Quais os bancos que mais podem perder com decisão do STF? BB e Caixa, aponta o Credit

Contudo, os analistas do banco suíço apontam que é pouco provável que a decisão do STF seja tão desfavorável para as instituições financeiras

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Desde a última quinta-feira, chamou a atenção do mercado a proximidade do julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal), que pode causar um rombo de até R$ 105 bilhões nos bancos brasileiros, em especial Banco do Brasil (BBAS3), Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Santander brasil (SANB11), Caixa e HSBC. Trata-se do julgamento a respeito das indenizações de correntistas referentes aos planos econômicos Bresser, Verão, Collor I e Collor II. 

Terminado o julgamento do Mensalão, o assunto deverá voltar à pauta do STF, já na quarta-feira seguinte. Esse seria o julgamento com o maior número de interessado, abordando 396 mil ações. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, apenas 2 dos 11 ministros do STF já demonstraram apoio aos bancos no julgamento. 

Conforme aponta o Credit Suisse, os bancos públicos devem ser os mais afetados destacando que, se dividir o litígio de R$ 150 bilhões de acordo com a participação de cada um dos depósitos de poupança do sistema, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil ficariam com a maior parte dos encargos, de R$ 53 bilhões e R$ 36 bilhões, respectivamente. Isso corresponderia a 60% do valor total cobrado. Já o Itaú Unibanco vem em seguida, devendo ter um encargo de R$ 26 bilhões, seguido pelo Bradesco, com R$ 20 bilhões, e Santander, com R$ 8 bilhões.

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“Estes valores por percentual de capital próprio seriam enormes, variando de 206% para a Caixa, 56% para o BB, 33% para o Itaú Unibanco, 30% para o Bradesco e 13% para o Santander Brasil”, ressaltam os analistas Marcelo Telles, Daniel Sasson, Victor Schabbel e Alonso García. Já em termos de valor de mercado, o Banco do Brasil seria o mais afetado, em cerca de 49% enquanto que, para os bancos privados, seria de aproximadamente 15%. “Além disso, é importante ressaltar que a maior parte da exposição ainda não foi provisionada pelos bancos, dada a baixa probabilidade até agora atribuída”, avaliam os analistas.

Apesar e até mesmo por causa do grande impacto que um desfecho desfavorável para os bancos poderia ter sobre o sistema financeiro, os analistas acreditam ser improvável que as instituições financeiras percam essa causa na Justiça, ou pelo menos o valor perdido não chegaria nem perto dos números divulgados. 

Além disso, apontam, o fato dos bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil serem os mais afetados, o que alinha os interesses das instituições com o governo federal, sendo que o ministério da fazenda e o Banco Central estão se movimentando para evitar um desfecho prejudicial para as instituições.

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“No entanto, também é importante destacar o fato de que o poder judiciário é independente e, como conseqüência , o mercado pode atribuir alguma probabilidade dos bancos perderem a causa. Enquanto prevemos volatilidade à frente, continuamos a acreditar em uma decisão favorável para os bancos, ou na pior das hipóteses um impacto significativamente menor”, finalizam os analistas”, destacam. 

Veja o impacto sobre os bancos de uma decisão desfavorável do STF sobre os bancos:

R$ bilhões Patrimônio Encargo para cada banco Porcentagem do encargo em relação ao patrimônio  Porcentagem do encargo em relação ao valor de mercado
 1 – Banco do Brasil  64  36  56,4%  48,9%
 2- Itaú Unibanco 78 26  32,8%  15,7%
 3- Caixa Econômica Federal  26  53  205,6%  – 
 4- Bradesco  67  20  30,1%  14,9%
 5- Santander 64  8  12,8%  14,5%
 6- HSBC 10  2  17,3%  – 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.