Os impactos no mercado de uma possível guerra entre China e Taiwan

Oliver Stuenkel, professor de RI da FGV, e Bernard Tamler, gestor internacional da GAP Asset, falaram sobre o assunto no episódio 159 do Stock Pickers

Equipe Stock Pickers

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As divergências entre Taiwan e a China são antigas. A ilha se considera independente desde 1949 e possui autonomia política. Porém, o gigante asiático a considera parte de seu território, apesar da autonomia política. E A tensão entre os países ficou ainda depois que Nancy Pelosi, presidente da Câmara de Representantes dos EUA, visitou Taiwan.

O governo chinês viu o encontro como uma afronta à soberania do país na região. Como resultado, a China realizou diversos exercícios militares na região e aumentou o temor do mundo de uma guerra para tentar reintegrar oficialmente a ilha sob seu domínio.

Neste cenário, aumentou também a preocupação do mercado de como vai ficar a economia global se uma nova guerra realmente acontecer. Isso porque a China é a segundo maior economia do mundo e Taiwan o maior produtor de semi-condutores, setor que já está em crise e afeta o mundo inteiro.

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Conflito de grande escala

Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais da FGV, e Bernard Tamler, gestor internacional da GAP Asset, convidados do episódio 159 do Stock Pickers, afirmam que a guerra poderia ter um grande impacto na economia global.

Isso porque, segundo Stunkel, os EUA seriam obrigados a entrar neste conflito e defender Taiwan. E diferente da guerra na Ucrânia, em que o país enviou apenas armas e dinheiro, os EUA teriam que enviar tropas para Taiwan.

“Apesar de não reconhecer Taiwan como um país, os EUA possuem uma séria de acordos de defesa da região. Além disso, se não defenderem Taiwan, isso poderia causar uma reação negativa em muitos outros lugares, porque os aliados americanos perderiam a confiança no País e causaria muita instabilidade política”, afirma o professor.

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Ou seja, se a China entrar em guerra com Taiwan, as duas maiores economias do mundo estarão em guerra, o que pode gerar um problema para todas as cadeias de suprimento do mundo. “Seria uma catástrofe global muito pior do que a guerra na Ucrânia”, diz Tamler.

Como investir neste cenário?

Segundo Stuenkel, a chance do conflito aumentou nos últimos anos, ganhando força principalmente agora. Porém, é muito difícil saber a data que ele vai acontecer, pode ser em dias ou em mais de uma década. “A chance de acontecer a guerra antes de 2049 é maior que 50%”, diz o professor.

Diante desse cenário, o gestor da GAP pontua é muito difícil antecipar uma possível guerra na região para proteger seus investimentos. Então, no momento, o indicado é ficar em modo de espera.

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De qualquer forma, ele ressalta que a crise imobiliária chinesa é muito grande e a perspectiva para o crescimento do país é muito baixa. Então, a GAP tem uma visão negativa para o minério de ferro e possui posições vendidas na moeda chinesa.

“Achamos que o minério de ferro pode cair para US$ 90 e isso seria muito ruim para Vale (VALE3) e para o Brasil, dado que a China importa muito commodities”, completa Tamler.

Para saber mais sobre a visão sobre o conflito de Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais da FGV, e Bernard Tamler, gestor internacional da GAP Asset, confira o episódio 159 do Stock Pickers.

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