PDG dispara 20%, Petrobras sobe 5% e “pior ação do ano” volta a afundar

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve forte dia de alta nesta quarta-feira (1) em meio à melhora do cenário econômico a partir dos últimos desdobramentos políticos. Alguns papéis de pouco peso no índice registram acentuava valorização hoje, como foi o caso de PDG Realty e Oi, mas ações “pesos pesados” como as da Petrobras e dos bancos Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil também dispararam, ajudando a puxar o benchmark. Do lado negativo, a Gol – pior ação do Ibovespa no primeiro trimestre – caiu mais de 5% em meio a uma enxurrada de revisões de recomendações e preço-alvo, assim como as ações da Vale, que foram cortadas pelo Santander. 

Fora do Ibovespa, as ações da B2W chamaram atenção após saltaram 19,05% na máxima do dia possível “short squeeze”. Confira abaixo os principais destaques da Bovespa nesta quarta-feira (1):

Petrobras (PETR3, R$ 10,08, +5,22%PETR4, R$ 10,21, +4,93%
As ações da Petrobras dispararam após a presidente Dilma Rousseff declarar, em entrevista à Bloomberg, que a estatal vai divulgar balanço auditado de 2014 até final de abril. Essa é a primeira vez que os papéis preferenciais da estatal tocam os R$ 10 desde 18 de fevereiro. Nesta segunda-feira, as ações da petrolífera acumulam sua quarta alta seguida. 

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No radar da empresa ainda a notícia de que a Petrobras assinou com o Banco de Desenvolvimento da China (CDB) contrato de financiamento de 3,5 bilhões de dólares, recursos que devem trazer algum alívio para empresa, que agora tem mais dificuldades de captar recursos por conta da crise decorrente do escândalo de corrupção.

Vale (VALE3, R$ 17,54, -2,23%VALE5, R$ 15,01, -2,85%)
As ações da Vale caíram após a companhia ter sido rebaixada de manutenção para outperform (desempenho abaixo da média) pelo Santander e em meio à derrocada do preço do minério, que é cotado hoje abaixo de US$ 50 a tonelada. No mesmo dia, no entanto, o Deutsche Bank reiterou recomendação de compra da empresa. Nesse patamar, as ações da companhia estão na mínima desde 2008, mas desconsiderando os dividendos pagos no período seria o menor nível desde 2005. Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 10,31, -2,64%), holding que detém participação na mineradora. 

CSN (CSNA3, R$ 5,57, +2,58%)
A CSN subiu em meio à abertura de um novo programa de recompra de até 32.770.055 ações para permanência em tesouraria e posterior alienação ou cancelamento. O montante equivale a cerca de 5% das ações em circulação da empresa. O prazo para a realização da recompra é entre os dias 1º de abril e 30 de junho de 2015. 

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Apesar da alta de hoje, o programa parece não animar mais o mercado. Segundo a Planner Corretora, as recompras não tem livrado a ação do fraco desempenho do setor. No ano passado, os papéis caíram 60%, desempenho pior do que Usiminas (-64,5%), mas pior do que Gerdau (-46,7%). De março de 2014, a siderúrgica anunciou nove programas de recompra. Até o final de dezembro de 2014, a empresa adquiriu 98,9 milhões de ações, tendo cancelado 70,4 milhões e mantinha ainda em tesouraria 28,5 milhões. O custo de aquisição das ações que permaneciam em tesouraria era de R$ 230 milhões. 

Oi (OIBR3, R$ 6,14, +19,46%OIBR4, R$ 5,67, +10,53%)
A Oi disse que foi aprovada com unanimidade pelos acionistas da Telemar Participações a proposta de conversão voluntária de ações preferenciais da companhia brasileira de telecomunicações em papéis ordinários, como uma estrutura alternativa para lidar com o atraso gerado na sua migração ao segmento Novo Mercado, da BM&FBovespa. Segundo a Oi, a proposta de conversão voluntária de ações está sujeita a um percentual mínimo de adesão de acionistas titulares de dois terços de ações preferenciais ex-tesouraria da companhia. 

Gol (GOLL4, R$ 7,41, -5,24%)
Após ter sido cortada ontem pelo Citi e BTG Pactual para neutra, as ações da Gol foram novamente revisadas hoje por outros dois grandes bancos. Desta vez, o Deutsche Bank cortou o preço-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) da companhia aérea de US$ 8 para US$ 5 para os próximos 12 meses (a recomendação segue em compra), enquanto o Itaú BBA reduziu o target das ações de R$ 16,50 para R$ 10,50. A recomendação foi mantida em market perform (desempenho em linha com a média). Hoje, as ações da Gol – que teve o pior desempenho do Ibovespa no 1° trimestre -renovaram seu menor patamar desde agosto de 2013. 

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OPA e dólar fazem trimestre de 6 ações; Gol afunda 48% com piora da economia

Nesta semana, a empresa reportou  prejuízo líquido acima do esperado no quarto trimestre, sob impacto da variação cambial e perdas com derivativos, enquanto espera um resultado operacional positivo em 2015. A companhia aérea informou na segunda-feira que seu prejuízo entre outubro e dezembro foi de R$ 631 milhões, ante um resultado negativo de R$ 19,3 milhões um ano antes. A média das estimativas de analistas da Reuters apontava prejuízo de R$ 227,5 milhões.

BR Malls (BRML3, R$ 17,53, +3,48%)
As ações da BR Malls subiram em dia de queda de contratos de juros futuros e dólar. A companhia é favorecida pelo recuo do DI Futuro uma vez que ela fica mais atrativa do que títulos atrelados ao DI uma vez que ela tem proteção natural contra a inflação pelo reajuste dos seus contratos por IGP-M, explicou Luis Gustavo Pereira, da Guide Investimentos. No caso do dólar, os papéis também ganham porque a operadora de shoppings não acompanhou o movimento positivo dos seus pares pelo fato de ter sua dívida em dólar (22%), complementou. 

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B2W (BTOW3, R$ 21,50, +7,77%)
As ações da B2W disparam pelo terceiro dia seguido, acumulando ganhos de 35%. Nos quatro pregões anteriores a esse movimento, os papéis da varejista online caíram por quatro dias consecutivos (-16,6%). Segundo operadores da mesa de BTC (Banco de Títulos da CBLC) da XP Investimentos, o papel pode ter sofrido um “short squeeze”, o que puxou essa disparada. Eles comentaram que parece ter haviado algum “recall” (doador puxando contratos no mercado) e como o papel não tem muita liquidez no BTC, qualquer “puxada” no aluguel pode contribuir para movimentos como esse. 

Para alugar ações da Bolsa, o investidor precisa “tomar” emprestado o papel no BTC – este disponibilizado por algum “doador”, que pede por isso uma taxa de empréstimo. No caso do “doador” ter puxado os contratos no mercado, o tomador teria quatro dias para devolver as ações ao “doador”. No caso de não conseguir um novo aluguel para repor esses contratos, este teria que recomprar as ações, o que, consequentemente, puxaria a alta dos papéis na Bolsa. 

TIM (TIMP3, R$ 10,45, -1,79%)
Cresce a lista de empresas que fazem parte da lista de investigados na Receita. Segundo Estadão, a lista completa de contribuintes sob suspeita inclui outras 73 pessoas físicas e jurídicas, entre elas gigantes do setor privado, como a telefônica TIM , o frigorífico Avipal e a construtora Via Dragados. O jornal havia informado na sua edição de sábado que estão sob investigação também os bancos Bradesco, Santander, Pactual e Safra; as montadoras Ford e Mitsubishi; empresas do setor alimentício, como a BRF (BRFS3, R$ 63,36, +0,09%); a distribuidora de energia do Rio de Janeiro, Light (LIGT3, R$ 14,56, +1,11%), e a Petrobras. 

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Ontem, o Bradesco (BBDC3, R$ 31,15, +3,39%;BBDC4, R$ 30,61, +3,17%) e Santander (SANB11, R$ 14,67, +4,26%) informaram que desconhecem detalhes do processo investigatório da Operação Zelotes.

Eletrobras (ELET3, R$ 5,95, +3,30%; ELET6, R$ 7,29, +7,21%)
As ações ordinárias da Eletrobras (ELET3) sobem pelo terceiro pregão seguido. No radar, há a notícia de que a companhia pode obter empréstimo de cerca de R$ 2,5 bilhões em 2015 para fechar o orçamento de investimentos de pouco mais de R$ 14 bilhões previsto para este ano, de acordo com o diretor financeiro e relação com investidores da estatal, Armando Casado. Segundo o executivo, a Eletrobras já tem garantidos aproximadamente R$ 11,5 bilhões para 2015. 

Além disso, a companhia anunciou que fez redução de 1.070 postos de trabalho, o que resultará em redução de 20% das despesas operacionais. Segundo a companhia, o plano orçamentário visa assegurar ganhos de rentabilidade.

Brasil Pharma (BPHA3, R$ 0,64, -5,88%)
A Brasil Pharma teve seus ratings rebaixados para BBB-(bra), de A-(bra) pela Fitch Ratings. A agência de risco ainda colocou o rating em observação negativa. “Estas ações de rating refletem a contínua incapacidade de a Brasil Pharma restaurar sua geração de caixa operacional para patamares positivos e que sustentem a continuidade de suas atividades; o forte desequilíbrio na estrutura de capital da companhia; e o elevado risco de refinanciamento, que se intensificou nos últimos trimestres”, disse a agência em comunicado ao mercado. Eles ainda acrescentam que “a Observação Negativa reflete o elevado risco de refinanciamento e o desafio de a companhia concluir o processo de capitalização nos próximos sessenta dias”. 

Rumo Logística (RUMO3, R$ 1,36, -1,36%)
As ações da Rumo Logística, que nasceram após fusão da empresa com a ALL, caíram em seu primeiro dia de negociação na Bovespa. A ALL reportou seu resultado do quarto trimestre. A nova gestão alterou a forma de contabilidade da empresa, o que deixou os números difíceis de serem comparados, comentou a Elite Corretora. A empresa teve prejuízo líquido de R$ 1,874 bilhão no acumulado de 2014, revertendo resultado positivo de R$ 42,7 milhões do ano anterior. Segundo a corretora, o que chamou bastante atenção foi a dívida líquida anunciada de R$ 5,27 bilhões. A empresa afirmou que ultrapassou os covenants financeiros, mas afirmou que já obteve a anuência de credores para alteração nos contratos para incorporação pela Rumo.

Em teleconferência, a empresa disse que todos os seus credores, exceto o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), aceitaram após negociações com a companhia um nível de alavancagem de até 5,5 vezes, medido no resultado consolidado com a Rumo Logística. A fusão das empresas começou a valer efetivamente nesta quarta-feira, com as ações da ALL deixando de serem negociadas na bolsa e o início da negociação dos papéis da Rumo.

Light, PDG e Smiles
As ações da Light (LIGT3, R$ 14,56, +1,11%) e PDG Realty (PDGR3, R$ 0,60, +20,0%) subiram apesar de terem sido retiradas da 1ª prévia da carteira teórica do Ibovespa nesta segunda-feira. A Smiles (SMLE3, R$ 51,40, +1,78%), que foi incluída no índice, opera em alta. Esse foi o quinto pregão seguido de ganhos do papel. Vale lembrar que a segunda e terceira prévia serão divulgadas nos dias 16 e 30 de abril, respectivamente. As mudanças entram em vigor dia 4 de maio. 

Lupatech (LUPA3, R$ 0,04, 0,0%)
O conselho de administração da Lupatech aprovou o grupamento das ações da empresa na razão de 500 para 1. Atualmente, as ações da companhia são cotadas a R$ 0,04, segundo fechamento da última terça-feira.  

Mangels (MGEL4, R$ 0,68, +6,25%)
A Mangels submeterá aos acionistas grupamento de ações de 5 para 1.