Ibovespa fecha em baixa de 1,07%, com crise no Chipre e forte queda da Vale

Ações da Vale despencaram em meio ao corte de projeções para o minério de ferro, enquanto Chipre não aprova pacote de resgate e aprofunda crise no país

Lara Rizério

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Apesar de ter fechado em alta na sessão anterior, mesmo com a situação complicada na zona do euro, o Ibovespa voltou a fechar em forte queda. A continuidade do cenário pessimista no bloco econômico e a desvalorização das principais blue chips levaram a um dia bastante negativo para o benchmark da bolsa. Com isso, o índice fechou em baixa de 1,07%, a 56.361 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,01 bilhões. 

Pressionando bastante o índice, uma vez que possuem a maior participação na carteira teórica, as ações da Vale registraram baixa de 4,11% para as ações ON e de 3,89% para os papéis preferenciais.

A Bradespar (BRAP4), que possui participação na mineradora, fechou com desvalorização de 3,21%. Associado à situação econômica complicada na zona do euro, esteve em pauta as declarações do presidente das operações da Rio Tinto na Austrália, Greg Lilleymann, que vê preços mais fracos do minério de ferro na segunda metade do ano, além do corte de projeções feito pelo Goldman Sachs. 

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Os investidores continuam ainda de olho na situação no Chipre, que acendeu os temores de um retorno da crise na zona do euro. As expectativas do mercado se voltaram para a aprovação do pacote de resgate no país que, no entanto, foi rechaçada pelos parlamentares do Chipre. O projeto contemplava o aumento dos impostos sobre conta corrente. 

O mercado avaliou também alguns indicadores econômicos nos EUA. Por lá, os imóveis em início de construção e as permissões para novas obras vieram levemente acima do esperado para fevereiro. Além disso, os números do Housing Starts do mês anterior foram revisados para cima e os do Building Permits, para baixo. 

CSN lidera perdas no índice
Além da forte queda das ações da Vale, os ativos da CSN (CSNA3) encerraram o dia em forte baixa de 6,36%, a R$ 9,28. A companhia confirmou, de acordo com informações do Dow Jones, uma oferta de US$ 3,8 bilhões pelas duas unidades siderúrgicas da Thyssen Krupp no Brasil e nos EUA, o que aumentaria a alavancagem da companhia. As ações da MRV Engenharia (MRVE3) também fecharam em forte baixa, com queda de 5,62%, a R$ 9,58. 

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Entre as maiores altas, destaque para as ações da Natura (NATU3), com alta de 2,45%, a R$ 49,39, seguido pelos papéis da CCR (CCRO3), com valorização de 1,66%, a R$ 19,62 e da OGX Petróleo (OGXP3), com ganhos de 1,62%, a R$ 2,51. 

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 CSNA3 SID NACIONAL ON 9,28 -6,36 -21,75 109,69M
 MRVE3 MRV ON 9,58 -5,62 -20,12 49,58M
 MRFG3 MARFRIG ON 9,10 -4,21 +7,31 14,52M
 BTOW3 B2W VAREJO ON 15,91 -4,16 -6,41 9,54M
 VALE3 VALE ON 33,58 -4,11 -20,58 158,67M

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

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 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 NATU3 NATURA ON 49,39 +2,45 -13,93 95,43M
 CCRO3 CCR SA ON 19,62 +1,66 +0,87 59,31M
 OGXP3 OGX PETROLEO ON 2,51 +1,62 -42,69 227,22M
 OIBR3 OI ON 8,35 +1,58 -8,84 5,41M
 BBAS3 BRASIL ON EJ 26,37 +1,46 +5,04 179,32M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Neg 
 VALE5 VALE PNA 32,39 -3,89 897,72M 37.144 
 PETR4 PETROBRAS PN 19,10 -0,52 629,85M 38.180 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN 35,82 -0,58 318,80M 22.897 
 OGXP3 OGX PETROLEO ON 2,51 +1,62 227,22M 20.204 
 BBDC4 BRADESCO PN 35,90 -1,32 188,78M 19.198 
 BBAS3 BRASIL ON EJ 26,37 +1,46 179,32M 16.418 
 VALE3 VALE ON 33,58 -4,11 158,67M 12.572 
 PETR3 PETROBRAS ON 17,47 -0,96 157,22M 16.599 
 AMBV4 AMBEV PN 85,50 -0,28 135,06M 7.706 
 GGBR4 GERDAU PN 14,83 -1,79 116,13M 18.240 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.