Vale a pena investir na Bolsa e em ações de estatais em ano de eleição?

Rodrigo Fonseca, sócio-fundador e CIO da Frontier, e Marcello Silva, sócio-fundador da Aster, falaram sobre o assunto no episódio 147 do Stock Pickers

Equipe Stock Pickers

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O ano de 2022 tem sido de fortes emoções para a Bolsa brasileira. Até aqui, o Ibovespa já chegou a subir quase 16%, depois zerou os ganhos e agora acumula valorização de um pouco mais de 7%.

O grande culpado por esta volatilidade é o cenário global de economia estagnada e inflação e juros em alta. Além disso, internamente, temos a eleição presidencial chegando cada vez mais perto, o que aumenta as incertezas dos investidores, tendo em vista a indefinição de quem vai ganhar e a diferente visão econômica dos candidatos.

Neste cenário, a dúvida que fica para os investidores é se vale a pena ou não investir na bolsa e nas empresas estatais diante deste cenário. Para Rodrigo Fonseca, sócio-fundador e CIO da Frontier Capital, e Marcello Silva, sócio-fundador da Aster Capital, entrevistados do episódio 147 do Stock Pickers, o momento é bom para entrar na Bolsa, mas o movimento dos investidores tem sido no sentido oposto.

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“Não é tão ruim o cenário para o Brasil, mas vemos um fluxo saindo de Bolsa”, disse Fonseca. “É comum que bons momentos para investir não sejam os melhores para captar”, ressalta Silva, pontuando que é em momentos como o atual que aparecem boas oportunidades.

Apesar deste cenário positivo, os especialistas ressaltam que há riscos com as eleições tanto do cenário internacional como o local. Porém, a Bolsa brasileira está barata e quem escolher boas ações pode conseguir um bom retorno. “É um momento de transição muito importante e ninguém sabe onde ele para, mas tem uma oportunidade de construir um portfólio com retorno de 25% ao ano com empresas de boa qualidade”, afirmou o sócio-fundador da Aster no Stock Pickers.

Investimento em estatais

Apesar da convergência de que o momento é bom para investir na Bolsa, Fonseca e Silva divergem sobre a compra de empresas estatais.

O sócio-fundador da Frontier conta que a asset possui Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3) em seu portfólio. Para ele, as duas ações estão muito descontadas e as empresas estão mais blindadas de interferência política hoje do que no passado.

Fonseca destaca principalmente as ações da petrolífera, que além da exposição a commodity — tese que a Frontier vê com bons olhos –, ela possui um grande potencial em caso de privatização, que pode acontecer em caso de reeleição de Jair Bolsonaro (PL). “Achamos que ela pode subir 50% para tirar o desconto quando comparada com os players globais e 100% se privatizar”, afirmou Fonseca no episódio 147 do Stock Pickers.

Já na Aster, Silva conta que a asset não costuma comprar estatais, pois olhando para um horizonte de longo prazo elas costumam não valer a pena. “Não fechamos olhos para estatais, mas é mais difícil acreditarmos nelas. Só quando estamos diante de uma transformação, como é o caso da Eletrobras (ELET3;ELET6), a gente se aproxima e até podemos fazer algo maior se andar na direção que esperamos”, diz ele.

Commodities

Outra estratégia divergente entre os especialistas são os investimentos em commodities. Enquanto a maior exposição da Frontier é neste setor, na Aster a tese não é vista como uma das preferências da casa.

Segundo Silva, ter persistência de retorno em commodities não é fácil e o foco dos grandes aportes estão onde o índice de acerto é maior. “Isso não significa, no entanto, que não temos pequenas posições no setor. “Temos Klabin (KLBN11) e Cosan (CSAN3)”, afirma o sócio-fundados da Aster.

Já na Frontier, Fonseca conta que sua maior posição é nesta tese e representa 30% do seu portfólio. Além da Petrobras, a asset está comprada em empresas como PetroRio (PRIO3), Vale ([ativo=VALE3) e SLC Agrícola (SLCE3). “Vemos preços muito convidativos e com muita oportunidade.”

Para conferir mais sobre as estratégias da Frontier Capital e da Aster Capital, assista ao episódio 147 do Stock Pickers:

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