Eletrobras dispara 7% com “euforia” do Datafolha; Petrobras e Bancos sobem forte

Com cenário político movimentado pelo Datafolha, empresas seguem com forte alta; destaque negativo para Souza Cruz

Leonardo Silva

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SÃO PAULO – Em meio à uma segunda-feira agitada pelo noticiário corporativo e com a repercussão do Datafolha, o destaque desta sessão fica com as ações que repercutem o “efeito Marina”, após a disparada da candidata nas pesquisas. Entre elas, vale mencionar a forte alta nos papéis das estatais – Petrobras (PETR3;PETR4), Eletrobras (ELET3; ELET6) e Banco do Brasil (BBAS3)-, e os papéis das empresas do setor sucroalcooleiro. 

Além delas, mas ainda dentro do novo cenário político, destaque para as ações que não pararam de subir desde o dia 14 de agosto. Do lado de baixo do Ibovespa, destaque para as ações da Souza Cruz, que lideram as perdas nesta sessão, e caem pelo 4º pregão consecutivo, acumulando perdas de 5,10%.

Além do “driver” político, as ações da Tim (TIMP3) e a série de recomendações do BTG Pactual chamam a atenção dos investidores. No caso da empresa de telecomunicações, os papéis reagem com leve alta após a Telecom Itália afirmar que cconsiderar todas as opções para reforçar a sua unidade brasileira, enquanto BB Seguridade (BBSE3) e Mills (MILS3) reagem ao relatório do banco.

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Confira os principais destaques da Bolsa:

Rali eleitoral
O mercado mostra forte euforia hoje após pesquisa Datafolha mostrar disparada de Marina Silva (PSB) na corrida à presidência. As estatais, que vêm sendo as protagonistas desse “rali eleitoral”, acentuam os ganhos a cada minuto de negociação e roubam a cena nesta sessão, sendo elas: Petrobras (PETR3, R$ 23,01, +3,93%PETR4, R$ 24,34, +4,24%), Eletrobras (ELET3, R$ 8,76, +7,48%; ELET6, R$ 12,76, +3,32%) e Banco da Brasil (BBAS3, R$ 35,84, +3,40%).

Toda essa euforia deve-se a pesquisa eleitoral Datafolha, que mostrou Marina Silva (PSB) 13 pontos percentuais acima da última pesquisa do instituto, realizada em 18 de agosto, e agora com 34% das intenções de voto, empatada com o mesmo percentual de Dilma Rousseff (PT). Enquanto isso, o candidato do PSDB, Aécio Neves, apresentou forte queda, indo dos 20% do dia 18 para atuais 15%.

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Além disso, o BTG disse que o papel ordinário da Petrobras poderia chegar a R$ 30,00 em caso de vitória de Marina Silva à presidência. Na última sexta-feira, as ações ONs da estatal fecharam a R$ 22,14. (Para ver mais informações sobre a recomendação, clique aqui).

Os bancos, que junto com as estatais foram as empresas que mais repercutiram o “rali eleitoral”, também sobem nesta sessão. Destaque para as ações do Itaú (ITUB4, R$ 40,64, +0,73%) – e sua controladora Itaúsa (ITSA4, R$ 10,98, +0,87%) -, Bradesco (BBDC3, R$ 40,68, +1,65%; BBDC4, R$ 41,30, +1,13%) e Santander (SANB11, R$ 15,67, +1,36%). 

Em um possível segundo turno, Marina Silva seria eleita presidente com 50% dos votos, contra 40% de Dilma Rousseff, uma ampla vantagem de 10 pontos percentuais. Caso a disputa seja entre Dilma e Aécio Neves, a candidata petista venceria por 48% contra 40%.

Ações do “kit Marina”
Unindo-se às estatais e aos bancos, as ações do setor sucroalcooleiro aparecem como novas protagonistas do rali eleitoral: Cosan (CSAN3, R$ 47,60, -1,08%), São Martinho (SMTO3, R$ 46,01, +1,37%) e Tereos (TERI3, R$ 2,89, +3,21%1).

As empresas reagem à disparada de Marina Silva nas pesquisas eleitorais, com o discurso de sustentabilidade da ex-senadora. A gestora de recursos da Coinvalores Corretora, Tatiane Cruz, esclarece que a alta dos papéis se deu por uma reação tardia do mercado ao “rali eleitoral”, já que os candidatos à presidência estão se aproximando cada vez mais do agronegócio. 

Para acompanhar o desempenho do “portfólio Marina”, clique aqui.

Ações que não param de subir desde 14 de agosto
As ações da BM&FBovespa (BVMF3, R$ 14,03, +3,93%) MRV (MRVE3, R$ 9,33, +2,30%) e CCR (CCRO3, R$ 20,96, +3,46%) reagem novamente com o novo cenário político desde sua mudança em 14 de agosto, com a trágica morte de Eduardo Campos. 

O mercado tem visto que a entrada de Marina Silva na disputa eleitoral aumentou a chance de uma mudança de governo. Esse “choque de expectativa”, que viria com uma reversão do atual cenário, é o que tem puxado o mercado para cima nos últimos dias

Embora nos primeiros dias após a morte de Eduardo Campos, 13 de agosto, o cenário político ainda estivesse incerto, especulações de que Marina entrasse na corrida eleitoral foi o grande propulsor da Bolsa. Assim como Campos, o mercado vê que Marina vai adotar uma política mais pró-mercado – o que foi confirmado com a divulgação de seu plano de governo na última sexta-feira (29). 

Telecomunicações
A Telecom Italia vai considerar todas as opções para reforçar a sua unidade brasileira, TIM Brasil (TIMP3, R$ 12,72, +1,35%), disse o presidente da Telecom Italia, Giuseppe Recchi, segundo o jornal italiano “Corriere della Sera”. A empresa também pode olhar para um acordo comercial com a Mediaset, como forma de compartilhar conteúdo e tecnologia com a emissora italiana, que é controlada pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, disse Recchi ao jornal no domingo. 

Além disso, a espanhola Telefónica planeja sair da Telecom Italia após o grupo espanhol finalizar a compra da unidade brasileira de banda larga da francesa Vivendi, a GVT, disse o presidente do Conselho da companhia, César Alierta, nesta segunda-feira, encerrando uma participação de muito tempo.

Relações tensas entre as companhias da Espanha e da Itália culminaram na semana passada quando a Telefónica venceu a Telecom Italia na compra da GVT, um golpe contra a companhia italiana que pode transformá-la num alvo de aquisição em uma indústria que se consolida rapidamente

“Após a operação da GVT a mensagem é clara, não queremos permanecer na Telecom Italia”, disse Alierta para jornalistas após participar de uma conferência sobre telecomunicações em Santander, no norte da Espanha.

Braskem (BRKM5, R$ 15,49, +1,57%)
As ações da Braskem sobem nesta sessão apesar da notícia de que a companhia não conseguiu entrar em um acordo com a Petrobras sobre o reajuste do preço da nafta. Segundo a equipe de análise da XP Investimentos, os termos do acordo formalizado representam uma derrota dupla para a Braskem.

“A petroquímica tenta, desde o ano passado, formalizar um novo contrato de longo prazo, a partir do qual poderia estruturar seu plano de expansão com foco nos próximos anos. Além disso, a cláusula de retroatividade de preços representa um risco adicional à petroquímica dependendo das condições acertadas futuramente”, completou a corretora. 

Recomendações
As ações do BB Seguridade (BBSE3, R$ 35,41, -0,92%) e Mills (MILS3, R$ 23,89, +4,32%) reagem as recomendações do BTG Pactual. O banco de investimentos retirou BB Seguridade do seu portfólio sugerido para Brasil, enquanto incluiu as ações da Mills.

Vale (VALE3, R$ 29,14, -0,52%; VALE5, R$ 25,98, -0,50%)
Após abrir com alta de mais de 1%, as ações da Vale perderam força nesta sessão e viram para queda. As ações da mineradora reagem aos dados econômicos da China, principal destino das exportações da empresa, e a queda no preço do minério de ferro, assim como decisão do STJ (Supremo Tribunal de Justiça).

O PMI industrial oficial da China caiu para 51,1 em agosto, ficando ligeiramente acima da mediana da previsão, enquanto o PMI industrial da China, medido pelo HSBC, caiu para 50,2 em agosto, de 51,7 em julho, segundo números finais. Vale mencionar que que o preço do minério caiu para US$ 87,1 por tonelada e renova a mínima em 2 anos. 

Além disso, a primeira turma do STJ negou, por unanimidade, recurso impetrado pela União e manteve decisão que libera a mineradora Vale de pagar impostos sobre lucro auferido por controladas no exterior para evitar a bitributação, disse a empresa à Reuters na sexta-feira.