Volta ao mundo em 6 minutos

No episódio #107, Bruno Garcia, da Truxt, apresentou sua visão do cenário global e chamou atenção para importância da decisão do Fed para os mercados

Josué Guedes

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Texto originalmente enviado aos assinantes da newsletter Stock Pickers no sábado, 31 de julho de 2021. Para recebê-la, clique aqui.

No episódio #107 do Stock Pickers, recebemos um dos gestores que mais ganhou dinheiro no Brasil em 2020 (e vale dizer que ele continua ganhando em 2021) e que tem uma grande habilidade para falar sobre temas diversos de forma simples e compreensível.

Apesar disso, Bruno Garcia, da Truxt, é um daqueles gestores que você não conseguirá acompanhar em velocidade 2.0 no seu podcast. A velocidade de sua fala junto com o acelerador do streaming torna dificil acompanhar o raciocínio.

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Para o Salomão, Garcia está no grupo daqueles gestores que precisam ser escutados em no máximo 1,5x.

Como não sabemos em que velocidade você costuma escutar e considerando a aula sobre cenário macro que Garcia nos proporcionou logo no começo do episódio, colocamos logo abaixo a transcrição dos 5 principais blocos de sua análise: cenário global, Estados Unidos, China, Europa e Brasil.

Cenário Global:

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O cenário parece muito bom ainda para tomada de risco, estamos num mundo ainda com bastante liquidez. Continuamos num mundo muito pró-risco, propício a tomada de risco, compra de ações e investimentos financeiros de um modo geral.

O mundo, de um modo geral, está crescendo de forma acentuada no pós-pandemia com as economias voltando ao normal.

As empresas que sobreviveram estão numa posição competitiva muito mais forte e ganhando market share com lucros explodindo tanto lá fora como aqui no Brasil.

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Estados Unidos:

Como quase 70% das ações globais estão nos EUA, o Fed acaba sendo o responsável pelo definição da taxa de juros mais importante do mundo.

Toda a discussão lá tem a ver com o timing da retirada dos estímulos. O Fed foi muito agressivo nos estímulos fiscais e monetários e isso resultou numa economia com recuperação em “V” e inflação subindo com força.

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O resumo é que a inflação está rodando bem alta e a economia está se recuperando bem. E o mercado começa a discutir quando o Fed irá retirar esses estímulos.

Tudo leva a crer é que a retirada da compra dos títulos feito pelo Tesouro Americano deve começar por volta do final do ano. Mas o aumento da taxa de juros deve iniciar somente em 2023 com o mundo voltando a normalidade.

Pensando em alocação de recursos, o cenário está propício para tomada de risco, mas está tudo apontando para uma alta de juros e por isso estamos comprados nessa tese.

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China:

A discussão atual, na China, está relacionada à governança coorporativa e o papel do PCC (Partido Comunista da China) na questão da regulação das empresas, principalmente de techs.

A bolsa chinesa caiu bastante nos últimos dias por conta de medidas reulgatórias em relação a empresas de educação.

O ponto principal é que a China possui uma economia extremamente centralizada e está muito preocupada com questões de acesso a dados pelos estrangeiros, porque quem tiver o monopólio de dados da população terá uma capacidade absurda em relação a implementação de medidas e desenvolvimento da economia com uso de inteligência artificial.

Essa discussão é muito importante e como o Brasil é um país emergente o que acontece lá acaba repercurtindo aqui, porque, na pior das hipóteses, o dinheiro que não entra lá acaba vindo para cá e pode nos beneficiar em termos relativos.

Europa:

Está se recuperando em meio a toda discussão da variante delta da covid-19, mas o fato é que a economia está reaquecendo.

Os europeus convivem com um problema de inflação grave, ou de falta, na verdade. Por mais que eles façam estímulos a economia é deflacionária.

E, no longo prazo, isso precisa ser muito bem pensado.

Brasil:

O cenário de curto prazo é conjunturalmente bom, porque temos uma recuperação muito forte após a pandemia, mesmo que tardia por conta de uma vacinação mais demorada.

Mas existem riscos importantes no Brasil que mercem ser monitorados: : inflação, fiscal e defieiência de crescimento de longo prazo.

Estamos trabalhando com uma inflação para esse ano na casa de 6,5% e para o ano que vem a projeção já está alta também.

O Banco Central vendo isso e sabendo que não temos a credibilidade do Fed está tendo que subir os juros, que deve chegar ano que vem a 7,5%.

Isso acaba acentuando nosso problema fiscal, que parece eterno.

Além disso, existe um risco no crescimento estrutural por produtividade muito baixa devido a falta de investimento em estrutura e educação.

Infelizmente o Brasil está tendo um bom momento de curto prazo, impulsionado pelo mundo e pela alta das commodities, mas acaba sendo um país, do ponto de vista macro, de baixo crescimento.

Com esse panorama mundial e local, e enfatizando a necessidade de saber separar o curto prazo do longo, a carteira da Truxt está praticamente 100% alocada em ações: 75% no Brasil e 25% nos EUA.

Para Garcia, enquanto os juros permanecerem nesses patamares (baixíssimos), todo e qualquer ativo de risco será beneficiado.

Se você está achando o papo muito macro, calma!

O panorama mundial foi apenas a introdução da conversa. Bruno, além de outras teses, usou nosso quadro “1 tese em 2 minutos” para explicar duas empresas que estão em sua carteira: Petz e PetroRio. E Leonardo Martins, CIO do Turim Family Office, falou sobre um case de rabertura: Disney.

Sobre um investimento de 12.700% e a arte de stopar a tese, não o preço

No episódio #107 do Stock Pickers, recebemos um dos gestores: Bruno Garcia (Truxt Investimentos), um dos gestores de ações que mais ganhou dinheiro no mercado em 2020, e Leonardo Martins (Turim Family Office), que revelou um investimento que rendeu 12.700% em uma empresa que fez IPO recentemente nos EUA, a RobinHood.

Assista a conversa completa clicando aqui. O episódio também está disponível no Spotify ou em qualquer plataforma de streaming.

Zerou bolsa americana e comprado em Brasil: veja como está o fundo XP Macro…

No Coffee & Stocks desta quarta-feira (28), recebemos Bruno Marques, um dos gestores do fundo XP Macro. Ele explicou por que a gestora zerou a posição em bolsa americana e mantiveram em bolsa brasileira (mas trocaram parte dessa posição para ficar comprado no real contra o dólar) e por que está “tomado” em juros tanto aqui mas principalmente nos EUA (tomado em juros = apostando que a curva de juros vai subir).

Confira a entrevista completa direto em nosso canal no Youtube (link aqui).

Convite especial: Como investir baseado em uma visão de longo prazo…

Após quase 2 anos da gravação do epsiódio #18Guilherme Benchimol, Fundador e Presidente Executivo do Conselho de Administração da XP Inc, volta ao Stock Pickers para celebrar os 02 anos da estratégia XP Long Term Equity ao lado do idealizador e gestor da estratégia XP Long Term Equity, Rodrigo Furtado.

Quando gravamos pela primeira vez com Benchimol, a XP ainda não havia realizado seu IPO e tinha sido avaliada, em 2017, em R$ 12 bilhões quando teve parte do seu capital comprado pelo Itaú. Atualmente, após o IPO, o valor de mercado da empresa é de aproximadamente US$ 23,3 bilhões.

Criada em maio de 2001 com com um capital inicial de cerca de R$ 15 mil, suficientes para alugar uma sala comercial e comprar computadores usados de uma lan house, a XP se tornou o que é hoje por conta de um fator extramemente relevante no mundo dos investimento: visão de longo prazo.

E é sobre isso que conversamos com nossos convidados no episódio que irá ao ar no dia 05/08, às 18h. Não perca!

Inscreva-se no canal e ative as notificações: https://lnkd.in/dtaJxaP

Biblioteca Stock Pickers: uma novidade…

Fã de triatlo, Leonardo Martins recomendou um livro sobre resiliência que conta a história da final do campeonato Ironman em 1989 no Havaí: Iron War.

Bruno Garcia, da Truxt, recomendou dois livros que já foram recomendados mais de 1 vez no programa: A psicologia financeira e Fora de série.

Josué Guedes
CMO do Stock Pickers