O fiscal que não “bate” na bolsa brasileira e os IPOs “inflados”: as visões não catastróficas de uma das principais gestoras do país

Luis Stuhlberger e Luiz Parreiras, gestores da lendária Verde Asset, discutem os grandes temas de 2020 no evento Melhores Empresas da Bolsa

Lucas Collazo

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Essa não foi a primeira participação da Verde num painel do Stock Pickers. Os gestores da casa foram os protagonistas do episódio 32 do programa, talvez um dos mais importantes da nossa história. Para quem já ouviu, sabe a aula de história político-econômica que tivemos ali.

Porém, quando você acha que não vai mais se surpreender com os “Luises”, acaba “quebrando a cara” no melhor sentido possível.

Sem muitas delongas, Stuhlberger explicou que o muito comentado risco fiscal brasileiro pesa bem mais para os juros do que para a bolsa brasileira.

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É claro que é um dilema preocupante, mas, para as empresas brasileiras, que são criadoras de empregos e pagadoras de impostos, ou seja, que geram valor, é um fator de menor pressão em comparação aos títulos de dívida pública.

De fato, o Brasil foi o país emergente que mais gastou com assistência social na crise. Segundo Stuhlberger , 8,4% do PIB brasileiro teve essa finalidade, enquanto o México, por exemplo, gastou apenas 1% do PIB com esse tipo de medida. Ainda assim, segundo ele, “o cenário não é suficiente negativo para justificar retirar todo o dinheiro da bolsa e voltar para o CDI.”

Ele até chegou a dizer que a sensação é de muito mais “conforto” ao investir na bolsa brasileira do que ao comprar títulos longos de dívida no Brasil. Mesmo assim, salientou que a posição do fundo Verde no Ibovespa é menor do que já foi durante a recuperação dos mercados neste ano.

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Isso pode ser atribuído aos “ralis” recentes do mercado, mas tanto Stuhlberger como Luiz Parreiras, que é responsável pelas estratégias de previdência da casa, defendem que o investimento em bolsa no Brasil continua a ser interessante.

A crítica aos banqueiros de investimento e seus IPOs mal precificados

Depois da declaração menos pessimista com relação aos preços da bolsa, Parreiras fez uma crítica “pistola” (como bem disse Renato Santiago, nosso querido apresentador) sobre as ofertas iniciais de empresas na bolsa brasileira.

Segundo ele, tivemos 27 IPOs este ano no Brasil, que promoveram um retorno médio de 8% aos seus investidores, muito por conta do resultado de Locaweb, com performance de 300%. Quando se olha pela ótica da mediana, o retorno ficou negativo em 3%.

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Para efeitos de comparação, nos EUA, onde o número de ofertas é muito maior, o retorno médio foi de 30%, com uma mediana muito próxima disso.

Dito isso, para Parreiras, podemos entender que os IPOs brasileiros estão sendo muito mal precificados, principalmente pelo trabalho de banqueiros de investimento e empresários, que olham para o mercado como “mulher de malandro”, e não como sócios.

Claro que, do ponto de vista micro, existem muitas empresas fantásticas que abriram capital, inclusive algumas delas fazem parte dos investimentos da Verde, como: Enjoei, Petz e Grupo Mateus.

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Esses foram os pontos altos desse painel, que, mais uma vez, foi cafeína para o cérebro de quem acompanhou. O evento Melhores Empresas da Bolsa ainda não terminou, temos uma agenda completa com grandes nomes de gestoras e os CEOs das melhores empresas segundo o ranking InfoMoney.

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Lucas Collazo

Host e conselheiro no fundo do Stock Pickers | Especialista em alocação e fundos de investimento no InfoMoney