Quente, morno ou frio? Medindo a temperatura do mercado global

Ajustando o portfólio de acordo com a temperatura global dos mercados, a Kinea enxerga um cenário positivo para o dólar e juros americanos

Josué Guedes

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Ruy Alves, gestor de Global Equities na Kinea, acredita que estamos vivendo uma nova fase do ciclo econômico, na qual já ultrapassamos a fase de maior aceleração do crescimento, que aconteceu no 2º trimestre de 2021, quando os EUA cresceram em patamares recordes. Nesta fase, a Kinea enxerga as principais regiões globais sob um espectro de temperatura, ajustando seu portfólio de acordo com esta visão.

Temperatura QUENTE:

Os EUA estão nesta categoria por diversos fatores. A economia americana cresce acima de seu potencial, o mercado de trabalho está apertado (muita demanda, pouca oferta de mão de obra), há muitas pressões inflacionárias e, na visão da Kinea, o pico Delta deverá ocorrer em breve.

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Impactos nos investimentos:

Positivo para dólar e juros americanos. Ações: Está difícil ganhar via índice, preferem papéis que sofreram com a Delta (viagens, turismo e petróleo). Visão negativa para varejo (que deve desacelerar por conta das bases difíceis de comparação).

Temperatura FRIA:

China, pois 1) foi a primeira economia a se recuperar e alcançar o pico do crescimento, 2) o governo tem aumentado a sua interferência em diversos setores da economia, principalmente de construção, tecnologia e educação, e 3) pode desacelerar ainda mais com a normalização da demanda global por produtos, reduzindo a exportação do país.

Impactos nos investimentos:

Visão construtiva para a economia global, mas utilizam mercados emergentes como “hedge” para a carteira, ou seja, adotam posições vendidas. Estão comprados em internet chinesa por conta da atratividade do valuation.
Negativo: estão reticentes no minério de ferro por conta da desaceleração do investimento em construção na China.

Temperatura MORNA:

Europa se encontra aqui, pois ainda vivem um processo de recuperação econômica, apresentam baixo crescimento estrutural, não possuem pressões inflacionárias (ainda) e a vacinação segue ajudando no combate à COVID-19.

Implicações nos investimentos:

A Kinea acredita que, no momento, para as alternativas de investimento em Europa, existem pares mais atrativos nos EUA.