BTG vê minério caindo para US$ 40 e projeta Vale e CSN mais pressionadas

A equipe do BTG destacou que para conseguir reequilibrar o mercado de minério de ferro, a China precisaria fechar 100% de suas minas - algo altamente improvável

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Mais uma semana bastante negativa para o minério de ferro, que caiu mais de 3% e já atinge o preço de US$ 49. E é bom ficar preparado, porque esse cenário não deve mudar tão cedo – na verdade ele deve piorar no curto prazo. Na última quarta-feira (1), a equipe do BTG Pactual, liderada pelos analistas Leonardo Correa e Caio Ribeiro destacam que a commodity já está buscando os US$ 40 por tonelada.

Para eles, a situação da Vale (VALE3; VALE5) e CSN (CSNA3) tende a piorar, mesmo com alguns especialistas afirmando que os atuais níveis de preços do minério de ferro não são sustentáveis no longo prazo. Os analistas do BTG ressaltam que os ganhos das duas companhias podem continuar pressionados para os próximos dois anos, pelo menos. Para se ter uma ideia, a equipe do BTG destacou que para conseguir reequilibrar o mercado de minério de ferro, a China precisaria fechar 100% de suas minas – algo altamente improvável.

Mas este é só o começo dos problemas envolvendo o gigante asiático, que não só vem parando de crescer nos mesmo níveis dos últimos anos, como também não sustenta mais os atuais níveis de exportação de aço. Com isso, o ritmo desta indústria por lá deve seguir em queda, o que deixa a pergunta: quem irá absorver a demanda de mais de 200 milhões de toneladas de minério esperadas para o período entre os próximos 3 e 5 anos? Deixando a preocupação sobre o futuro deste mercado.

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Se a demanda já não consegue aguentar, imagina quando as expectativas são de que a oferta deve disparar nos próximos anos? Os analistas do BTG lembram de grandes projetos como o Roy Hill (que irá jogar mais 55 milhões de toneladas por ano no mercado) e o projeto S11D da Vale (+90 milhões de toneladas). Segundo eles, ambos projetos estão em um ponto que não há mais volta – e também não faria sentindo paralisa-los. “O ritmo do acúmulo em excesso de oferta é uma preocupação para nós”, disseram os analistas.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.