Mudança em permuta de ações do Santander e resultados de 4 empresas agitam a noite

BRF viu seu lucro subir 28%, enquanto a Smiles teve lucro de R$ 64,1 milhões, uma alta de 32%

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Na noite desta quinta-feira (31) o destaque ficou para a temporada de resultados corporativos, com BRF, Smiles, Magazine Luiza e SulAmérica divulgando seus balanços do segundo trimestre. Além disso, o Santander chamou atenção com uma possível mudança na permuta de ações com sua unidade brasileira. Veja os destaques da noite:

BRF
O lucro da BRF (BRFS3), maior exportadora de carne de frango do mundo, avançou 28% no segundo trimestre ante 2013, para R$ 267 milhões, com melhora operacional e foco na rentabilidade. A estimativa de analistas apontava lucro líquido de R$ 270,8 milhões no período.

O lucro antes do juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), um importante indicador operacional, atingiu R$ 1 bilhão, com alta de 25% ante igual período do ano passado e praticamente em linha com as estimativas do mercado. A margem Ebitda subiu para 13%, ante 10,6% no mesmo trimestre do ano anterior.

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“Esse resultado demonstra a melhoria no resultado operacional da BRF, a otimização dos seus investimentos, e o esforço para redução consistente e sustentável de suas necessidades de capital de giro”, disse a BRF. O volume total de vendas recuou 12%, para 1,3 milhão de toneladas, enquanto a receita subiu 2%, para R$ 7,69 bilhões.

Segundo a companhia, os números refletem, sobretudo, a estratégia de reduzir o volume comercializado no exterior e concentrar em mercados e produtos mais rentáveis. A receita no mercado interno subiu 6% no trimestre, atingindo R$ 4,34 bilhões, enquanto o faturamento no exterior recuou 2%, para R$ 3,35 bilhões.

Smiles
A Smiles (SMLE3), rede de fidelidade da Gol (GOLL4) teve lucro líquido de R$ 64,1 milhões no segundo trimestre, alta de 32,7% na comparação anual, informou a companhia nesta quinta-feira. O resultado foi beneficiado pelo crescimento de 14,5% no acúmulo de milhas, que encerrou o período em R$ 9,9 bilhões e “pela disciplina de margens brutas de resgate”, disse a Smiles. A receita líquida subiu 34,5% ano a ano e encerrou junho em R$ 152,3 milhões.

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Magazine Luiza
A Magazine Luiza (MGLU3) enxerga o segundo semestre do ano como desafiador mesmo depois de ter dobrado o lucro líquido entre abril e junho, na comparação anual, impulsionada por um avanço das vendas no período.

O lucro líquido ajustado foi R$ 26,6 milhões no segundo trimestre, alta de 130,6% ante os R$ 11,5 milhões obtidos um ano antes. No período, a receita líquida cresceu 28,5%, a R$ 2,34 bilhões, informou a varejista. As vendas mesmas lojas (abertas há mais de 12 meses) cresceram 24,5%, ante um avanço de 9,3% um ano antes.

O avanço, segundo a empresa, é reflexo do aumento das vendas em todos os canais, “com destaque para a região Nordeste e a operação do e-commerce, que continuam crescendo acima da média”, afirmou a companhia em seu relatório de resultados.

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Para o segundo semestre, a Magazine Luiza cita que a base de comparação é mais difícil e que o cenário macroeconômico continua desafiador. “O segundo semestre do ano passado foi muito bom, melhor que o primeiro. Vamos agora comparar o segundo semestre de 2014 com o de 2013”, disse o presidente-executivo da companhia, Marcelo Silva.

A Magazine Luiz afirma estar confiante “em sua capacidade de superar os resultados obtidos até agora, pois além das sinergias do processo de integração das redes adquiridas (Maia e Baú), a rentabilidade da operação como um todo está evoluindo a cada trimestre de forma consistente, gradual e positiva”.

Segundo Silva, o desempenho no segundo semestre dependerá do do humor do mercado. Os resultados entre janeiro e junho deste ano foram uma continuidade da segunda metade do ano passado, acrescentou. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 133 milhões no período, um crescimento de 40,3%, na mesma base de comparação.

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SulAmérica
A seguradora SulAmérica (SULA11) teve lucro líquido de R$ 55,4 milhões no segundo trimestre, alta de 5,7% em relação ao mesmo período do ano passado, informou a empresa nesta quinta-feira. O total de receitas e arrecadações foi de R$ 4,2 bilhões entre abril e junho, alta de 18,3% sobre um ano antes.

A empresa atribuiu os bons resultados ao negócio de capitalização, que teve a sua arrecadação consolidada em sua totalidade no segundo trimestre e somente os meses de maio e junho no mesmo período de 2013. Com isso, a área teve salto de 82,3% na arrecadação entre abril e junho.

A SulAmérica também apurou aumento de 12,3% dos prêmios de seguros, com destaque para os segmentos de saúde e odontológico, com aumento de 14,4%, e de automóveis, que cresceu 13% na comparação anual.

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O índice de sinistralidade, no entanto, foi de 79%, frente a 77,3% no segundo trimestre do ano anterior. De acordo com a empresa, o índice sofreu impacto da sazonalidade no segmento saúde, agravada pelo avanço da inflação médico-hospitalar no período.

Santander
O espanhol Santander avisou que a relação de permuta de suas ações com papéis de sua unidade brasileira poderá sofrer alteração em função de eventual atraso no cronograma da operação. A relação de troca atualmente acertada envolve 0,7 ação do Santander Espanha por cada unit do Santander Brasil (SANB11).

Segundo comunicado do Santander Brasil divulgado nesta quinta-feira, o motivo do aviso deve-se a eventual pagamento de dividendos ou outra forma de remuneração aos acionistas de ambas as instituições cuja data de posição acionária ocorra entre 10 de outubro e a data em que o Santander Espanha emitirá os papéis para a permuta.

“Tal alteração visa a que, independentemente da data em que ocorra a liquidação da oferta de permuta, seus aceitantes se beneficiem dos dividendos que o Santander Brasil habitualmente declara no mês de setembro de cada ano (…) e também se beneficiem da remuneração a ser concedida aos acionistas do Santander Espanha programada para outubro”, afirmou o Santander Brasil em comunicado ao mercado.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.