OMC quer que comércio exterior não seja exclusividade de grandes empresas
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“Nós estamos com uma agenda de inclusividade, que é como fazer para que o comércio internacional não seja uma exclusividade das grandes empresas.” Esse é um dos atuais objetivos da Organização Mundial do Comércio (OMC), segundo o secretário-geral, Roberto Azevêdo.
Em entrevista ao UM BRASIL, o diplomata diz que o desenvolvimento tecnológico deve permitir que mais compras e vendas internacionais sejam feitas por cidadãos comuns e pequenas empresas. No entanto, acredita que esse movimento não vai acontecer espontaneamente, dependendo de uma agenda inclusiva por parte da organização e demais autoridades ligadas ao comércio.
“A primeira providência que temos de tomar é agir. Se ficarmos de braços cruzados esperando que as pequenas e médias empresas encontrem seus caminhos, que os benefícios do comércio atinjam mais comunidades, isso não vai acontecer por si só”, afirma Azevêdo. “Essa inação vai terminar favorecendo a concentração de áreas como o comércio eletrônico e o domínio da informação nas grandes empresas”, completa.
O secretário-geral da OMC comenta que tecnologias como a inteligência artificial devem se integrar cada vez mais não apenas às cadeias produtivas, mas também à atividade comercial. Recursos desse tipo devem reduzir custos e aumentar a produtividade das empresas.
“É difícil pensar em ter competitividade sem tecnologia. Não vejo no mundo moderno a possibilidade de um modelo sustentável de desenvolvimento econômico ou comercial sem um componente de tecnologia muito forte. Isso vale tanto na esfera estatal quanto na esfera privada. É absolutamente fundamental, hoje, ter aumento de produtividade e redução de custos. Essas coisas vão acontecer com a incorporação da tecnologia nesses processos”, salienta Azevêdo.
Na entrevista, ele também diz que as sociedades precisam se adaptar a uma realidade em que a tecnologia passa a fazer tarefas antes desempenhada por trabalhadores. “O processo de educação tem que mudar. Temos de preparar os nossos estudantes para um mercado de trabalho do século 21, que é completamente diferente daquele do século 20”, afirma.