Risco x Retorno: bolsa é melhor que renda fixa

Texto originalmente publicado no Rico Matinal do dia 29 de janeiro de 2020

Lucas Collazo Thiago Salomão

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Certamente você já ouviu que “renda fixa é mais segura que a bolsa”. Não estou aqui para dizer que essa frase está equivocada, mas se você ajustar o quanto você pode ganhar na bolsa ao “risco” de investir nela, posso te dizer que vale mais a pena do que na renda fixa.

Não é “bullshitagem ”, é matematicamente comprovado pelo Índice Sharpe.

O que é o Índice Sharpe? É o retorno excedente esperado de um ativo ajustado à sua volatilidade
histórica. Se o índice for positivo, a relação de “risco vs retorno” é interessante, e quanto mais positivo, maior o retorno esperado de um ativo ajustado ao seu risco. Traduzindo para um português mais claro: se alguém te perguntar “qual o investimento que oferece o maior retorno possível pelo menor risco?” risco?”, o Índice Sharpe vai te dar a resposta mais precisa.

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(Detalhe mais teórico: retorno excedente seria o retorno esperado desse ativo acima da taxa de juro prevista. Entendemos isso como potencial de ganho real deste investimento sobre o juro que está sendo praticado no mercado no caso, o CDI)

Dito isso, o Lucas Collazo calculou o Sharpe das principais classes de ativos existentes no mercado, aos que são mais curiosos, a fórmula do cálculo é:

Índice Sharpe = (Retorno do ativo – Retorno Livre de Risco)/(Risco do Ativo)

O resultado do cálculo foi:

Renda Fixa Pós-fixada = 0,0

Renda Fixa Prefixada = 0,14

Renda Fixa Inflação = 0,01

Renda Fixa Internacional = 0,22

Multimercados = 0,21

Renda Variável Brasil = 0,25

Renda Variável Global = 0,02

Conclusão: comparando o retorno esperado pelo risco histórico de cada classe de ativo, vale mais a pena investir em ações do que em renda fixa , pois o Sharpe da renda variável Brasil (0,25) está maior do que das outras classes de ativo.

Antes de você sair vendendo toda renda fixa para comprar bolsa, respire e termine de ler nossa mensagem: isso não é uma recomendação para trocar toda sua renda fixa por bolsa, por estes dois motivos:

1º: Bolsa e renda fixa não são opções de investimentos excludentes: você não só pode como deve ter estes dois ativos na carteira, assim como investimentos internacionais, fundos multimercados… diversificação é o último almoço grátis do mercado, é o que vai te manter vivo no longo prazo no mundo dos investimentos. O pulo do gato aqui é ” você vai ter em cada classe de ativo.

2º: Melhor relação risco retorno? Sim, mas não se esqueça de olhar “só” o risco. O Sharpe parece incrível e tem um argumento soberano, mas veja a coluna “volatilidade” da renda variável brasileira: está marcando 22,3%, que é no mínimo 4x maior que qualquer renda fixa brasileira. Essa volatilidade mostra o potencial de oscilação que o seu dinheiro pode sofrer e essa ” vol ” pode ser para cima ou para baixo.

A bolsa tem a melhor relação ‘risco retorno’ do mercado, mas você precisa estar ciente do quanto você pode ter em bolsa na carteira para que o ‘risco’ não te machuque. Saber seu perfil de investidor é fundamental.

Mas o que comprar no mundo de renda variável? Existem fundos de investimentos e ETFs (fundos de índice, na sigla em inglês), que são fundos que acompanham índices da bolsa, para quem quer se expor à bolsa mas não quer selecionar ações individuais. Agora, se você quer escolher individualmente as empresas para investir, nossa recomendação é a Carteira $mall Cap$, que criamos em março de 2019 e já acumula 118% de ganhos até aqui.

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Lucas Collazo

Host e conselheiro no fundo do Stock Pickers | Especialista em alocação e fundos de investimento no InfoMoney