Fechar Ads

Quem substituirá Trabuco no comando do Bradesco? 7 nomes estão cotados (e tudo pode acontecer)

A disputa pode ter ingredientes imprevisíveis, mas alguma coisa é bastante provável, avalia o BofA: o atual CEO terá uma forte influência 
Por  Lara Rizério
info_outline

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

SÃO PAULO – Uma decisão bastante esperada, mas com efeitos que ainda devem gerar muitas especulações. Foi assim que o mercado recebeu o comunicado do Bradesco (BBDC4) de que o executivo Lázaro de Mello Brandão – que ficou impressionantes 75 anos trabalhando ininterruptamente no banco – deixaria a presidência do Conselho de Administração (apesar de continuar à frente das holdings do grupo). 

Essa decisão levou à outra. Com a saída dele do Conselho, quem assume em seu lugar é o atual presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, antecipando uma outra mudança que aconteceria até 2019: a troca do CEO (Chief Executive Officer). Pelo estatuto do banco, o presidente se aposenta aos 65 anos, um ano a menos da idade atual de Trabuco, mas ele ganhou um “waiver” até o ano que vem, que não será exercido inteiramente.

Até março de 2018, o novo CEO do Bradesco será escolhido. Contudo, conforme apontou Trabuco em conferência, o anúncio pode acontecer antes. Ele classificou a sucessão como um “processo” e garantiu que o seu substituto ainda não foi escolhido. Segundo Trabuco, a organização é complexa, grande e segmentada e essas características vão refletir na escolha do profissional que o sucederá.

Para os analistas do Bank of America Merrill Lynch, embora o momento do anúncio tenha sido uma surpresa, já havia um plano de sucessão. “Observamos que a integração do HSBC Brasil já está concluída (em termos de integração de sistemas) e representou o último grande projeto e aquisição de Trabuco”, afirmam os analistas. 

Agora, essa passa a ser a grande questão para o banco: afinal, quem substituirá Trabuco na presidência? Dentre os cotados para assumir o comando do Bradesco, o jornal O Estado de S. Paulo apontou que um dos nomes mais aventados no mercado é o do vice-presidente de tecnologia do Banco, Mauricio Minas. Ele comandou toda a revolução tecnológica dentro da instituição, atuou na integração do HSBC e ainda no desenvolvimento do banco digital da instituição, o Next. 

Receba os “Insights do Dia” direto no seu e-mail! Clique aqui e inscreva-se.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Contudo, a disputa ainda está em aberto entre os outros seis vice-presidentes da instituição. São eles: Domingos Figueiredo de Abreu, vice-presidente de tesouraria e crédito; Alexandre da Silva Glüher, diretor de relações com investidores; Marcelo de Araújo Noronha, responsável pela área de cartões e pelo banco de investimento; André Rodrigues Cano, encarregado do Recursos Humanos; Josué Augusto Pancini, vice-presidente responsável por toda a rede de atendimento e pelo Prime e Octavio de Lazari Junior, presidente da Bradesco Seguros. 

Entre os mais experientes, estão Glüher, crucial na integração do HSBC, maior aquisição da história do banco, e Josué Pancini, que está há bastante tempo na cadeira de vice-presidente. Teoricamente, quem tem mais tempo de casa sairia na frente na disputa. Contudo, durante a gestão Trabuco, esse critério passou a ter menos relevância.

Desta forma, nomes como os de Noronha, Lazari e Cano ainda estariam no páreo. Já Domingos de Abreu, embora um nome bastante considerado dentro do banco, estaria de fora após ser citado na Operação Zelotes, uma das dores de cabeça enfrentadas pela instituição desde o ano passado. 

A disputa promete e tem tudo para ser difícil de prever, mas uma coisa é bastante provável, avalia o BofA: provavelmente, Trabuco provavelmente terá uma forte influência na seleção do novo CEO. Finalmente, esperamos uma transição bastante integrada, por dois motivos principais: 1) que o Bradesco tem indivíduos talentosos que ocuparam cargos de liderança em diferentes áreas do grupo para assumir o cargo de CEO e 2) a sólida estrutura de governança corporativa do banco. Porém, apesar de tranquila, a disputa pela sucessão de Trabuco está aberta! E os próximos passos devem ser observados com atenção pelo mercado.  

Confira o perfil de cada um dos candidatos, elaborado pela Bloomberg:

*Maurício Machado de Minas: Executivo de 58 anos responsável pelo departamento de TI do banco. Entrou em 2009, vindo da CPM Braxis
*Alexandre da Silva Gluher: Gluher, de 57 anos, é o chefe da área de risco. Ao lado de Domingos Figueiredo Abreu, ele esteve à frente da maior aquisição da história do Bradesco, a compra da unidade de varejo da HSBC no Brasil. Está no banco desde 1976.
*Domingos Figueiredo Abreu: aos 58 anos, é responsável pelos departamentos de tesouraria e crédito do banco, e também foi um dos principais executivos na compra do HSBC. Ele está atualmente sob investigação na Operação Zelotes – o banco nega todas as
acusações. Está no Bradesco desde 1981.
* Josué Augusto Pancini: Pancini, de 57 anos, é responsável pela rede de agências e pelo segmento de alta renda. Está no banco desde 1975.
* Marcelo de Araújo Noronha: Noronha é responsável pelo banco de investimento, Bradesco BBI, pelo segmento corporativo e a operação de cartões. Tem 52 anos e chegou no banco em 2003.
*Octávio de Lazari: Lazari, de 54 anos, é a adição mais recente entre os altos executivos do Bradesco. Desde maio lidera a unidade de seguro, responsável por um terço dos resultados do banco. Ele está no banco desde 1978.
*André Rodrigues Cano: O executivo de 59 anos é responsável pelo departamento de recursos humanos do Bradesco. Ele também é um dos membros mais recentes da alta administração, tendo sido promovido em dezembro de 2016. Ele está no Bradesco desde 1977.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Gostou desta análise? Clique aqui e receba-as direto em seu e-mail!

(Com informações da Bloomberg)

Lara Rizério Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.

Compartilhe

Mais de Thiago Salomão

Thiago Salomão

Os 6 rounds do histórico embate entre Marcio Appel e Rogério Xavier

De um lado, a gestora que teve uma das ascensões mais meteóricas da história do mercado brasileiro; do outro, uma gestora de 8 anos de história que de tanto sucesso teve que "se internacionalizar"; com princípios tão diferentes e opiniões distintas de investimento, os fundadores da Adam Capital e da SPX reforçaram uma lição valiosa para o público: não existe uma fórmula mágica de sucesso no mercado, muito menos "certo" ou "errado"