Cinema 4D decepciona por falta de sincronismo

Primeira sala de cinema em quarta dimensão do Brasil proporciona uma nova experiência, mas peca pela falta de sincronismo entre efeitos e filme

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Com a inauguração do shopping JK Iguatemi, São Paulo ganhou uma nova maneira de ver filmes. A sala Cinépolis 4DX – primeira da América do Sul – promete produzir efeitos e sensações que, sincronizados ao filme, fazem o espectador se sentir dentro da produção. Há poltronas com sistema eletrônico de movimentos, que permite simular quedas, trepidação e vibrações, além de instalações especiais que geram até 20 efeitos de luzes, água, vento, aromas e névoa.

As inovações são fruto de tecnologia e investimento. Cada uma das 400 poltronas do cinema, por exemplo, custou US$ 8 mil, contra US$ 280 de uma sala comum. A experiência, no entanto, deixa um gostinho de frustração aos que pagam R$ 68 pela sessão. Não entenda mal. Assistir a um filme nesse cinema com quatro dimensões é engraçado e divertido, mas um público mais exigente tem motivos para se decepcionar.

Embora a sala estivesse lotada na tarde de uma terça-feira e as risadas fossem constantes – muito mais pela surpresa dos solavancos das cadeiras do que pelo roteiro do filme A Era do Gelo 4 –, a experiência não é totalmente satisfatória. “Se eu tivesse que juntar R$ 68 da minha mesada para vir de novo, não viria”, afirmou a estudante Isabella Moretti, de 13 anos. Para ela, o cinema mereceu nota oito, em uma escala de zero a dez. “Mas se pensar bem em como custa caro, acho que dou uma nota menor. Seis, talvez”.

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Uma alteração na programação dos efeitos especiais certamente melhoraria a experiência. Por exemplo: em mais de um momento, enquanto um personagem do filme fazia um grande esforço para subir uma montanha, a cadeira estava fazendo movimento de descida. Além disso, em um filme em que predominam os ambientes gélidos, era de se esperar que a sala estivesse com o ar-condicionado em potência máxima.

Os efeitos com água e cheiro também deixam a desejar. Quando a câmera dá um grande zoom em uma preguiça que não toma banho há anos e vive rodeada de moscas, o público espera que o cheiro de flores da cena anterior seja substituído por um menos agradável, mas isso não acontece. Outra decepção é quando o espectador se dá conta de que o mergulho de uma baleia no mar faz com que espirre muito menos água do que quando um dos personagens pisa em uma poça.

Visitar uma vez a sala para conhecê-la e conversar com os amigos pode até valer a pena – se tiver carteirinha de estudante, melhor ainda. Mas não espere se sentir dentro do filme. Quem já visitou cinemas de parque de diversões nos Estados Unidos, os da Disney principalmente, certamente vai ficar com a impressão de que a tecnologia trazida ao Brasil ainda tem de evoluir.

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Essa matéria foi publicada na edição 40 da revista InfoMoney, referente ao bimestre setembro/outubro de 2012. Para tornar-se um assinante da revista, clique aqui.