Selic pode chegar a 4,5% ainda neste ano, avalia PIMCO

"Bond pickers" da PIMCO enxergam alta da inflação e Selic neste ano

Renato Santiago

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A taxa básica de juros no Brasil pode chegar a 4,5% ao ano ainda em 2021. A avaliação é da PIMCO, gestora americana especializada em renda fixa com US$ 2,2 trilhões sob gestão. Luis Oliveira, vice-presidente da empresa no Brasil, é o convidado do Coffee & Stocks desta terça-feira (9). Abaixo, os principais trechos.

Inflação global

Apesar dos seguidos estímulos do governo, a PIMCO acredita que a inflação nos Estados Unidos deve ficar na meta neste ano, em torno de 1,6%, aumentando para 2,1% e 2,4% nos anos seguintes. “Grande parte do dinheiro que o governo está entregando para as famílias está sendo poupado”, diz Oliveira. “Além disso, a indústria ainda tem muita capacidade ociosa, então não vão gastar, nem contratar, nem gerar inflação”, completa.

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Juros no Brasil e emergentes

“No Brasil, a situação é diferente. Nossa expectativa é fechar o ano com mais 200 a 300 pontos-base na Selic. O Brasil foi bastante agressivo no corte, agora deve começar a subir. Como casa global, a PIMCO pode investir em qualquer lugar do mundo, então outros emergentes, como o México, são mais atrativos”, diz o gestor. 

“No Brasil o retorno é baixo e o risco alto. E ontem aumentou mais ainda. Gostamos do Brasil e temos investimentos aqui, mas no valor relativo não é atrativo”, afirma o vice-presidente da PIMCO no país.

Inflação

“Não temos projeção, mas com a moeda fraca, alguns vetores contaminam a inflação, como é o caso do petróleo. Acreditamos que a inflação vai subir”.

Bond pickers

“A PIMCO investe em títulos de dívidas de empresas, mirando quatro pilares: fundamentos tradicionais, como capacidade de crescimento, fluxo de caixa; aspectos técnicos, como liquidez; valor relativo, ou seja, se existem ou não oportunidades melhores; e critérios ESG.”

“Já estamos começando a gostar de alguns dos setores que haviam sido muito prejudicados na pandemia. Com a aceleração das vacinas, setores como hotéis e cassinos, que haviam sido altamente impactados, começam a ficar atrativos. O mesmo vale para o setor financeiro, altamente impactado, mas que ainda não voltou para os valores anteriores à pandemia.”

Para assistir à conversa completa, clique no play.

Renato Santiago

Renato Santiago é jornalista, coordenador de conteúdo e educação do InfoMoney