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Queda de 20% em 5 meses? Boa oportunidade de compra para uma das “queridinhas” da Bolsa!

A Raia Drogasil viu suas ações em expressiva queda nos últimos meses em meio aos contratempos de curto prazo - e analistas veem uma boa oportunidade de compra
Por  Lara Rizério
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

SÃO PAULO – Ela esteve entre as melhores ações do Ibovespa nos últimos três anos, foi uma das maiores altas de toda a Bovespa na década e desde o início da Carteira InfoMoney (em janeiro de 2016) ela foi uma das queridinhas da nossa lista de recomendações. Os últimos 5 meses, no entanto, têm sido de dúvidas e perdas para esta empresa. Se para alguns isso tem sido motivo para “virar a mão” e vender estas ações, para outros esta parece uma boa oportunidade para investidores de longo prazo comprarem uma ótima empresa a um preço não tão caro.

Quem acompanha a Carteira Recomendada InfoMoney já deve ter descoberto que estamos falando da Raia Drogasil (RADL3). Por anos como “queridinha dos analistas”, a rede de farmácias chegou a acumular perdas de 20% do seu topo histórico (faixa dos R$ 71) alcançado no 1º pregão de novembro passado até a região dos R$ 56 alcançada em março deste ano. Mesmo tendo apresentado resultados “irretocáveis” no fechamento de 2016 (veja mais sobre os resultados clicando aqui), a avaliação do mercado foi que os próximos números a serem reportados pela empresa mostrarão um cenário “desafiador”, sobretudo pela alta base de comparação (1º trimestre de 2016 foi excelente para a companhia, que contou com um alto reajuste de preços na época).

Com a expectativa de números “menos empolgantes” na abertura dos resultados de 2017, a avaliação de que “as ações já subiram demais” ganha forças, repulsando compradores e atraindo vendedores. As ações RADL3 caíram 9,3% em fevereiro, sendo sua 3ª queda mensal nos últimos 4 meses. Ao mesmo tempo, o Ibovespa subiu 3,08% no mês passado, após já ter avançado mais de 7% em janeiro.

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Decadência ou oportunidade?

Se para alguns investidores a Raia Drogasil é mais um “titã” em decadência na Bolsa, a Carteira InfoMoney aproveitou os movimentos recentes para aumentar exposição no ativo. Conforme mostrou nosso analista responsável pela carteira, Thiago Salomão, a participação de RADL3 na Carteira InfoMoney aumentou de 500 ações para 600 ações na virada para março. De janeiro de 2016 pra cá, a empresa só deixou de fazer parte da Carteira IM entre março e maio do ano passado, durante o “rali do impeachment”.

A avaliação se estendeu e, em meio a esse cenário de queda das ações, os investidores e analistas passaram a ver uma oportunidade para os papéis da companhia. Nesta terça-feira, o BTG Pactual elevou a recomendação para os ativos de neutra para compra com preço-alvo de R$ 74,00, apontando que a empresa “não está precificada para a perfeição”. Eles ainda destacam: “uma companhia premium merece um valuation premium”. Com isso, as ações registram fortes ganhos, chegando a registrar alta superior a 5% nesta terça-feira, cotadas por volta dos R$ 60,00. 

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Segundo as estimativas do BTG, a Raia Drogasil está sendo negociada a 32 vezes a relação entre o preço e o lucro de 2017, ainda um múltiplo esticado em relação à média de varejo brasileira de 25 vezes. “Mas com base no histórico de execução da diretoria e na fraca penetração em algumas regiões, consideramos que o atual valuation oferece um ponto de entrada interessante para investidores de longo prazo”, diz o relatório do BTG.

Além disso, os analistas Fabio Monteiro e Luiz Guanais apontam que os contratempos de curto prazo não impõem um grande risco à tese de investimento da empresa. De acordo com eles, a companhia segue apresentando fundamentos sólidos e está negociando a um desconto de 12% comparado ao preço sobre lucro médio do ano passado.

O aumento menor nos preços de medicamentos – um dos grandes fatores de ceticismo para o desempenho futuro dos papéis da companhia – gera pressão tanto em vendas nas mesmas lojas quanto em margem. Contudo, o forte poder de barganha da empresa, os menores descontos e a maturação de novas lojas podem minimizar o impacto na margem bruta, outro dos pontos sensíveis para a companhia (os analistas do banco estimam algo em torno de 50 pontos-base de crescimento em 2017).

Reforçando esse call mais positivo, está o Santander. Mesmo destacando a percepção mais desafiadora para a companhia nesse ano, o banco colocou a Raia Drogasil como uma das 32 empresas da América Latina que podem se beneficiar do cenário de “fossos econômicos”.  termo popularizado pelo Oráculo de Omaha Warren Buffett que define a vantagem competitiva como uma capacidade de gerar retornos elevados (e sustentáveis) sobre o capital por um período prolongado.

Segundo relatório assinado por Daniel Gewehr e João Noronha, a Raia Drogasil deve continuar a liderar a consolidação do setor farmacêutico. Atualmente, a empresa possui uma fatia de mercado de 12,5%.  “Embora não vejamos tal grau de concentração a longo prazo no Brasil (o mercado informal é uma restrição), pensamos que alguma consolidação é inevitável”. Para o Santander, a Raia Drogasil continuará a abrir 200 novas lojas por ano nos próximos três anos. Além da abertura robusta de lojas, os estrategistas destacam o portfólio de vendas resiliente e diversificado e a experiência comprovada da administração como fatores positivos para a consolidação.

Sobre o pequeno aumento dos preços de medicamento em 2017, o Santander aponta que a Raia Drogasil será capaz de mitigá-los com a gestão qualificada e a redução de custos gerais e administrativos. E, assim como o BTG Pactual, eles apontam: a recente correção dos papéis criou uma oportunidade para os papéis. 

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Assim, de queridinha desacreditada nos últimos meses, a Raia Drogasil passou a ser vista como oportunidade na Bolsa. Assim, a avaliação de analistas é é: a oportunidade para investir em uma ação vista como muito boa – mas que foi vista como cara demais – pode ser agora. 

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Lara Rizério Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.

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