Vale comunica que deve vender ouro pelos próximos 20 anos

A companhia deve receber um pagamento inicial em dinheiro de US$ 1,9 bilhão, mais 10 milhões de warrants da SLW com preço de exercício de US$ 65 e prazo de 10 anos, cujo valor é estimado em US$ 100 milhões

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – A Vale (VALE3; VALE5) assinou acordo com a SLW (Silver Wheaton Corp) para vender 25% dos fluxos de ouro pagável produzidos como subproduto da mina de cobre Salobo e 70% do ouro pagável de suas minas de níquel em Sudbury, comunicou a empresa nesta terça-feira (5). O acordo é válido por 20 anos.

A companhia deve receber um pagamento inicial em dinheiro de US$ 1,9 bilhão, mais 10 milhões de warrants da SLW com preço de exercício de US$ 65 e prazo de 10 anos, cujo valor é estimado em US$ 100 milhões. A companhia também receberá a quantia de US$ 1,33 bilhão por 25% do ouro pagável de Salobo e o conjunto de US$ 570 milhões e 10 milhões de warrants por 70% do ouro pagável de Sudbury. 

A Vale receberá pagamentos em dinheiro por cada onça de ouro entre a SLW, sendo o menor valor entre US$ 400 por onça, com ajuste de 1% a partir de 2016 e o preço de mercado. A companhia também pode receber entre US$ 67 milhões e US$ 400 milhões caso decida expandir a capacidade de processamento de Salobo.

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As duas companhias não firmaram quantidades de ouro a serem entregues, ou seja, a SLW tem direito a um percentual do ouro produzido, e não a volumes específicos – assumindo o risco. Já a Vale aceita vendê-lo por US$ 400 por onça, sendo sujeita a variação do preço da commodity somente se este fechar abaixo desse preço.

“A transação libera considerável valor contido em nossos ativos de metais básicos, na medida em que atribui ao ouro pagável produzido como subproduto do Salobo o valor de US$ 5,32 bilhões, além dos pagamentos de US$ 400 por onça de ouro entregue”, afirma. Esse valor excede os gastos de capitais para instalar as minas de Salobo, que totalizarão US$ 4,2 bilhões.