O streaming e o renascimento da indústria da música

Para Humberto Nardiello, do Opportunity, a indústria de entretenimento musical está renascendo

Josué Guedes

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O pico da indústria da música foi no século passado, mas as inovações trazidas pelo mercado digital estão possibilitando o renascimento das gravadoras. Quase não há mais CDs ou vinil, hoje as empresas de entretenimento musical utilizam-se do streaming para gerar receita e se aproveitam das redes sociais para escalar seus negócios.

No Global Pickers de hoje, Guilherme Giserman, da XP, conversou com Humberto Nardiello, analista de equities no Opportunity, para entender a transformação do setor e quais empresas estão se destacando na nova corrida musical proporcionada pelo streaming. Confira abaixo os principais trechos.

A Warner

A Warner é uma das principais empresas de entretenimento musical do mundo. Possui um valor de mercado de U$ 22 bilhões e é dividida em dois segmentos: “record” e “publishing”. Uma música possui duas propriedades intelectuais distintas. A primeira é ligada à própria música (gravação) e a segunda está ligada à composição. A gravadora (“record”), dentro disso, representa os interesses do artista (que gravou a música). E a “publishing” representa os interesses do compositor (quem escreveu a música). E a Warner trabalha dentro desses dois segmentos.

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O que uma gravadora faz?

Uma gravadora, além de gerenciar um catálogo de músicas, se envolve em descobrir, assinar, desenvolver e promover os artistas. O trabalho se assemelha ao de um venture capital: descobre um artista, investe capital e fica com os direitos perpétuos de uma determinada música. Hoje em dia a Warner tem como artistas de Rolling Stone a Bruno Marz, etc. É uma vasta coleção de artistas.

Um verdadeiro oligopólio com barreira de entrada

Hoje a Warner (W1MG34) tem 20% do mercado global que é um oligopólio, porque apenas três empresas dominam todo o setor: Warner Music, Universal Music e Sony Music. As três detêm mais de 80% do market share global. E esse é um “share” muito estável há mais de 20 anos e isso é um forte sinal de barreira de entrada. Uma característica que a gente gosta muito nas empresas que olhamos aqui no Opportunity, mas só isso não basta.

Renascimento da indústria

Após a quase destruição da indústria da música ocasionada pelo mp3 e a queda drástica de compra de CDs e vinil, nos últimos anos, com a adoção do streaming, a indústria de música voltou a crescer forte. Hoje, o streaming representa por volta de 60% da receita das gravadoras e a remuneração das gravadoras ocorre por meio de acordos com as principais plataformas (Spotify, etc).

O potencial do streaming

Achamos que o potencial do streaming está começando a ser explorado agora, mas é só o começo. Atualmente, existem por volta de 400 milhões de usuários de streaming no mundo (o Spotify é o mais famoso). Vemos muito espaço para crescer e acreditamos que chegaremos em 1 bilhão de usuários no final dessa década. Ainda existe muito mercado para aderir.

O Global Pickers, comandado por Guilherme Giserman, da XP, é um programa semanal que debate teses internacionais de investimentos. Entre em nosso canal do Telegram e não perca nenhum episódio!