“Alguns acham que Brasil está barato; nós achamos que está menos caro”, diz Verde Asset

De acordo com a equipe da gestora, o Brasil vive em 2015 — e possivelmente nos próximos anos — uma dinâmica semelhante a que a periferia da Europa viveu entre 2010 e 2013: "as consequências da austeridade"

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em relatório para divulgar os números do mês de março, a equipe de gestão do Verde Asset Management, comandada por Luis Stuhlberger, ressaltou o cenário complicado para o Brasil neste ano e, possivelmente, nos próximos. 

O Brasil vive em 2015 — e possivelmente nos próximos anos — uma dinâmica semelhante a que a periferia da Europa viveu entre 2010 e 2013: as consequências da austeridade”, ressalta a equipe de análise.

De acordo com a equipe da gestora de fundos, embora os cenários de cauda estejam mitigados pelo trabalho do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a realidade é que o aumento da carga tributária exacerba o problema de crescimento, que causa decepção nas receitas do governo, que precisa de mais aperto fiscal, e por aí vai.

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E, avalia Stuhlberger, sem uma solução para a crônica falta de poupança e de crescimento de produtividade da economia brasileira, será difícil escapar desse ciclo.

Enquanto isso, a desvalorização da moeda, por si só, não é suficiente — e terá que ser maior do que o que vimos até aqui para ser a válvula de escape. “Alguns investidores acreditam que o Brasil está barato. Nós acreditamos que o Brasil apenas ficou menos caro. E assim, continuamos a nos posicionar”, afirma a equipe da Verde Asset.

Em março, o Verde teve fortes ganhos em termos de seus investimentos em moedas e de renda fixa, enquanto os investimentos em ações mostraram estabilidade. “As duas primeiras semanas de março viram um acumulo de pressões sobre os ativos brasileiros, culminando com o dólar acima de R$ 3,30. Esse processo coincidiu com a moeda americana se valorizando contra tudo, mas se exauriu momentaneamente, e reverteu em parte no resto do mês“. 

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Segundo o Verde, esse processo coincidiu com a moeda americana se valorizando contra tudo, mas se exauriu momentaneamente, e reverteu em parte no resto do mês. E, diante dessa dinâmica, o Verde optou por reduzir a exposição cambial do Fundo naquele momento, “mas voltamos a aumentá-la à medida que o real voltou a níveis mais baixos no fim do mês e começo de abril”. No mês de março, o desempenho do Verde foi positivo em 5,09%, acumulando ganhos de 12,64% em 2015. Em comparação, o CDI ficou em 1,03% no mês e 2,81% no ano. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.