Petrobras cai 2%, Usiminas ON salta 47% e CCX chega a disparar 200%

Confira os principais destaques da Bovespa na sessão desta sexta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O mercado segue pessimismo da semana e cai forte hoje pressionado por incertezas com a política doméstica. O Ibovespa cai puxado principalmente pelas blue chips Petrobras e bancos. Essa é a 11ª queda do índice em 13 sessões. Em dia extremamente negativo na Bolsa, somente as empresas exportadoras e a Marcopolo sobem, a última particularmente por conta da publicação da minuta ontem da resolução que regulamenta o modelo de autorização das linhas interestaduais e internacionais de transporte rodoviário. Confira abaixo os principais destaques desta sexta-feira, segundo cotação das 16h57 (horário de Brasília):  

Petrobras (PETR3, R$ 8,11, -2,05%PETR4, R$ 8,28, -2,59%)
As ações da Petrobras afundam na Bolsa em meio ao pessimismo gerado na véspera com a notícia de que o Tesouro decidiu suspender a operação que daria R$ 9 bilhões à estatal, conforme informou a BloombergAlém disso, a Petrobras afirmou, em comunicado enviado ao BM&FBovespa, que ainda não há data para divulgação do seu balanço auditado do terceiro trimestre e de todo o ano de 2014. Na Folha de S. Paulo, matéria cita que a Petrobras está negociando com seus principais credores a possibilidade de adiar por seis meses o prazo de entrega do balanço auditado, sem que ocorra a cobrança antecipada de dívidas.

Vale (VALE3, R$ 18,95, +0,48%; VALE5, R$ 16,52, +1,35%)
As ações da Vale caem pela terceira vez em quatro sessões. Do dia 18 de fevereiro para cá, os papéis já recuaram 18,7% no caso dos preferenciais. A Vale anunciou hoje a renúncia de Paulo Rogério Cafarelli ao cargo de membro do conselho de administração da mineradora. Para seu lugar, foi aprovada a nomeação de Gueitiro Matso Genso.  

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Bancos
Os papéis do setor financeiro seguem na mesma toada e caem forte nesta sexta-feira. A maior queda neste momento entre os bancos grandes é do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 21,32, -2,69%), lembrando que ele é o que possui maior exposição à dívida da Petrobras. Na sequência aparecem as ações do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,67, -0,97%) e Bradesco (BBDC3, R$ 33,92, -0,96%; BBDC4, R$ 33,62, -1,35%).

CCX Carvão (CCXC3, R$ 0,48, +182,35%)
A CCX Carvão dispara nesta sessão, atingindo na máxima do dia alta de 200%. O volume financeiro também chama atenção, batendo R$ 6,8 milhões, contra R$ 481 mil dos últimos 21 pregões. A CCX Carvão da Colômbia informou ontem à noite ter recebido proposta de aquisição do Blackstone Advisory Partner, assessor financeiro de um grupo de fundos soberanos e grandes investidores estrangeiros, por US$ 170 milhões, descontando o endividamento líquido da companhia. A empresa disse em fato relevante na quinta-feira que “até o momento, ainda existem condições precedentes pendentes” em relação a estas negociações. A CCX Colômbia estava no ano passado em negociação com a Yildirim para a venda dos projetos de mineração a céu aberto de Cañaverales e Papayal e do projeto de mineração subterrânea de San Juan, todos na Colômbia. 

Exportadoras
Com a derrocada na Bolsa e disparada do dólar, praticamente só se salvam no mercado hoje as ações de empresas voltadas à exportação, entre elas Suzano (SUZB5, R$ 14,25, +3,19%), CSN (CSNA3, R$ 5,49, +2,62%) e Kablin (KLBN11, R$ 18,25, +2,43%). Mesmo assim, ambas apresentam uma alta bem amena nesta sexta-feira.  

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Vale mencionar que no caso da CSN, além da alta do dólar, a empresa dá continuidade ao movimento da véspera, quando disparou 7% depois de balanço do quarto trimestre. A CSN informou que lucrou R$ 66,992 milhões no quarto trimestre, invertendo prejuízo de R$ 250,388 milhões registrado no trimestre imediatamente anterior, principalmente devido ao maior lucro bruto e melhor resultado financeiro. Segundo a XP Investimentos, o resultado surpreendeu positivamente, apontando que apesar do cenário macroeconômico desafiador, principalmente no mercado doméstico, a alta do dólar frente ao real deve influenciar positivamente a empresa.

Marcopolo (POMO4, R$ 2,36, +1,72%)
Os papéis da Marcopolo dão sequência à forte alta da véspera, quando subiram 12,08%, com a expectativa de abertura de audiência pública para a regulamentação do modelo de autorização das linhas interestaduais de transporte rodoviário. A ANTT publicou ontem minuta da resolução que regulamentará o modelo de autorização das linhas interestaduais e internacionais de transporte rodoviário, que vinha sendo aguardada pelo mercado por conta de seu impacto em empresas como a Marcopolo. A minuta da resolução prevê o enquadramento das empresas de transporte em 4 perfis, de acordo com a capacidade operacional, e dos ônibus em 3 tipos, de acordo com indicadores técnicos.  

Usiminas (USIM3, R$ 14,26, +46,86%; USIM5, R$ 4,84, +4,09%)
Depois da disparada no final de janeiro (+82%) e a devolução de todo no mês de fevereiro, as ações ordinárias da Usiminas voltam a chamar atenção Bolsa. Os papéis vinham oscilando forte em meio à possível mudança no controle e uma briga com a CSN para saber se a entrada da Ternium no capital da siderúrgica em 2012 poderia ser configurada como uma mudança de controle, o que acionária o direito ao “tag along”, mecanismo que prevê que, diante da alienação do controla de uma companhia, o comprador terá que fazer a mesma oferta aos demais acionistas minoritários. No caso, quem receberia seriam os detentores de papéis ordinários (por isso o movimento tão destoante dos preferenciais).

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Hoje, o que chama atenção sobre a empresa é uma reportagem do Valor, que aponta que os acionistas minoritários da Usiminas, liderados pelo empresário Lírio Parisotto, dono do fundo de participações L. Par, entraram com pedido de convocação de AGE (Assembleia Geral Extraordinária) a fim de eleger um novo colegiado de conselheiros da siderúrgica até o início de abril. A previsão é que a AGE seja realizada no dia 2 do próximo mês. Parisotto atua no vácuo da briga travada há mais de um ano pelos dois acionistas controladores da empresa – a japonesa Nippon Steel e o grupo italiano Techint-Ternium. 

JHSF (JSHF3, R$ 1,94, -5,37%)
A JHSF aprovou aumento de capital de R$ 192,134 milhões com emissão de 92.730.160 ações ordinárias, a R$ 2,0719 ação. O direito de preferência vai até 13 de abril. 

Lojas Americanas (LAME4, R$ 15,52, -4,49%)
A varejista Lojas Americanas teve alta de mais de 8% e seu lucro líquido no quarto trimestre, com avanço da receita líquida compensando o aumento das despesas financeiras, enquanto prevê alta dos investimentos em 2015. A empresa teve lucro líquido consolidado de R$ 296,3 milhões no quarto trimestre, alta de 8,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior, informou nesta quinta-feira. A média dos analistas ouvidos pela Reuters esperava lucro líquido de R$ 292,7 milhões. Segundo a XP Investimentos, a companhia mostrou um bom resultado operacional. Embora o segmento “vendas mesmas lojas” da empresa tenha vindo na casa de 9%, contra expectativa de crescimento de 10%, a varejista conseguiu melhorar seu capital de giro em um dia, disseram os analistas. 

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B2W (BTOW3, R$ 20,61, -1,81%)
As ações da B2W viraram para queda após subirem mais de 4% nesta manhã. A varejista online, dona do site Submarino, informou ontem à noite que obteve lucro líquido de R$ 20,9 milhões no quarto trimestre de 2014, após registrar um prejuízo de R$ 10,5 milhões no mesmo intervalo do ano anterior. A receita líquida cresceu 32,1% de outubro a dezembro.  

Natura (NATU3, R$ 24,80, -2,36%)
A Natura teve seu preço-alvo cortado em 29% pelo Bradesco BBI, para R$ 28,90. A recomendação segue em market perform (desempenho em linha com a média).   

Ex-OGX (OGXP3, R$ 0,07, 0,0%) e OSX (OSXB3, R$ 0,20, +17,65%)
A OGPar, ex-OGX, estaria estudando uma união com a companhia de estaleiro OSX Brasil – ambas fundadas por Eike Batista e hoje em recuperação judicial. Segundo coluna Radar, da Veja, 100 funcionários que hoje garantem à OSX praticamente toda sua receita, de cerca US$ 100 mil por dia, estão rumo à petroleira. A operação envolveria a transferência de toda a tripulação e do pessoal de apoio em terra da plataforma OSX-3, que opera o Campo de Tubarão Martelo. A OSX tem atualmente também fonte de receita advinda da plataforma OSX-1, que está em Tubarão Azul, mas que está prestes a ser desativado, além do pagamento pelo aluguel das plataformas, que é questionado pela OGPar na Justiça.