará eventuais remédios que afastem os problemas identificados.

De acordo com o parecer, um pacote de desinvestimentos que pudesse atender de forma adequada todas as preocupações concorrenciais identificadas seria de difícil implementação e monitoramento, com resultados incertos em termos de efetividade.

Carrefour (CRFB3, R$ 16,05, -0,19%)
As ações do Carrefour pausam a euforia nesta sessão após ganhos de 4,3% na véspera, embora ainda sigam no radar do mercado. Após seis casas de análise terem iniciado a recomendação para a ação ontem (veja mais clicando aqui), desta vez, a Exane BNP Paribas começou a cobertura para a companhia com recomendação “outperform” (desempenho acima da média do mercado) com preço-alvo de R$ 17,80. O Carrefour abriu seu capital em 18 de julho. 

Eletrobras (ELET3, R$ 19,05, -2,06%; ELET6, R$ 21,61, -1,64%)
A Eletrobras, a Eletronuclear e a China National Nuclear Corporation (CNNC) assinarão no dia 1º de setembro, em Pequim, um memorando de entendimento (MOU) de cooperação do setor nuclear envolvendo o Brasil e a China.

“O memorando cria a oportunidade de um aprofundamento da cooperação bilateral para uso da energia nuclear para fins pacíficos, destacando os interesses comuns em estabelecer futura parceria para conclusão de Angra 3”, diz a empresa, em comunicado.

A assinatura terá a presença do presidente da República, Michel Temer, do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, do chefe da Superintendência Internacional da Eletrobras, Pedro Luiz de Oliveira Jatobá, representando o presidente da companhia, Wilson Ferreira Junior, e do presidente da Eletronuclear, Bruno Campos Barretto.

“Com isso, os dois países reafirmam a importância do papel da energia nuclear na composição da matriz elétrica e na redução das emissões de gases de efeito estufa, levando em consideração a competitividade econômica deste tipo de energia”, afirma a Eletrobras.

Este será o terceiro MOU assinado entre a Eletronuclear e a CNNC. Durante a visita do primeiro ministro chinês ao Brasil, em 2015, foi firmado um memorando entre a Eletrobras, a Eletronuclear e a CNNC, visando à cooperação em temas do setor nuclear. Em dezembro de 2016, o presidente da Eletronuclear, Bruno Barretto, esteve em Pequim para reuniões com a CNNC e bancos chineses – potenciais financiadores da conclusão de Angra 3, segundo a Eletrobras. Nesta visita, foi firmado um MOU bilateral entre a Eletronuclear e a CNNC para pautar a cooperação na retomada das obras.

Cemig (CMIG4, R$ 8,57, +0,12%)

A Cemig abriu data room por até 30 dias sobre o Grupo Light. O objetivo é subsidiar potenciais investidores na Light, conforme comunicado da estatal mineira ao mercado. 

Ainda sobre a Cemig, de acordo com a Reuters,ela pode ter de realizar neste ano um aporte de quase R$ 1,4 bilhão em sua unidade de distribuição de eletricidade, Cemig-D, para cumprir com um índice sustentabilidade econômico-financeira exigido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A  área de fiscalização do órgão regulador aponta que 15 de 33 distribuidoras analisadas deixaram de cumprir em 2016 os níveis de sustentabilidade econômico-financeira mínimos definidos como saudáveis pelo regulador.

Eletropaulo (ELPL4, R$ 15,65, -0,63%)

A Eletropaulo revisou as projeções para o nível de sobrecontratação, de 104,2% para 103,6% no ano de 2017, e de 105,1% para 103,7% para o ano de 2018. A revisão, segundo fato relevante da empresa enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), é reflexo do Decreto 9.143, de 22 de agosto de 2017, que determinou redução do lastro de contratação de quotas de garantia física e potência de 95% para 90%, resultando na redução do nível de contratação das distribuidoras. 

Sabesp (SBSP3, R$ 31,29, +1,07%)

A Sabesp e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Guarulhos resolveram dar continuidade à elaboração de acordo judicial para parcelamento dos débitos do SAAE com a Sabesp e contrato de interdependência para regrar o fornecimento de água no atacado pela estatal, segundo comunicado. O contrato de interdependência prevê constituição de garantia de pagamento à Sabesp pela alienação fiduciária de recebíveis do SAAE em troca do fornecimento de água no atacado pela empresa. Em função da constituição da garantia e do pagamento automático, haverá desconto de 20% sobre o valor mensal faturado dos serviços de fornecimento de água no atacado.

O acordo judicial para parcelamento de débitos prevê pagamento da dívida em 480 parcelas mensais, incidindo juros de 0,5% ao mês e correção pelo IPCA, além de desconto de 30% sobre o valor da dívida de R$ 2,9 bi do município com a Sabesp, vinculado à adimplência ao longo do prazo de parcelamento. A “efetivação dos acordos acima descritos depende de aprovação prévia do Conselho de Administração da Sabesp, assim como de outras aprovações a serem determinadas por cada parte e obtidas antes da assinatura de qualquer documento vinculante”. Em 10 de abril, a Sabesp celebrou protocolo de intenções com Guarulhos para equacionar dívidas.

Já a Folha informa que o governo Alckmin tenta votar com urgência um projeto de lei que cria uma holding para atrair investidores interessados em explorar o saneamento básico, sem abrir mão do controle da Sabesp. A ideia é criar uma sociedade controladora inicialmente gerida pelo Estado. Depois, o governo pretende vender participações na holding para captar recursos –mantendo a maioria das ações com direito a voto. 

Exportadoras

Atenção para uma notícia que pode mexer com exportadoras. O Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira traz publicado decreto que mantém a alíquota do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra) em 2% até 31 de dezembro de 2018. A medida foi anunciada este mês pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, dentro das ações adotadas pelo governo para equilibrar as contas do Orçamento da União.

O programa devolve às empresas uma parcela das exportações de produtos manufaturados e, inicialmente, o governo iria subir o porcentual de devolução para 3% no início do ano que vem. No entanto, para evitar mais gastos, a equipe econômica do governo de Michel Temer decidiu manter a alíquota atual, de 2%, o que vai proporcionar um ganho de R$ 2,6 bilhões no próximo ano, segundo estimativas da Fazenda.